🚩 Uma loja que marcou época

E chegou agosto!

Nesta primeira edição do mês, trazemos mais uma coluna O Expresso da História, além daquele velho apanhado sobre a pandemia e um encerramento poético, de um escritor radicado em Curitiba que faria cem anos neste 2020. Algum palpite?

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Tempo de leitura da edição de hoje:
9 minutos

Nosso próximo encontro:
Terça, 11 de agosto

1. Quatro fatos sobre o coronavírus em Curitiba

Seremos breves na tradicional nota sobre a pandemia do coronavírus — cujos números, como sempre, estão publicados no nosso Monitor COVID-19 Curitiba. Até esta segunda (3), eram 598 mortes e quase 21 mil casos confirmados.

Vamos em tópicos:

1 São sete os bairros campeões em casos de coronavírus em Curitiba: Batel, São Francisco, Alto da Glória, Alto da XV, Mossunguê, Hauer e Campo de Santana. Veja o mapa completo aqui.

2 Já se falarmos de mortes, o cenário é outro: os óbitos têm se concentrado em bairros como CIC, Cajuru, Boqueirão e Sítio Cercado, conforme mostra este mapa.

3 A letalidade do vírus em Curitiba, falando nisso, varia muito conforme a faixa etária: é quase nula até os 30 anos, começa a aumentar a partir daí e sobe exponencialmente após os 45 anos, chegando a 28% entre os infectados com mais de 80 anos. (Plural)

4 Por fim, vale dar uma lida nesta reportagem: desde a eclosão da epidemia na cidade, as mortes de negros em Curitiba aumentaram 65% em comparação a 2019; já as de brancos, apenas 1%. Mais um indicativo de como a epidemia pode estar afetando as populações da cidade de formas bastante diferentes — e desiguais. (Plural)

Curtas pandêmicas:

  • A prefeitura anunciou nesta segunda (3) um pacote econômico contra a pandemia. Tem liberação de alvará para empreendedores, garantia a empréstimos, suspensão de parcelas da Cohab e apoio a artistas. A oposição criticou o atraso da iniciativa, e acusou o programa de ser tímido e eleitoreiro. (Prefeitura e Bem Paraná)
  • Na semana que passou, a prefeitura chegou a confiscar anestésicos de distribuidoras e clínicas particulares, para atender às necessidades do SUS durante a pandemia. O medicamento está em falta no Paraná, e a apreensão está prevista em decreto municipal. (Plural e Banda B)
  • Serviço: ainda tem vacina da gripe de graça, para toda a população, nos postos de saúde de Curitiba. Clique aqui para ver quais postos estão abertos.
  • Pra finalizar, da série “notícias pra aquecer o coração”: alunos de uma creche pública do Alto Boqueirão receberam o “chá da saudade” e o “cheirinho do afeto” (uma almofadinha aromática para colocar perto do travesseiro) dos professores, para manter o vínculo em tempos de pandemia. (Prefeitura)
     

2. Expresso da História: uma potência varejista

Abrimos espaço novamente para nosso colaborador Diego Antonelli, que apresenta a história de algumas das marcas e empresas mais icônicas de Curitiba. Nesta 7a. edição do Expresso da História, ele fala de uma potência varejista nascida na rua Barão do Rio Branco, e que marcou época em Curitiba e no Brasil: as Lojas HM

🧉 Gaúcho de Rio Pardo, Hermes Macedo desembarcou em Curitiba em 1932. Aos 18 anos, ele deu o pontapé inicial no que seria uma das maiores redes de varejo que já existiu no Brasil. 

Os primórdios: a toda-poderosa HM começou sua história em 1932, com a fundação da Agência Macedo, especializada no comércio de peças para automóveis e caminhões. A sociedade de Hermes Macedo e de seu irmão Astrogildo publicava anúncios nos jornais de Curitiba e região, para comprar automóveis e caminhões usados. 

🚛 “Os veículos adquiridos eram desmontados, e suas peças, revendidas em um mercado que tinha dificuldades em importar itens de reposição para uma frota crescente”, informa pesquisa de Itanel Quadros, da UFPR.

💰 O empreendimento deu certo. Em 1944, os irmãos adquiriram um amplo imóvel na rua Barão do Rio Branco, antes ocupado pelas Indústrias Matarazzo. Ali funcionou por muitos anos a matriz das lojas Hermes Macedo — que passaram a comercializar artigos variados, como louças, liquidificadores, rádios e máquinas de lavar roupa e de costura. 

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O sucesso foi nacional. Na década de 1980, a HM chegou a ser a segunda maior rede varejista do Brasil, segundo o ranking Maiores e Melhores, da revista Exame. Eram quase 3 mil funcionários, em 285 lojas nas regiões Sul e Sudeste. Em São Paulo, a empresa ocupava um prédio de dez andares. O grupo também investiu em empresas de crédito, propaganda, concessionárias e centros automotivos.

🎅 Para muitos curitibanos, uma das lembranças mais marcantes das Lojas HM era a decoração de Natal, um verdadeiro evento de fim de ano. O hábito se repetia em outras lojas da HM pelo país. (Gazeta do Povo)  

O fim: a decadência da Hermes Macedo S.A. teve início na década de 1990, sob uma conjuntura econômica desfavorável, agravada com a edição do Plano Collor e a disputa familiar pelo comando do grupo — o fundador faleceu em 1993. Em 1995, a HM fez um acordo com as Lojas Colombo, cedendo seu estoque de mercadorias, instalações e funcionários. A falência definitiva foi decretada em 1997. (Folha de Londrina)

Confira as outras colunas do Expresso da História:

3. Curtas da semana 

Para ler: qualificado como “um tesouro escondido da literatura nacional” e construído a partir de uma engenhosa ‘colagem’ de fragmentos históricos, o livro “Mez da Grippe”, de Valêncio Xavier, ganhou nova edição neste mês. Esgotado, ele chegou a custar R$ 300 em sebos. O tema: a gripe espanhola em Curitiba. (O Globo, Plural e Folha de S.Paulo)

Água rara: a Sanepar informou nesta semana que estuda endurecer o rodízio de água em Curitiba e região. A estiagem que atinge o Paraná continua braba, e há reservatórios com apenas 11% da capacidade, como mostra esta foto do repórter fotográfico Franklin de Freitas. (Tribuna do Paraná e Bem Paraná)

Para aguardardevem começar nesta semana as obras do Ligeirão entre a Praça do Japão e o terminal Pinheirinho. O ligeirão é aquele ônibus biarticulado que vai direto de um ponto a outro, ultrapassando os veículos parados nas estações-tubo pelo caminho. Uma das poucas novidades recentes no sistema de transporte de Curitiba, a obra é uma promessa antiga, mas o difícil foi arranjar dinheiro. (CBN Curitiba)

 

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4. Três mosqueteiros

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O clique desses prédios icônicos ali no Alto da XV é da nossa leitora Catarina Scortecci.

Bola fora: na última edição, atribuímos erroneamente essa projeção na lateral do Guaíra a uma ação de funcionários do teatro. Era, na verdade, uma projeção de um grupo de amigos para promover a biografia de Barcímio Sicupira, ícone do futebol curitibano e artilheiro do  Athletico, que será lançada em breve pelo jornalista Sandro Moser. Agora, sim, é gol!

 

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5. Pra terminar: em bom curitibanês

Nasço todos os dias, manhã cedo […] Canto, e este cantar é renovar-me / E para além de tudo, tudo o mais / Não tenho tempo pra ter idade

As aspas de hoje são de um português que, no fim da vida, fincou raízes em Curitiba: o poeta e escritor Sidónio Muralha. Neste ano, Muralha, que é conhecido principalmente por sua produção de literatura infantil, faria cem anos de vida. (Cândido)

Esse trecho que escolhemos faz parte do poema “As razões”, que está disponível aqui, no canal do Youtube da Biblioteca Pública. O Plural fez uma entrevista com a viúva do escritor, que vive em Curitiba e mantém a fundação com o seu nome. (Plural)

Que nasçamos a cada dia, assim como o poeta!

Uma ótima semana pra você 🙂

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