🚪 Restaurantes de portas fechadas
- Edição enviada em 26/01/2021
- às 06:00
Bom dia!
Na edição de hoje (mais breve, com quatro notas), um balanço sobre restaurantes e cafés fechados no ano pandêmico em Curitiba, além de uma atualização sobre a vacinação contra o coronavírus e um convite a parar e… olhar, com o coração.
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Tempo de leitura da edição de hoje:
6 minutos e 30 segundos
Nosso próximo encontro:
Terça, 2 de fevereiro
1. Os lugares que nos deixaram 🍽️
Dia desses, passeando pelas ruas da cidade, a gente começou a reparar em um monte de portinhas fechadas… E, quase no mesmo instante, chegou a mensagem da nossa leitora Ana Justi: “O que vocês acham de uma nota de lugares legais e antigos de Curitiba que fecharam por conta da pandemia?”
A pulga coçou atrás da orelha, e fomos atrás de alguns casos. Concentramo-nos em restaurantes e cafés, um dos setores que mais sentiram os impactos da pandemia.
Alguns exemplos: além do Empadas Caruso, de que já falamos aqui, teve o Exprèx Caffè, na Santos Andrade; o Miyako, na Getúlio Vargas; o Bar do Pudim, no centro; e o Castelo Trevizzo, em Santa Felicidade. Nesta semana, a churrascaria Devon’s também anunciou seu fechamento. (Tribuna do Paraná)
- O problema, claro, é nacional – esta reportagem cita alguns exemplos curitibanos e lembra de outros bares tradicionais que fecharam no Rio, em BH, no Recife. E é, claro, compreensível: afinal, não dá para ignorar o perigo do coronavírus. (Folha de S.Paulo)
Aos números: A gente d’O Expresso foi sondar a base de alvarás de Curitiba para ver se conseguia encontrar algo a respeito. Foi difícil, mas filtrando aqui e ali, descobrimos que 907 restaurantes, cafés e lanchonetes de Curitiba deixaram de ter alvará ativo ao longo do último ano.
- Porém… ao mesmo tempo, 493 restaurantes, cafés e lanchonetes iniciaram suas atividades em 2020. Muitos têm alvará no mesmo lugar onde, antes, funcionava outro estabelecimento – que em alguns casos só mudou de dono, ou de nome.
🔢 Noves fora, dá para dizer que Curitiba perdeu cerca de 400 restaurantes, lanchonetes e cafés ao longo do último ano. Isso, é claro, é uma estimativa.
O bairro de Curitiba com mais restaurantes, cafés e lanchonetes fechados é o Centro, com 92. Depois vem o Sítio Cercado, com 27. Veja o mapa completo aqui.
Isso sem contar os que estão heroicamente abertos – como o Cosmos Gastrobar, que ficou só em delivery por sete meses em favor do combate à pandemia. (BBC Brasil)
🗣️ E você, leitor? Lembra de algum restaurante ou café do coração que fechou as portas? Ou de algum que está aberto e vale a pena prestigiar? Conta pra gente! #comprelocal
2. Updates da vacina em Curitiba 💉
Um jogo rápido sobre a vacinação contra o coronavírus em Curitiba:
Boas notícias:
- Chegaram mais doses da vacina em Curitiba, desta vez, da AstraZeneca/Oxford;
- Em Israel, que no último mês vacinou 26% da sua população, os casos graves de COVID-19 diminuíram consideravelmente entre idosos; (The Economist)
- Por aqui, a prefeitura estima que, se as doses vierem, dá para vacinar todo mundo até agosto – ou seja, num ritmo de 6 mil pessoas por dia. (Gazeta do Povo)
Mas…
- Para conseguir mais vacinas em todo o país, precisamos resolver os nós de logística e insumos. Por isso, a expectativa de vacinar todo mundo até agosto em Curitiba é apenas matemática e, por ora, bem pouco real; (Folha de S.Paulo)
- Houve críticas ao modelo de vacinação no Parque Barigui (por que não vacinar os profissionais de saúde direto nos hospitais?), e acusações de muita propaganda pela prefeitura. (G1 PR)
E um alerta: quem mais transmite a doença vai ser vacinado por último, como mostra o Urbideias, grupo de estudos de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Positivo. São as pessoas que têm entre 20 e 59 anos, e que representam 75% dos casos de COVID-19 em Curitiba. (BandNews FM)
Por isso, não dá para vacilar: acompanhe a curva da epidemia no nosso Monitor COVID-19 Curitiba, se cuide, use máscara e fique em casa sempre que possível! 😷
3. Pare, olhe, escute
Um convite para pausar é sempre bem-vindo. O clique, no bairro Cristo Rei, foi de Estelita Carazzai.
4. Pra encerrar: em bom curitibanês
“Quem enxerga só com os olhos não vê muita coisa, na verdade. Eu, que sou cego, enxergo com a alma e com o coração.”
A frase que encerra esta edição é de um angolano adotado por Curitiba, Jacob Cachinga, em depoimento à revista piauí.
Cego por consequência do sarampo e refugiado da guerra civil em Angola, ele se mudou para a cidade aos 11 anos, em 2001. Foi acolhido no Instituto Paranaense de Cegos, ali na Visconde de Guarapuava – onde viveu até os 18 anos, aprendeu a se locomover com autonomia e teve aulas de braile.
Dali, ele seguiu à faculdade de Educação Física e ao mestrado, que está concluindo na PUCPR. Além disso, canta no coral Vozes de Angola e é professor voluntário de dança para pessoas cegas.
“Sinto como se fosse uma forma de retribuir Curitiba por tudo o que a cidade me proporcionou desde que cheguei aqui, quando criança.” ❤️ A gente é quem agradece, Jacob, por tornar a nossa cidade mais humana e plural.
Uma ótima semana e até terça!