😷 Os bairros em que a COVID-19 faz mais vítimas

Bom dia com mais um Expresso — este, sem cheirinho de café, infelizmente 😉

Na edição de hoje, fazemos uma análise sobre onde estão as mortes pelo coronavírus em Curitiba. Mas também trazemos notícias sobre literatura, estiagem, ciência e árvores (pra não dizer que não falamos de flores 🌸).

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Tempo de leitura da edição de hoje:
9 minutos

Nosso próximo encontro:
Terça, 14 de julho

1. Um vírus que mata mais na periferia?

Nesta edição, voltamos à nossa análise geográfica da epidemia do coronavírus em Curitiba. Só pra lembrar, esses são os últimos números da situação na cidade, divulgados nesta segunda (6) e sempre atualizados no nosso Monitor COVID-19 Curitiba:

  • 7.530 casos confirmados (um aumento de quase 60% em apenas uma semana); e
  • 195 mortes.

🗺️ Loucos por mapas que somos, nós d’O Expresso fuçamos os últimos balanços da secretaria da Saúde para trazer alguns dados sobre onde o coronavírus mata mais em CuritibaSpoiler: não é na região central, onde está a maioria dos casos confirmados.

A partir de um mapa divulgado pela prefeitura na última sexta (3), conseguimos localizar as mortes por bairro causadas pelo coronavírus, com base no endereço de residência da vítima. Foram 166 óbitos mapeados (de um total de 172 naquele dia, ou seja, a grande maioria). Vejam no que deu:
 

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O bairro com mais mortes, em números absolutos, é a CIC, seguida por Sítio Cercado, Xaxim e Pinheirinho. Consulte o mapa completo aqui.


Como deu pra ver, as mortes por coronavírus estão concentradas na região sul da cidade, bem longe do epicentro de casos confirmados até aqui: a zona central. 

Se formos analisar por regionais, cujos dados são divulgados mais abertamente pela prefeitura, a discrepância se mantém: enquanto a incidência do coronavírus é maior nas regionais Matriz, Bairro Novo e Santa Felicidade, a letalidade da doença (ou seja, o percentual de infectados que acabam morrendo) é maior nas regionais do Boqueirão, Boa Vista e Pinheirinho — três regiões que, curiosamente, estão entre as com menos casos confirmados. 

👉 Está tudo ali nos mapas que colocamos no Monitor COVID-19 Curitiba.

O que isso quer dizer? Há muitas conclusões possíveis. Eis algumas hipóteses:

  • Mais testes são realizados na região central, e por isso a letalidade lá apenas aparenta ser menor (ou seja, pode haver uma subnotificação de casos nas demais regionais, o que acaba aumentando o índice de letalidade nesses locais);
  • Está faltando assistência às populações longe da região central;
  • demora ao procurar (ou conseguir acessar) os serviços de saúde nas regionais mais atingidas pode estar contribuindo para aumentar a letalidade. Quem deixa para buscar atendimento médico quando os sintomas já estão severos pode ter menos chances de sobrevivência.

🗣️ O que você acha, leitor? Há desigualdade regional no combate à COVID-19 em Curitiba? A que se devem essas disparidades? Escreva para nós respondendo a este e-mail.

E as últimas do coronavírus:


 

2. Chove, chuva ⛈️

A tempestade da semana passada, com ventos de até 100 km/h aqui na capital, assustou muita gente — mas não representou alívio na estiagem histórica que vivemos.

De acordo com os dados das estações pluviométricas de Curitiba, choveu só 19mm na tempestade da última terça (30), aquela que arrancou telhado e até janela dos prédios da cidade, e 15 mm no dia anterior. (Tribuna do Paraná)

Ou seja: como explica esta reportagem, as chuvas continuam abaixo da média histórica para o período. Os níveis dos principais reservatórios da região de Curitiba permanecem baixos, com capacidade entre 16% e 38%. (Plural)

⛈️ A previsão é que só volte a chover significativamente na região de Curitiba com a chegada do verão, no final do ano. Até lá, o rodízio no abastecimento e a economia no consumo de água devem continuar.

Um serviço: pra saber se sua casa deve ficar sem água nos próximos dias, dá uma olhada nesse mapa da Sanepar. Você pode consultar por endereço ou por região da cidade. Aliás, dá pra ver que a cidade inteirinha, somando a região metropolitana, está passando por cortes no abastecimento de água em função da estiagem.

🚰 Se você é um dos que estão insatisfeitos com o serviço da Sanepar, saiba que um novo marco regulatório do saneamento, aprovado no mês passado no Congresso, deve estimular a concorrência no setor e forçar a empresa a cumprir metas para universalizar água e esgoto tratados no Paraná. (Gazeta do Povo)

  • prepare o guarda-chuvamais um temporal deve atingir Curitiba entre esta terça (7) e quarta-feira (8). A boa notícia: não tão intenso quanto o da semana passada. (Tribuna do Paraná)

 

3. Curtas da semana 

Loco de joia: vejam só que ideia bacana em tempos de isolamento: um grupo de professoras da UFPR lançou um livro de passatempos sobre mulheres cientistas e o coronavírus. Há jogos de palavras-cruzadas e caça-palavras com temas como Fiocruz, álcool em gel e quarentena — além de desenhos para colorir, que representam mulheres como as brasileiras Jaqueline Goes e Ester Sabino, responsáveis por sequenciar o genoma do novo coronavírus. O livro é gratuito e está disponível aqui. (UOL)

Guaíra em casa: o mais tradicional teatro de Curitiba lançou nesta semana a página #GuaíraemCasa, que reúne vídeos de concertos, espetáculos de comédia e até aulas de balé online e abertas ao público. É mais uma iniciativa da cidade em que a internet virou palco. (CBN Curitiba e Gazeta do Povo)

Para abraçar: uma designer de Curitiba cria bonecos de pano com a cara de seus ídolos ou de quem você ama. Bom para combater aquela saudade braba dos mais de cem dias de distanciamento. (Zelig Digital)
 

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4. A céu aberto

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A quem interessar, ainda há tempo de observar as belas flores desta paineira curitibana, que tem cerca de 300 anos de idade e quase 35 metros de altura. O clique é do Fotografando Curitiba.

A árvore é uma das sete da cidade tombadas pelo patrimônio histórico. É tão alta, e está tão isolada de qualquer vegetação, que tem para-raios instalados em sua copa. (Gazeta do Povo)

Ela fica na praça General Werner Gross, no Bom Retiro. As flores desabrocham no outono.


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5. Pra terminar: em bom curitibanês

“Curitiba é minha pele. Não consigo me imaginar fora daqui: eu sempre brinco dizendo que é a cidade perfeita para quem escreve, porque não há nada a fazer.”

A frase de hoje é do escritor Cristóvão Tezza, catarinense de nascença, mas um dos nomes que mais representa Curitiba pelo Brasil e mundo afora — e que soube captar, com alguma galhofa, o espírito dessas terras de muito pinhão.

Tezza acaba de lançar seu novo romance, “A tensão superficial do tempo”. A obra, junto com seus dois últimos romances, forma uma espécie de “trilogia da tragédia brasileira contemporânea”, segundo esta reportagem recente do jornal O Globo, para o qual o autor concedeu entrevista.
 

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