🍎 O curitibano quer comida orgânica
- Edição enviada em 18/08/2020
- às 06:00
Bom dia!
Tudo o que você precisa para hoje é seu Expresso e… um guarda-chuva ☔ Chove sem parar em Curitiba (que bom!), e tem gente dizendo que sai até neve nesta semana! Será?
Hoje falamos sobre o aparente platô nos casos de coronavírus em Curitiba, sobre os pássaros da cidade e sobre o aumento do consumo de orgânicos na pandemia.
Temos uma porção de novos assinantes nesta semana — saiu notícia sobre a gente, olha que chique 💁 Nossas boas vindas a todos, em especial aos novos apoiadores: Alexandre Cardoso, Leonardo Ferrari, Katia Pichelli, Stephanie D’ornelas e Thiago Benassi.
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Tempo de leitura da edição de hoje:
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Nosso próximo encontro:
Terça, 25 de agosto
1. Um vírus (ainda) em movimento
Nesta terça (18), Curitiba amanhece com menos restrições: a cidade volta à bandeira amarela, reabrindo parques, bares e o comércio aos fins de semana. (Plural)
A justificativa é que a cidade teria entrado no tão falado platô da epidemia: desde a semana passada, o número de novos casos se estabilizou, e a partir de agora a expectativa é que entremos em curva descendente. (Gazeta do Povo)
De fato, se compararmos a semana passada com a anterior, houve:
- queda no número de novos casos por semana;
- queda no número de óbitos semanais;
- queda dos casos ativos (curitibanos que estão infectados e transmitem o vírus);
- estabilização da ocupação das UTIs em 80%.
👉 Tem um bom resuminho dos dados nesta reportagem. (Gazeta do Povo)
Mas o alerta permanece: no nosso observatório d’O Expresso sobre a epidemia, o Monitor COVID-19 Curitiba, continuamos colhendo dados regionalizados do coronavírus na cidade. Olha como está a situação hoje:
A evolução do coronavírus em Curitiba: atualmente, a região sul da cidade é a mais exposta ao vírus. Veja a animação completa aqui.
1. Os casos hoje estão concentrados na região sul: a maior incidência do vírus está na regional do Bairro Novo, que abriga o Sítio Cercado, Ganchinho e Umbará.
2. O vírus mata mais na regional do Cajuru: a letalidade lá é de 4,6%, contra uma média de 2,9% na cidade. Os bairros com mais mortes, por sua vez, são CIC, Sítio Cercado, Cajuru e Boqueirão.
3. Ao longo dos meses, dá pra ver claramente o movimento de ‘periferização da doença’, de que já falamos aqui n’O Expresso. Os casos começam no centro, e se deslocam até as bordas da cidade.
“Há decréscimos, mas estamos no alto”. Palavras da própria secretária da Saúde de Curitiba, deixando claro que a situação ainda é crítica. Afinal, ninguém sabe como a epidemia vai se comportar nos próximos dias. Por isso, use máscara, mantenha o distanciamento e, se possível, fique em casa!
2. Os orgânicos ganham a mesa curitibana 🥕
Com mais gente passando tempo em casa (e na cozinha!), a mesa do curitibano parece ter ficado mais saudável: a procura por alimentos orgânicos cresceu entre 30% e 50% desde os primeiros meses da pandemia, segundo relatam produtores da cidade. (AEN)
“Não temos mais que gastar em saídas; então, vamos comer melhor”, é o que a produtora Claudia Capeletti tem ouvido dos clientes.
🍳 É um movimento nacional, aliás — depois de um ano em que o setor cresceu 15% no país. “O consumidor está entendendo o valor agregado do orgânico e está disposto a pagar pelo seu preço, que, aliás, não é tão maior assim, se computadas as muitas vantagens da escolha”, comenta Clauber Cruz, diretor da Organis, baseada em Curitiba. (BBC Brasil)
Por que é tão caro? A agricultora Milena Miziara, que largou emprego em Curitiba para se dedicar à produção de orgânicos no sítio da família, lista alguns fatores neste texto:
- maior custo de mão de obra (que é intensiva!)
- uma remuneração mais justa ao produtor, e
- mais valor agregado (leia-se, benefícios ao meio ambiente e à saúde).
Mas ela admite que ainda há abuso nos preços, e que a melhor opção é comprar direto do produtor. (Papo Reto)
🌊 Para aproveitar a onda, o governo do Paraná quer multiplicar o número de produtores orgânicos no estado, passando de 3.500 para 10 mil, ajudando com assistência técnica e certificação. (AEN)
Nem tudo são flores: com a suspensão das feiras livres aos fins de semana em Curitiba e a diminuição do movimento nas ruas em geral, muita gente penou. Para alguns produtores, a queda foi apenas parcialmente compensada com as entregas — que exigiram, além disso, um novo esforço logístico.
🗣️ E você, leitor? Tem algum produtor de orgânicos para indicar? Coloca lá n’O Expresso Conecta, nossa plataforma de negócios locais. As dicas são sempre bem-vindas!
3. Curtas da semana ⚡
Sucesso: O ranking nacional 100 Startups to Watch colocou 5 startups curitibanas na lista. Beetools, Laura, Hi Technologies, Olist e Polen foram apontadas como iniciativas que merecem atenção de possíveis investidores. (PEGN)
36×36: As chuvas dessa semana não foram suficientes para amenizar a estiagem, e o rodízio no abastecimento de água em Curitiba endureceu: 36 horas com água seguidas de 36 horas sem água. A Sanepar até reativou um reservatório secular, construído em 1906, para tentar amenizar o problema. (Agência Estadual de Notícias e CBN Curitiba)
Enquanto isso: Curitibanos fazem filas para comprar tambores que armazenam água da chuva e recorrem ao Google para saber sobre as medidas de contenção. A busca por termos como “rodízio Curitiba” e “estiagem Curitiba” aumentaram até 3.500% neste ano. (Tribuna do Paraná e Google Trends)
4. Jacu do Água Verde
Esses pássaros faceiros aí da foto, por incrível que pareça, são jacus — flagrados num condomínio do bairro Água Verde por Franco Iacomini.
Muita gente não sabe, mas pelo menos 366 espécies nativas de pássaros podem ser observadas em Curitiba (como o pica-pau que mostramos algumas edições atrás). Teve jacu, aliás, que já virou até mascote no Tarumã. (O Eco e Gazeta do Povo)
Esses jacus não têm nada de… jacus! 😜
5. Pra terminar: em bom curitibanês
“Elle que não facilite com a Hespanhola porque aqui tem morrido muita gente, até sete num dia. O café e a cachaça é um veneno para a Hespanhola.”
As aspas de hoje são da curitibana Thereza Gabardo, direto do túnel do tempo: foram escritas em novembro de 1918, numa carta à sua filha Julia, compartilhada no Antigamente em Curitiba.
Moradora do Portão (é de onde ela assina a carta, aliás), Thereza recomenda à filha uma série de cuidados contra a doença: além do café e da cachaça, estão na lista um chá de “suador” com folha de laranja, “não apanhar vento nunca” e “comer uma sopinha de vez em quando, com pão torrado e caldo”.
Agradecemos a Chris Lavalle, trineta de Thereza, pela preciosidade que compartilhou!
Uma semana com muita sopinha e caldo para esquentar 🙂
Fiquemos em casa!