🎉 Quem amanheceu mais velha hoje?
- Edição enviada em 30/03/2021
- às 06:00
Bom dia!
Hoje Curitiba amanheceu mais velha: 328 anos e… um dia. Para se reconectar à cidade, sugerimos um passeio pelos prédios desta pequena metrópole. Também falamos sobre a pandemia e fazemos uma homenagem a outro curitibano que aniversariou ontem… Adivinhe quem?
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Tempo de leitura da edição de hoje:
7 minutos e 48 segundos
Nosso próximo encontro:
Terça, 6 de abril
1. Olhe para o céu 🌤️
Esta é a semana de aniversário de Curitiba: a cidade que amamos fez 328 anos ontem, dia 29 É uma época um pouco triste para celebrar, com uma pandemia que fez tantas vítimas em nossa cidade e pelo mundo.
Mas a gente queria aproveitar a ocasião para sugerir um passeio ao ar livre, seguro e de íntima conexão com a cidade: andar pelo centro e admirar os primeiros arranha-céus de Curitiba.
🏙️ Quem faz o convite são as pesquisadoras do Morar nas Alturas, Elizabeth Amorim de Castro e Zulmara Sauner Posse – que montaram três roteiros super bacanas para entender o processo de verticalização de Curitiba.
- O primeiro mapeia os primeiros prédios erguidos na cidade, entre 1926 e 1943;
- O segundo identifica os edifícios comerciais que ainda hoje marcam a paisagem do centro de Curitiba, construídos entre 1944 e 1960;
- O terceiro, por fim, mostra os edifícios residenciais ou de uso misto construídos na área central nas décadas de 1940 a 1960.
Você reconhece este edifício? Ele foi considerado o primeiro condomínio do Paraná, e fica em frente a uma praça icônica de Curitiba. Saiba mais aqui.
Dá inclusive para fazer o passeio de forma virtual, clicando nos links acima e explorando as fotos incluídas pelas pesquisadoras em cada um dos pontos – há preciosidades como fotos antigas e até as propagandas de lançamento dos edifícios, como esta da antiga sede do Clube Curitibano.
Algumas curiosidades:
- Lá naquele início, a verticalização de Curitiba estava muito ligada à ideia de modernização e embelezamento da urbe. Os arranha-céus (os primeiros não tinham mais que quatro andares) eram um símbolo do progresso, e vieram junto com o asfalto, a definição de padrões construtivos e o alargamento das ruas;
- “Depois que surgiu esse negócio, ninguém mais quer ser industrial”: era o que vaticinava um jornal da época, em 1940. “Com o salário de um funcionário [o ascensorista que faz as vezes de cobrador de aluguel], o capitalista resolve o seu caso. Uma fábrica dá mais trabalho e… menos lucro”;
- Mas a maioria dos jornais, na verdade, exaltava a verticalização: “uma notável contribuição ao progresso de nossa cidade”, dizia esta notícia sobre o edifício José Loureiro, de 1949, que afirmava que os empreendimentos “elevavam Curitiba à categoria de uma grande metrópole”.
🤿 Para ir a fundo:
- Quem quiser se deliciar com os recortes de jornais e as fotos de Curitiba pode acessar o livro na íntegra, em PDF, aqui.
- Falando em história, vale conferir a última coluna do nosso Diego Antonelli, que agora fala sobre as construções mais antigas de Curitiba. A primeira foi sobre a Igreja da Ordem.
2. As curvas que não gostaríamos de acompanhar 📈
Seremos objetivos no assunto obrigatório de sempre: a pandemia do coronavírus. 😷
- Comecemos pelo copo meio cheio: houve queda no índice de transmissão da doença e na média de mortes diárias, bem como no de casos ativos, como mostra este gráfico (O Expresso);
- Mas a situação continua extremamente preocupante: em média, 35 pessoas morrem de COVID por dia em Curitiba. As UTIs permanecem 100% ocupadas, tanto na rede pública quanto na privada, e as equipes de saúde estão exaustas, como conta este médico. (BandNews FM e piauí)
Hoje, vamos deixar apenas um gráfico, para reflexão:

A mediana da idade das vítimas da COVID em Curitiba. Veja o gráfico completo aqui.
Essa curva descendente representa a idade média das vítimas de COVID em Curitiba, que vem caindo mês a mês. Lá em abril de 2020, era de 77 anos. Em março, chegou a 68 anos, segundo dados da Secretaria da Saúde do Paraná.
Ou seja: cada vez mais gente jovem, com menos de 60 anos, saudável e sem comorbidades, tem sido vítima do vírus. (Gazeta do Povo)
Mais do que nunca, não há grupo de risco. Cuide-se! A vacina logo vem 💉
3. Curtinha: páscoa solidária
Você sabia que tem gente passando fome em Curitiba, de sentir dor no estômago?
“Não tem nada em casa. Só água mesmo”, contou Eliane Silva nesta entrevista à RPC. A catadora Daniele de Goes diz que “tem dias em que a gente come só polenta”. (G1 PR)
🍽️ A maioria das famílias é de catadores de recicláveis, que deixaram de sair por medo de se exporem ao vírus ou por falta de máscara e luvas – ou ainda, de pessoas ficaram desempregadas e agora, com o fim do auxílio emergencial, sentiram ainda mais a dificuldade de colocar comida no prato.
Há como ajudar: Uma paróquia da Vila Torres, no Prado Velho, está arrecadando permanentemente donativos e alimentos para ajudar 2.000 famílias, das comunidades Vila Torres, Portelinha, Icaraí, Parolin, Novo Guaporé, Tatuquara e Acrópole.
Dá para deixar as doações na Capela Nossa Senhora Aparecida (Rua Guabirotuba, 770, no Prado Velho), ou fazer um pix para a Congregação Missionária do Santíssimo Redentor (a chave pix é 41 99963-2350). A dica foi da leitora Carolina Cattani. Obrigada!
4. Pingos
A cena de hoje é, na verdade, um conjunto de cenas belíssimas captadas em Curitiba pelo fotógrafo Daniel Castellano. Neste vídeo você confere todos os cliques, que receberam um toque animado especial.
A dica foi da leitora Lindamir Panacioni.
5. Pra encerrar: em bom curitibanês
“Preferi bater sola nas ruas e ver as coisas a ficar fechado num ateliê caprichando numa pintura acadêmica.”
A frase de hoje é de um curitibano que faz aniversário junto com a cidade: Poty Lazzarotto. O artista nascido em 29 de março de 1924 é conhecido pelos painéis espalhados por Curitiba, como na fachada do Teatro Guaíra ou atrás do Palácio Iguaçu.
Nesta entrevista ao Estado de S.Paulo, provavelmente a última concedida antes de sua morte, em 1998, Poty afirma que, “quando pequeno, morria de inveja do ilustrador de cartaz de cinema, porque muita gente via seu trabalho”.
Vem daí, provavelmente, o gosto pelos murais – que não ficam fechados em ateliês ou galerias, mas ajudam a democratizar a arte.
Ah, para quem não sabe, Poty também se notabilizou por ilustrar livros, como a primeira edição de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Aqui ele conta um pouquinho sobre sua infância e juventude em Curitiba, e aqui tem um pequeno roteiro dos painéis de Poty espalhados pela cidade. (UFRJ, Paraná Portal e Sentidos do Viajar)
Que a cidade continue a nos encantar.
Uma boa semana!