👂 De ouvidos bem abertos

👂 De ouvidos bem abertos

Bom dia de novo!

Por aqui, passamos o fim de semana debruçados sobre uma base de dados que revelou as preocupações e ansiedades dos curitibanos durante a pandemia. Ficou curioso? Dá uma olhada aí embaixo. 

Esta edição também traz uma reflexão sobre os ônibus de Curitiba, dicas de lazer pra curtir no sofá e um clique solidário das ruas 💖

Nosso obrigada especial aos nossos novos apoiadores: Claudio StringariAlessandro Antonio Scaduto e Daiana Lopes! Se você é fã d’O Expresso, considere se tornar um apoiador e incentivar o debate sobre a cidade em oexpresso.curitiba.br/apoie. Se preferir outra forma de contribuição, pode entrar em contato com a gente no oi@oexpresso.curitiba.br.

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Tempo de leitura da edição de hoje:
8 minutos e 42 segundos

Nosso próximo encontro:
Terça, 1 de setembro

1. Os ouvidos da cidade 🎧

Quem é de Curitiba já sabe. Se sua rua está esburacada, se o ônibus atrasou, se o poste não funciona, basta discar 156 no telefone e voilà: a informação, queixa ou solicitação que você busca estará, no mínimo, registrada.

📞 Nesta edição, por curiosidade e pra fugir um pouco das notícias de sempre, a gente d’O Expresso resolveu mapear tudo que dizia respeito à epidemia de coronavírus na base de dados da Central 156 — que, com uma média de 800 registros por dia, é provavelmente um dos melhores termômetros do cotidiano curitibano.

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A animação mostra a evolução das demandas sobre o coronavírus na Central 156 desde março — e onde cada uma delas foi registrada. Veja o mapa completo aqui.
 

Foram pouco mais de 7 mil demandas sobre a epidemia desde março, incluindo denúncias de aglomerações, dúvidas sobre funcionamento de comércio e pedidos de fiscalização. O atendimento para quem tem sintomas da doença, é bom lembrar, foi concentrado em uma central específica da prefeitura (portanto, não está incluído aqui). (Gazeta do Povo)\

Chegamos a algumas descobertas interessantes, que compartilhamos com você:

1- Bares, supermercados, academias, shoppings e (curiosamente) armarinhos estão entre os estabelecimentos com o maior número de queixas de aglomeração

🧶 Os armarinhos, aliás, chamaram a nossa atenção: aparentemente, com tanta gente em casa, fazer artesanato (e em especial, máscaras de tecido) virou hábito entre os curitibanos, que provocaram um fluxo inédito às lojas. Em relatos ao 156, moradores dizem que falta ventilação às lojas e que os clientes não respeitam o distanciamento.

2- Os meses de março e julho registraram os picos de ocorrências sobre o coronavírus no 156. O primeiro marcou o início da pandemia, quando ainda havia muitas dúvidas sobre o funcionamento da cidade; o segundo registrou o auge de casos até agora.

  • As ocorrências crescem especialmente nos dias seguintes à imposição da bandeira laranja na cidade e ao decreto de lockdown do governo estadual.

3- Os bairros Centro, CIC, Água Verde, Sítio Cercado e Boqueirão são os campeões de registros de aglomerações e pedidos de fiscalização de comércios e templos. 

🔎 Você pode consultar o mapa com todas as ocorrências aqui — e até buscar os registros mais próximos da sua casa ou do seu local de trabalho. Os dados estão atualizados até 31/07/2020.

Para saber mais: o Marcos Abreu, que integra o grupo Code for Curitiba, fez uma análise bem interessante sobre as solicitações do 156 nos últimos dois anos. Demandas sobre a coleta de lixo, trânsito e iluminação pública são as mais recorrentes na capital. 

E, como sempre: os dados mais recentes da epidemia de coronavírus em Curitiba estão atualizados no nosso Monitor COVID-19 Curitiba.

 

2. Mais dinheiro para os ônibus 🚌

Passamos agora a um dos temas preferidos do curitibano: o busão.

Semana passada, os vereadores aprovaram um novo repasse de aproximadamente R$ 135 milhões às empresas de ônibus de Curitiba — um auxílio emergencial até o fim do ano para compensar a queda de passageiros durante a pandemia. (Câmara Municipal de Curitiba)

justificativa do município é que o dinheiro vai manter em funcionamento o sistema, que é de utilidade pública e tem relevância social. Até a Constituição Federal, explica a mensagem do Executivo à Câmara, diz que o transporte público é um serviço essencial — e que, se parar, provocaria danos enormes à cidade. “Curitiba não socorre empresa. Mantém seu transporte ativo, a todo vapor”, disse o líder do prefeito na Câmara.

📉 Pra quem não sabe, por causa da pandemia, o número de passageiros caiu cerca de 60% em relação à previsão inicial das empresas. É como se 360 mil pessoas sumissem dos ônibus todos os dias. Está tudo aqui, em dados disponibilizados pela URBS. (Portal da Transparência Coronavírus)

  • As empresas afirmam que, atualmente, só arrecadam o suficiente para cobrir metade dos seus custos. Segundo os cálculos da URBS, a passagem teria que custar R$ 16 (em vez de R$ 4,50) para reequilibrar a equação financeira.

Na mensagem encaminhada com a proposta, a área técnica da URBS argumenta que “não haveria como o sistema continuar subsistindo por muito tempo” com a atual redução de passageiros, e que os ônibus “fatalmente atingiriam uma situação de colapso”.

Mas… O socorro milionário às gigantes do transporte, enquanto pequenos empresários, autônomos e desempregados também sofrem com a pandemia, provocou críticas. O Ministério Público resolveu apurar os repasses, o Tribunal de Contas questionou se houve infração à Lei de Responsabilidade Fiscal e o assunto, é claro, já virou tema de pré-campanha. (Gazeta do Povo e G1 Paraná)

🗣️ E você, leitor: o que acha? O auxílio ao sistema de ônibus é justificado? Será que haveria como evitar aglomeração nos veículos? Daria pra investir num transporte de massa mais seguro em meio a uma pandemia? Mande sua opinião para nós respondendo a esse email 😉

 

3. Curtas da semana ⚡

Pra acompanhar do sofá: ainda está rolando o Festival Folclórico de Etnias do Paraná, com apresentações online (e lindas!) sempre às 20h, até domingo (30). Também começou neste mês a edição online do diálogo com artistas do Museu Oscar Niemeyer, transmitida uma vez por mês, aos domingos, às 16h, pelo canal do Youtube do museu. (Plural e MON)

Pra ir de máscara: foi retomada no último fim de semana a Feira do Largo da Ordem (que agora também funciona no sábado, e passou de 1.300 barraquinhas para 300 😲). O Mercado Municipal também reabriu aos domingos, assim como os parques da cidade. Aproveite com moderação! 😷(Curitiba de Graça e BandNews FM)

Pra comer: vai até quinta (27) o festival VinaBurguer, um festival de hambúrgueres a R$ 22 para pedir pelo aplicativo e comer em casa. (Tribuna do Paraná)
 

Acesse esta nota avulsa

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4. Japona para todos

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Em tempos de frio recorde, também temos solidariedade em Curitiba: este café no centro da cidade aproveitou um espacinho da sua vitrine para oferecer casacos e cobertores a quem precisasse. ❤️ O clique é da leitora Isadora Rupp.
 

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5. Pra terminar: em bom curitibanês

“Era uma matemática muito diferente daquela que eu conhecia da escola. Ela me apresentava a descoberta de possibilidades, de áreas, de conceitos e estruturas que eu não tinha ideia que existiam.”

Essa paixão inspiradora pela Matemática é de Aline Zanardini, uma curitibana por adoção: natural de Pato Branco (PR), ela se formou por aqui, na Universidade Federal do Paraná, e hoje é doutoranda na Universidade da Pensilvânia, nos EUA.

Aline foi destaque recente após participar de um seminário internacional sobre geometria algébrica. Os estudos que faz, boa parte na base do papel e caneta, nos lembraram os gênios da série The Big Bang Theory 😉(Portal UFPR)

Que tenhamos uma semana repleta de possibilidades!
 

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Sobre

O Expresso é um boletim de notícias locais sobre Curitiba enviado todas as segundas e sextas-feiras por e-mail. Assine!

2019 © O EXPRESSO TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Curtas da semana

Pra acompanhar do sofá: ainda está rolando o Festival Folclórico de Etnias do Paraná, com apresentações online (e lindas!) sempre às 20h, até domingo (30). Também começou neste mês a edição online do diálogo com artistas do Museu Oscar Niemeyer, transmitida uma vez por mês, aos domingos, às 16h, pelo canal do Youtube do museu. (Plural e MON)

Pra ir de máscara: foi retomada no último fim de semana a Feira do Largo da Ordem (que agora também funciona no sábado, e passou de 1.300 barraquinhas para 300 😲). O Mercado Municipal também reabriu aos domingos, assim como os parques da cidade. Aproveite com moderação! 😷 (Curitiba de Graça e BandNews FM)

Pra comer: vai até quinta (27) o festival VinaBurguer, um festival de hambúrgueres a R$ 22 para pedir pelo aplicativo e comer em casa. (Tribuna do Paraná)

Pra terminar: em bom curitibanês

“Era uma matemática muito diferente daquela que eu conhecia da escola. Ela me apresentava a descoberta de possibilidades, de áreas, de conceitos e estruturas que eu não tinha ideia que existiam.”

Essa paixão inspiradora pela Matemática é de Aline Zanardini, uma curitibana por adoção: natural de Pato Branco (PR), ela se formou por aqui, na Universidade Federal do Paraná, e hoje é doutoranda na Universidade da Pensilvânia, nos EUA.

Aline foi destaque recente após participar de um seminário internacional sobre geometria algébrica. Os estudos que faz, boa parte na base do papel e caneta, nos lembraram os gênios da série The Big Bang Theory 😉 (Portal UFPR)

Que tenhamos uma semana repleta de possibilidades!

Mais dinheiro para os ônibus 🚌

Passamos agora a um dos temas preferidos do curitibano: o busão.

Semana passada, os vereadores aprovaram um novo repasse de aproximadamente R$ 135 milhões às empresas de ônibus de Curitiba — um auxílio emergencial até o fim do ano para compensar a queda de passageiros durante a pandemia. (Câmara Municipal de Curitiba)

A justificativa do município é que o dinheiro vai manter em funcionamento o sistema, que é de utilidade pública e tem relevância social. Até a Constituição Federal, explica a mensagem do Executivo à Câmara, diz que o transporte público é um serviço essencial — e que, se parar, provocaria danos enormes à cidade. “Curitiba não socorre empresa. Mantém seu transporte ativo, a todo vapor”, disse o líder do prefeito na Câmara.

📉 Pra quem não sabe, por causa da pandemia, o número de passageiros caiu cerca de 60% em relação à previsão inicial das empresas. É como se 360 mil pessoas sumissem dos ônibus todos os dias. Está tudo aqui, em dados disponibilizados pela URBS. (Portal da Transparência Coronavírus)

  • As empresas afirmam que, atualmente, só arrecadam o suficiente para cobrir metade dos seus custos. Segundo os cálculos da URBS, a passagem teria que custar R$ 16 (em vez de R$ 4,50) para reequilibrar a equação financeira.

Na mensagem encaminhada com a proposta, a área técnica da URBS argumenta que “não haveria como o sistema continuar subsistindo por muito tempo” com a atual redução de passageiros, e que os ônibus “fatalmente atingiriam uma situação de colapso”.

Mas… O socorro milionário às gigantes do transporte, enquanto pequenos empresários, autônomos e desempregados também sofrem com a pandemia, provocou críticas. O Ministério Público resolveu apurar os repasses, o Tribunal de Contas questionou se houve infração à Lei de Responsabilidade Fiscal e o assunto, é claro, já virou tema de pré-campanha. (Gazeta do Povo e G1 Paraná)

🗣️ E você, leitor: o que acha? O auxílio ao sistema de ônibus é justificado? Será que haveria como evitar aglomeração nos veículos? Daria pra investir num transporte de massa mais seguro em meio a uma pandemia? Mande sua opinião para nós respondendo a esse email 😉

Os ouvidos da cidade

Quem é de Curitiba já sabe. Se sua rua está esburacada, se o ônibus atrasou, se o poste não funciona, basta discar 156 no telefone e voilà: a informação, queixa ou solicitação que você busca estará, no mínimo, registrada.

📞 Nesta edição, por curiosidade e pra fugir um pouco das notícias de sempre, a gente d’O Expresso resolveu mapear tudo que dizia respeito à epidemia de coronavírus na base de dados da Central 156 — que, com uma média de 800 registros por dia, é provavelmente um dos melhores termômetros do cotidiano curitibano.

A animação mostra a evolução das demandas sobre o coronavírus na Central 156 desde março — e onde cada uma delas foi registrada. Veja o mapa completo aqui.

Foram pouco mais de 7 mil demandas sobre a epidemia desde março, incluindo denúncias de aglomerações, dúvidas sobre funcionamento de comércio e pedidos de fiscalização. O atendimento para quem tem sintomas da doença, é bom lembrar, foi concentrado em uma central específica da prefeitura (portanto, não está incluído aqui). (Gazeta do Povo)\

Chegamos a algumas descobertas interessantes, que compartilhamos com você:

1- Bares, supermercados, academias, shoppings e (curiosamente) armarinhos estão entre os estabelecimentos com o maior número de queixas de aglomeração

🧶 Os armarinhos, aliás, chamaram a nossa atenção: aparentemente, com tanta gente em casa, fazer artesanato (e em especial, máscaras de tecido) virou hábito entre os curitibanos, que provocaram um fluxo inédito às lojas. Em relatos ao 156, moradores dizem que falta ventilação às lojas e que os clientes não respeitam o distanciamento.

2- Os meses de março e julho registraram os picos de ocorrências sobre o coronavírus no 156. O primeiro marcou o início da pandemia, quando ainda havia muitas dúvidas sobre o funcionamento da cidade; o segundo registrou o auge de casos até agora.

  • As ocorrências crescem especialmente nos dias seguintes à imposição da bandeira laranja na cidade e ao decreto de lockdown do governo estadual.

3- Os bairros Centro, CIC, Água Verde, Sítio Cercado e Boqueirão são os campeões de registros de aglomerações e pedidos de fiscalização de comércios e templos. 

🔎 Você pode consultar o mapa com todas as ocorrências aqui — e até buscar os registros mais próximos da sua casa ou do seu local de trabalho. Os dados estão atualizados até 31/07/2020.

Para saber mais: o Marcos Abreu, que integra o grupo Code for Curitiba, fez uma análise bem interessante sobre as solicitações do 156 nos últimos dois anos. Demandas sobre a coleta de lixo, trânsito e iluminação pública são as mais recorrentes na capital. 

E, como sempre: os dados mais recentes da epidemia de coronavírus em Curitiba estão atualizados no nosso Monitor COVID-19 Curitiba.

Japona para todos

Em tempos de frio recorde, também temos solidariedade em Curitiba: este café no centro da cidade aproveitou um espacinho da sua vitrine para oferecer casacos e cobertores a quem precisasse. ❤️ O clique é da leitora Isadora Rupp.

Curtas da semana ⚡

Sucesso: O ranking nacional 100 Startups to Watch colocou 5 startups curitibanas na lista. Beetools, Laura, Hi Technologies, Olist e Polen foram apontadas como iniciativas que merecem atenção de possíveis investidores. (PEGN)

36×36: As chuvas dessa semana não foram suficientes para amenizar a estiagem, e o rodízio no abastecimento de água em Curitiba endureceu: 36 horas com água seguidas de 36 horas sem água. A Sanepar até reativou um reservatório secular, construído em 1906, para tentar amenizar o problema. (Agência Estadual de Notícias e CBN Curitiba) 

Enquanto isso: Curitibanos fazem filas para comprar tambores que armazenam água da chuva e recorrem ao Google para saber sobre as medidas de contenção. A busca por termos como “rodízio Curitiba” e “estiagem Curitiba” aumentaram até 3.500% neste ano. (Tribuna do Paraná e Google Trends)

Os orgânicos ganham a mesa curitibana 🥕

Com mais gente passando tempo em casa (e na cozinha!), a mesa do curitibano parece ter ficado mais saudável: a procura por alimentos orgânicos cresceu entre 30% e 50% desde os primeiros meses da pandemia, segundo relatam produtores da cidade. (AEN)

“Não temos mais que gastar em saídas; então, vamos comer melhor”, é o que a produtora Claudia Capeletti tem ouvido dos clientes.

🍳 É um movimento nacional, aliás — depois de um ano em que o setor cresceu 15% no país. “O consumidor está entendendo o valor agregado do orgânico e está disposto a pagar pelo seu preço, que, aliás, não é tão maior assim, se computadas as muitas vantagens da escolha”, comenta Clauber Cruz, diretor da Organis, baseada em Curitiba. (BBC Brasil) 

Por que é tão caro? A agricultora Milena Miziara, que largou emprego em Curitiba para se dedicar à produção de orgânicos no sítio da família, lista alguns fatores neste texto

  • maior custo de mão de obra (que é intensiva!)
  • uma remuneração mais justa ao produtor, e 
  • mais valor agregado (leia-se, benefícios ao meio ambiente e à saúde). 

Mas ela admite que ainda há abuso nos preços, e que a melhor opção é comprar direto do produtor. (Papo Reto)

🌊 Para aproveitar a onda, o governo do Paraná quer multiplicar o número de produtores orgânicos no estado, passando de 3.500 para 10 mil, ajudando com assistência técnica e certificação. (AEN)

Nem tudo são flores: com a suspensão das feiras livres aos fins de semana em Curitiba e a diminuição do movimento nas ruas em geral, muita gente penou. Para alguns produtores, a queda foi apenas parcialmente compensada com as entregas — que exigiram, além disso, um novo esforço logístico.

🗣️ E você, leitor? Tem algum produtor de orgânicos para indicar? Coloca lá n’O Expresso Conecta, nossa plataforma de negócios locais. As dicas são sempre bem-vindas!

Pra terminar: em bom curitibanês

“Elle que não facilite com a Hespanhola porque aqui tem morrido muita gente, até sete num dia. O café e a cachaça é um veneno para a Hespanhola.”

As aspas de hoje são da curitibana Thereza Gabardo, direto do túnel do tempo: foram escritas em novembro de 1918, numa carta à sua filha Julia, compartilhada no Antigamente em Curitiba.

Moradora do Portão (é de onde ela assina a carta, aliás), Thereza recomenda à filha uma série de cuidados contra a doença: além do café e da cachaça, estão na lista um chá de “suador” com folha de laranja, “não apanhar vento nunca” e “comer uma sopinha de vez em quando, com pão torrado e caldo”.

Agradecemos a Chris Lavalle, trineta de Thereza, pela preciosidade que compartilhou!

Uma semana com muita sopinha e caldo para esquentar 🙂

Fiquemos em casa!

🍎 O curitibano quer comida orgânica

🍎 O curitibano quer comida orgânica

Bom dia!

Tudo o que você precisa para hoje é seu Expresso e… um guarda-chuva ☔ Chove sem parar em Curitiba (que bom!), e tem gente dizendo que sai até neve nesta semana! Será?

Hoje falamos sobre o aparente platô nos casos de coronavírus em Curitiba, sobre os pássaros da cidade e sobre o aumento do consumo de orgânicos na pandemia.

Temos uma porção de novos assinantes nesta semana — saiu notícia sobre a gente, olha que chique 💁‍ Nossas boas vindas a todos, em especial aos novos apoiadores: Alexandre Cardoso, Leonardo Ferrari, Katia Pichelli, Stephanie D’ornelas e Thiago Benassi

Se você também curte bater um papo conosco toda semana, consulte nossos planos em oexpresso.curitiba.br/apoie e contribua com o nosso trabalho. Outra opção, claro, é sempre compartilhar O Expresso por aí usando os links abaixo:

Tempo de leitura da edição de hoje:
7 minutos e 24 segundos

Nosso próximo encontro:
Terça, 25 de agosto

1. Um vírus (ainda) em movimento

Nesta terça (18), Curitiba amanhece com menos restrições: a cidade volta à bandeira amarelareabrindo parques, bares e o comércio aos fins de semana. (Plural)

A justificativa é que a cidade teria entrado no tão falado platô da epidemia: desde a semana passada, o número de novos casos se estabilizou, e a partir de agora a expectativa é que entremos em curva descendente. (Gazeta do Povo)

De fato, se compararmos a semana passada com a anterior, houve:

  • queda no número de novos casos por semana;
  • queda no número de óbitos semanais; 
  • queda dos casos ativos (curitibanos que estão infectados e transmitem o vírus);
  • estabilização da ocupação das UTIs em 80%.

👉 Tem um bom resuminho dos dados nesta reportagem. (Gazeta do Povo)

Mas o alerta permanece: no nosso observatório d’O Expresso sobre a epidemia, o Monitor COVID-19 Curitiba, continuamos colhendo dados regionalizados do coronavírus na cidade. Olha como está a situação hoje:

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A evolução do coronavírus em Curitiba: atualmente, a região sul da cidade é a mais exposta ao vírus. Veja a animação completa aqui.
 

1. Os casos hoje estão concentrados na região sul: a maior incidência do vírus está na regional do Bairro Novo, que abriga o Sítio Cercado, Ganchinho e Umbará.

2. O vírus mata mais na regional do Cajuru: a letalidade lá é de 4,6%, contra uma média de 2,9% na cidade. Os bairros com mais mortes, por sua vez, são CIC, Sítio Cercado, Cajuru e Boqueirão.

3. Ao longo dos meses, dá pra ver claramente o movimento de ‘periferização da doença’, de que já falamos aqui n’O Expresso. Os casos começam no centro, e se deslocam até as bordas da cidade.
 

“Há decréscimos, mas estamos no alto”. Palavras da própria secretária da Saúde de Curitiba, deixando claro que a situação ainda é crítica. Afinal, ninguém sabe como a epidemia vai se comportar nos próximos dias. Por isso, use máscara, mantenha o distanciamento e, se possível, fique em casa!

 

2. Os orgânicos ganham a mesa curitibana 🥕

Com mais gente passando tempo em casa (e na cozinha!), a mesa do curitibano parece ter ficado mais saudável: a procura por alimentos orgânicos cresceu entre 30% e 50% desde os primeiros meses da pandemia, segundo relatam produtores da cidade. (AEN)

“Não temos mais que gastar em saídas; então, vamos comer melhor”, é o que a produtora Claudia Capeletti tem ouvido dos clientes.

🍳 É um movimento nacional, aliás — depois de um ano em que o setor cresceu 15% no país. “O consumidor está entendendo o valor agregado do orgânico e está disposto a pagar pelo seu preço, que, aliás, não é tão maior assim, se computadas as muitas vantagens da escolha”comenta Clauber Cruz, diretor da Organis, baseada em Curitiba. (BBC Brasil) 

Por que é tão caro? A agricultora Milena Miziara, que largou emprego em Curitiba para se dedicar à produção de orgânicos no sítio da família, lista alguns fatores neste texto

  • maior custo de mão de obra (que é intensiva!)
  • uma remuneração mais justa ao produtor, e 
  • mais valor agregado (leia-se, benefícios ao meio ambiente e à saúde). 

Mas ela admite que ainda há abuso nos preços, e que a melhor opção é comprar direto do produtor. (Papo Reto)

🌊 Para aproveitar a onda, o governo do Paraná quer multiplicar o número de produtores orgânicos no estado, passando de 3.500 para 10 mil, ajudando com assistência técnica e certificação. (AEN)

Nem tudo são flores: com a suspensão das feiras livres aos fins de semana em Curitiba e a diminuição do movimento nas ruas em geral, muita gente penou. Para alguns produtores, a queda foi apenas parcialmente compensada com as entregas — que exigiram, além disso, um novo esforço logístico.

🗣️ E você, leitor? Tem algum produtor de orgânicos para indicar? Coloca lá n’O Expresso Conecta, nossa plataforma de negócios locais. As dicas são sempre bem-vindas!

 

 

3. Curtas da semana ⚡

Sucesso: O ranking nacional 100 Startups to Watch colocou 5 startups curitibanas na lista. Beetools, Laura, Hi Technologies, Olist e Polen foram apontadas como iniciativas que merecem atenção de possíveis investidores. (PEGN)

36×36: As chuvas dessa semana não foram suficientes para amenizar a estiagem, e o rodízio no abastecimento de água em Curitiba endureceu: 36 horas com água seguidas de 36 horas sem água. A Sanepar até reativou um reservatório secular, construído em 1906, para tentar amenizar o problema. (Agência Estadual de Notícias e CBN Curitiba) 

Enquanto isso: Curitibanos fazem filas para comprar tambores que armazenam água da chuva e recorrem ao Google para saber sobre as medidas de contenção. A busca por termos como “rodízio Curitiba” e “estiagem Curitiba” aumentaram até 3.500% neste ano. (Tribuna do Paraná e Google Trends)
 

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4. Jacu do Água Verde

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Esses pássaros faceiros aí da foto, por incrível que pareça, são jacus — flagrados num condomínio do bairro Água Verde por Franco Iacomini. 

Muita gente não sabe, mas pelo menos 366 espécies nativas de pássaros podem ser observadas em Curitiba (como o pica-pau que mostramos algumas edições atrás). Teve jacu, aliás, que já virou até mascote no Tarumã. (O Eco e Gazeta do Povo)

Esses jacus não têm nada de… jacus! 😜
 

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5. Pra terminar: em bom curitibanês

“Elle que não facilite com a Hespanhola porque aqui tem morrido muita gente, até sete num dia. O café e a cachaça é um veneno para a Hespanhola.”

As aspas de hoje são da curitibana Thereza Gabardo, direto do túnel do tempo: foram escritas em novembro de 1918, numa carta à sua filha Julia, compartilhada no Antigamente em Curitiba.

Moradora do Portão (é de onde ela assina a carta, aliás), Thereza recomenda à filha uma série de cuidados contra a doença: além do café e da cachaça, estão na lista um chá de “suador” com folha de laranja, “não apanhar vento nunca” e “comer uma sopinha de vez em quando, com pão torrado e caldo”.

Agradecemos a Chris Lavalle, trineta de Thereza, pela preciosidade que compartilhou!

Uma semana com muita sopinha e caldo para esquentar 🙂

Fiquemos em casa!
 

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