👶🌿🐘 Nesta edição: parto em palavras, nova estufa e mamute chegando

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Bom dia!

Chegou à sua caixa de entrada mais uma curadoria de notícias de Curitiba. Nesta edição, falamos das ações contra o surto de sarampo na cidade, da programação cultural para os próximos dias e de uma história emocionante numa maternidade curitibana 💗

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Tempo de leitura da edição de hoje:
10 minutos

Nosso próximo encontro:
Terça, 19 de novembro

1. Jovens, fiquem alertas ao sarampo

E continua o alerta contra o sarampo em Curitiba — especialmente entre jovens.

Na semana passada, agentes de saúde da prefeitura fizeram uma ação massiva de vacinação na Unicuritiba, após alguns casos suspeitos de sarampo na universidade. Não foi a primeira vez: esses bloqueios vacinais têm ocorrido toda semana, nos locais de trabalho ou estudo daqueles que estão com suspeita da doença. 

Força-tarefa: Até agora, a prefeitura de Curitiba estima que mais de 31 mil pessoas já foram vacinadas por terem contato com casos suspeitos de sarampo. A ação é preventiva: toda pessoa que teve contato com um doente suspeito, no local de trabalho ou de estudo, é vacinada, a não ser que já tenha recebido as duas doses contra o sarampo. Em média, 50 pessoas recebem a vacina a cada caso suspeito, para evitar a doença se propague.

🤒 A prefeitura confirmou que quase 60% dos casos em Curitiba ocorreram em jovens de 20 a 29 anos — a idade mediana é de 22 anos. O público universitário, portanto, é um grande alvo da doença.

E atenção: apesar de o atual surto ter começado em São Paulo, só 29 casos em Curitiba foram importados do estado vizinho. Em 188, a transmissão atingiu pessoas que não viajaram, mas que entraram em contato com doentes.

“É uma doença muito contagiosa, de fácil transmissão. Muitos dos jovens [se contaminaram] porque não estão vacinados: fizeram a vacina lá na infância, mas não receberam a segunda dose”, disse Renato Lopes, chefe da Divisão de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde, à CBN Curitiba.

💉 A vacina, como sempre, continua disponível de graça nos postos de saúde de Curitiba.
 

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2. Parto em palavras: um relato emocionante

“A sala em que nós estamos é toda branca. Com azulejos brancos. Temos aqui o doutor Juliano, que você já conhece. Ele vai ficar sempre à sua esquerda.” 

Foi assim que teve início um parto ocorrido agora em setembro, na Maternidade Santa Brígida, em Curitiba — em que tanto pai quanto mãe eram cegos, e que foi narrado com uma audiodescrição, a cada passo da cesariana.

O trabalho foi feito pela audiodescritora Brisa Teixeira, e contado nesta linda reportagem da revista piauí deste mês. A gente se emocionou lendo, e achamos que vocês, leitores, também vão gostar dessa história que rolou ali no Água Verde, bem pertinho da gente.

Spoiler: a descrição foi tão marcante que os médicos se empolgaram e começaram a narrar também. Segundo um deles, o nenê nasceu “com uma cor bem bonitinha”. “Bem cor-de-rosinha.” ❤
 

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3. Ainda sobre o ônibus: a voz dos nossos leitores

Semana passada, fizemos aqui n’O Expresso um relato sobre um evento organizado pelas empresas de ônibus da cidade, que debateu possíveis soluções para melhorar o transporte público em Curitiba

🗣 Alguns leitores se manifestaram, e a gente queria registrar essas vozes:

Ônibus ainda cheio e trajeto contramão, porém com mais confortoDependendo do horário, os biarticulados continuam muito cheios, e nos finais de semana e feriados demoram bastante a passar. Moro no Portão e trabalho no Batel, o que é um trajeto meio contramão de se fazer, pois se eu não quiser andar 7-8 quadras depois de descer do expresso, ainda tenho que pegar outro ônibus. No mais, consigo ver uma melhora no estado dos ônibus, já que essa linha já foi quase toda modificada com a nova frota, trazendo pelo menos um pouco mais de conforto.

Aline Jorge
que pega o ‘Santa Cândida/Capão Raso’ todos os dias, para ir ao trabalho.


Sistema defasadoEu ainda ando de ônibus, mas vejo nosso sistema atual defasado. Esse negócio de ter que ir até um terminal para trocar de ônibus é um atraso. Por que não proporcionar ao usuário a opção de trocar de ônibus utilizando o cartão? […] O transporte público tem que se adequar à nova maneira que os curitibanos estão vivendo. Não existe mais hora do rush. Tem gente que trabalha em shopping e tem outros horários, e fica totalmente desassistida pelo sistema.

Lilian Nadalini
defensora da integração temporal e de mais ônibus fora do pico.


Curto e breveComo eu queria ter participado desse fórum, mas me senti representado na provocação do professor da FAE. 

Michel Prado
que gostou do questionamento sobre quem, afinal, pega ônibus hoje na cidade.


Ainda sobre mobilidade:

  • A prefeitura anunciou poucos dias atrás um plano cicloviário para Curitiba, para aumentar a circulação de bikes na cidade. O objetivo é chegar a 400 km de ciclovias e ciclofaixas até 2025 — quase o dobro dos 208 km atuais. Leia a íntegra aqui.
  • Urbs anunciou sua nova marca na semana passada, durante o fórum em que O Expresso esteve presente. A empresa diz que vem trabalhando para “quebrar paradigmas”, e defende recentes mudanças como a tarifa diferenciada fora do pico e a venda de passagens por aplicativos.
 

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4. Curtas da semana

🌳 Reabriu: a icônica estufa do Jardim Botânico de Curitiba, que estava fechada desde janeiro. A estrutura de metal foi recuperada, vidros foram trocados e uma nova iluminação foi inaugurada. A prefeitura promete ainda instalar um café e uma escola de jardinagem no futuro — o que deve ficar pronto até meados do ano que vem. (Gazeta do Povo e Prefeitura de Curitiba)

👍 Loco de joia: empresas de Curitiba estão oferecendo oportunidades de emprego para pessoas trans, imigrantes e refugiados. Na última semana, uma rede de fast food anunciou 50 vagas para pessoas trans, em parceria com a prefeitura. Depois, foi a vez de uma transportadora abrir 62 vagas para migrantes. Os processos já se encerraram, mas a gente celebra as iniciativas por aqui 🏆 (Prefeitura de Curitiba e CBN Curitiba)

📜 Raízes: foi inaugurada na semana passada uma exposição super interessante, na Biblioteca Pública do Paraná, para celebrar o mês da Consciência Negra. É sobre a perseguição contra negros durante o Holocausto. O legal é que, junto com ela, a biblioteca está promovendo eventos gratuitos que vão debater a insurgência quilombola no Paraná, o papel da Sociedade 13 de Maio na mobilização negra em Curitiba, entre outros temas. A programação acontece ao longo do mês. (BPP)

🧼 Explore a cidade: vai rolar lavação das escadarias da Igreja do Rosário, ali no Largo da Ordem, no domingo que vem (17), durante a Festa do Rosário, promovida para celebrar o Dia da Consciência Negra em Curitiba. A agenda completa também inclui apresentações culturais e uma festa literária afro-paranaense, ao longo do fim de semana.
 

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5. Cenas de Curitiba: mamute

O registro de hoje é da Mamute – feira gráfica que chega na terceira edição no próximo dia 23 de novembro e que é parceira aqui d’O Expresso. A foto é de Amanda Lovato.

Aliás, nesta semana eles abriram um projeto de financiamento coletivo para deixar a experiência ainda melhor. 

6. Pra terminar: em bom curitibanês

O Brasil sempre olhou o sul como um espaço europeu. Na verdade, sempre foi xetá, sempre foi guarani, sempre foi kaingang. Só queremos a nossa terra, para poder sobreviver, ter a nossa cultura, plantar, ter nossa subsistência. […] Não dá mais para dizer que não existe indígena.

Camila dos Santos, indígena do povo Kaingang e moradora da aldeia Kakané Porã, a primeira aldeia urbana do sul do Brasil — que fica aqui em Curitiba. Ela gravou um depoimento ao pessoal da PEITA, que lançou uma camiseta com a frase “Lute como uma garota” em guarani e kaingang. O lucro será revertido para a construção de um refeitório para as crianças da aldeia.
 

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Jovens, fiquem alertas ao sarampo

E continua o alerta contra o sarampo em Curitiba — especialmente entre jovens.

Na semana passada, agentes de saúde da prefeitura fizeram uma ação massiva de vacinação na Unicuritiba, após alguns casos suspeitos de sarampo na universidade. Não foi a primeira vez: esses bloqueios vacinais têm ocorrido toda semana, nos locais de trabalho ou estudo daqueles que estão com suspeita da doença. 

Força-tarefa: Até agora, a prefeitura de Curitiba estima que mais de 31 mil pessoas já foram vacinadas por terem contato com casos suspeitos de sarampo. A ação é preventiva: toda pessoa que teve contato com um doente suspeito, no local de trabalho ou de estudo, é vacinada, a não ser que já tenha recebido as duas doses contra o sarampo. Em média, 50 pessoas recebem a vacina a cada caso suspeito, para evitar a doença se propague.

🤒 A prefeitura confirmou que quase 60% dos casos em Curitiba ocorreram em jovens de 20 a 29 anos — a idade mediana é de 22 anos. O público universitário, portanto, é um grande alvo da doença.

E atenção: apesar de o atual surto ter começado em São Paulo, só 29 casos em Curitiba foram importados do estado vizinho. Em 188, a transmissão atingiu pessoas que não viajaram, mas que entraram em contato com doentes.

“É uma doença muito contagiosa, de fácil transmissão. Muitos dos jovens [se contaminaram] porque não estão vacinados: fizeram a vacina lá na infância, mas não receberam a segunda dose”, disse Renato Lopes, chefe da Divisão de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde, à CBN Curitiba.

💉 A vacina, como sempre, continua disponível de graça nos postos de saúde de Curitiba.

Por que Curitiba é referência em gravura?

Basta caminhar um pouco por Curitiba para ver os belíssimos murais de Poty Lazzarotto espalhados por aí. Mas não é só de Poty que vive a gravura curitibana.

📜 Pouca gente sabe, mas desde os anos 1950, Curitiba é referência nesta manifestação artística — uma técnica que usa uma matriz, seja ela de madeira, metal ou material sintético, para reproduzir várias cópias de uma mesma imagem.

Qual o poder dessa arte?“O que diferencia a gravura de qualquer outra técnica de artes gráficas é a democratização. Não só no fazer, no processo, que é muito mais barato do que outras técnicas, mas também na distribuição e no acesso para as pessoas. Ela deixa a arte sair do espaço do museu e ir para as ruas.” O comentário, na mosca, é de Flavia Milbratz, uma das criadoras e coordenadora da Feira Mamute.

E o que é que Curitiba tem? A cidade sedia o principal museu do país dedicado à gravura (com direito a obras de Picasso e Andy Warhol =O), já teve um “centro secreto” de gravura em pleno centro, e até hoje abriga um expressivo grupo de artistas que utilizam a técnica — muitos dos quais estarão na Mamute!

“É uma manifestação artística que envolve os cinco sentidos, que faz com que se tenha um processo de levitação, nos enxergando de fora para dentro”, contou a artista Uiara Bartira, referência nacional e memória viva da gravura em Curitiba, em entrevista recente à Gazeta do Povo.

Um porão agitado

Um porão nos anos 1950, em plena rua Emiliano Perneta, foi um agitado centro de arte e boemia que ajudou a fomentar a gravura em Curitiba. 

De maneira informal e independente, foi criado, embaixo da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, o Centro de Gravura do Paraná, um local tocado por artistas como Nilo Previdi, Alcy Xavier e Violeta Franco, com passagens de Juarez Machado e Fernando Calderari.

Lá, havia “alunas debruçadas incomodamente em cima de uma cadeira, gravando em condições realmente impraticáveis, com instrumento improvisado, como prego, canivete, gilete, grampo etc., obtendo com frequência ótimos resultados”, segundo o relato de Constantino Viaro e Aurélio Benitez. 

Para saber mais:leia este fascinante trabalho de Carla Emília Nascimento.

O que eu vou encontrar na Mamute?

Primeiro: arte, em suas várias formas de diálogo. Estarão na feira, exibindo seus trabalhos, artistas jovens, consagrados, profissionais da moda e da economia criativa. 

Segundo: um espaço aberto e gratuito de encontro, que promete se espalhar pela rua e ser, acima de tudo, uma feira de experiências, e não de produtos.

Terceiro: um espaço especial para crianças, a Mamutinha <3, com direito a oficinas de carimbo, estamparia e outras artes — que, depois, podem ser levadas pra casa, de graça.

O serviço completo:

Feira Mamute: 
Dia: 23/11, sábado
Horário: 11h às 20h
Local: Engenho da Inovação (Rua Engenheiros Rebouças, 1732, sede da Fundação Cultural de Curitiba).

258 casos de sarampo em Curitiba

Na semana passada, voltaram a aumentar os números do sarampo em Curitiba e região metropolitana: agora, são 258 casos confirmados na região neste ano — o equivalente a 94% de todos os registros do Paraná.

A título de comparação, Porto Alegre tem 9 casos. Belo Horizonte, 18.

Por quê? O Paraná é o 2º estado com o maior número de casos confirmados de sarampo no país, segundo o Ministério da Saúde. Fica só atrás de São Paulo. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, é porque o surto começou em São Paulo, e Curitiba tem “um fluxo muito grande e diário de pessoas que vão para São Paulo e que vêm de lá”. (Gazeta do Povo)

Não custa lembrar: a vacina está disponível de graça nos postos de saúde de Curitiba. Ela é especialmente indicada para bebês de 6 a 11 meses, e para jovens adultos, que tenham entre 20 e 29 anos. 💉

Correndo atrás do prejuízo — de ônibus

Na semana passada, O Expresso esteve no Fórum Sistema de Transporte Coletivo, um dia de debates promovido pelo Setransp (Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba) para discutir o futuro do nosso tão falado busão curitibano.

👎 Todo mundo reconheceu que Curitiba, que ficou conhecida como modelo mundial em transporte público, agora está correndo atrás do prejuízo, enquanto enfrenta uma constante queda de passageiros

Por quê? A concorrência com os apps de transporte, o preço da passagem, o aumento da taxa de desemprego e a falta de segurança foram alguns dos motivos apontados durante o evento como razões para a queda.

Uma provocação: no meio do evento, Luiz Gustavo Comeli, professor da FAE e gestor do Distrito CWB, perguntou aos presentes: “Quem aqui veio de ônibus?” Entre cerca de 150 pessoas, a maioria executivos das empresas de ônibus, apenas cinco levantaram a mão. “E quem tem cartão-transporte?”, questionou. Pouco menos de 15 pessoas. 😮

E agora? “A nossa meta é passar Bogotá. Se eles nos copiaram, podemos copiá-los e melhorar ainda mais”, disse Maurício Gulin, presidente do Setransp — no que nos pareceu um objetivo um pouco melancólico, vindo da cidade que já foi referência mundial em transporte público.

👍 O que pode ser solução:

  • Bilhetagem eletrônica: permite pagar o ônibus de novos jeitos, como no cartão de débito ou por meio de um aplicativo de celular. O novo sistema deve virar realidade em seis meses, prometeu a Urbs (Metro Curitiba);
  • Novas formas de receita: os empresários defendem que se faça publicidade na plotagem dos ônibus, por exemplo, ou outras parcerias comerciais;
  • Redesenho das linhas: a sugestão é do professor Cassius Scarpin, da UFPR. Ele, que vem estudando o tema há anos, defende que o percurso das linhas pode ser repensado com base em dados de origem-destino, que podem ser obtidos em tempo real, com geolocalização — para tornar os trajetos mais economicamente viáveis e atender melhor às necessidades da população;
  • Modernização dos contratos: essa proposta é da Urbs, que defende medidas como instituir o leasing de ônibus, em vez de obrigar as empresas a terem frota própria, e a própria bilhetagem eletrônica.


Em resumo: “Não use gordura velha pra fritar polenta”. Ou, nas palavras do prefeito, não tenham medo de inovar. A frase, segundo Greca afirmou no evento, é da matriarca Flora Madalosso, do famoso restaurante de Santa Felicidade.

O que você acha, leitor? Pode funcionar? Há luz no fim do túnel? Você ainda pega ônibus em Curitiba, ou já desistiu? Conta pra nós aqui no oi@oexpresso.curitiba.br 

🚍 Embarque de hoje: ônibus, sarampo e universidades em Curitiba

🚍 Embarque de hoje: ônibus, sarampo e universidades em Curitiba

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Terça, 12 de novembro

1. 🚌 Correndo atrás do prejuízo — de ônibus

Na semana passada, O Expresso esteve no Fórum Sistema de Transporte Coletivo, um dia de debates promovido pelo Setransp (Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba) para discutir o futuro do nosso tão falado busão curitibano.

👎 Todo mundo reconheceu que Curitiba, que ficou conhecida como modelo mundial em transporte público, agora está correndo atrás do prejuízo, enquanto enfrenta uma constante queda de passageiros

Por quê? A concorrência com os apps de transporte, o preço da passagem, o aumento da taxa de desemprego e a falta de segurança foram alguns dos motivos apontados durante o evento como razões para a queda.

Uma provocação: no meio do evento, Luiz Gustavo Comeli, professor da FAE e gestor do Distrito CWB, perguntou aos presentes: “Quem aqui veio de ônibus?” Entre cerca de 150 pessoas, a maioria executivos das empresas de ônibus, apenas cinco levantaram a mão“E quem tem cartão-transporte?”, questionou. Pouco menos de 15 pessoas.

E agora? “A nossa meta é passar Bogotá. Se eles nos copiaram, podemos copiá-los e melhorar ainda mais”, disse Maurício Gulin, presidente do Setransp — no que nos pareceu um objetivo um pouco melancólico, vindo da cidade que já foi referência mundial em transporte público.

👍 O que pode ser solução:

  • Bilhetagem eletrônica: permite pagar o ônibus de novos jeitos, como no cartão de débito ou por meio de um aplicativo de celular. O novo sistema deve virar realidade em seis meses, prometeu a Urbs (Metro Curitiba);
  • Novas formas de receita: os empresários defendem que se faça publicidade na plotagem dos ônibus, por exemplo, ou outras parcerias comerciais;
  • Redesenho das linhas: a sugestão é do professor Cassius Scarpin, da UFPR. Ele, que vem estudando o tema há anos, defende que o percurso das linhas pode ser repensado com base em dados de origem-destino, que podem ser obtidos em tempo real, com geolocalização — para tornar os trajetos mais economicamente viáveis e atender melhor às necessidades da população;
  • Modernização dos contratos: essa proposta é da Urbs, que defende medidas como instituir o leasing de ônibus, em vez de obrigar as empresas a terem frota própria, e a própria bilhetagem eletrônica.

Em resumo“Não use gordura velha pra fritar polenta”. Ou, nas palavras do prefeito, não tenham medo de inovar. A frase, segundo Greca afirmou no evento, é da matriarca Flora Madalosso, do famoso restaurante de Santa Felicidade.

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2. Quanto as universidades receberam com o Fies?

Mais um capítulo dos números do Fies em Curitiba — que a gente d’O Expresso, com base em dados do excelente Fiquem Sabendo, está levantando há algumas edições.

O MEC vem liberando dados sobre os endividados do Fies no país: aquele pessoal que frequentou a universidade particular, conseguiu um financiamento do governo federal, mas não está conseguindo pagar a dívidamesmo depois de formado

Agora, é hora de saber quanto cada universidade de Curitiba recebeu em recursos do governo federal que ainda não foram quitados pelos alunos — já que, noves fora, o dinheiro emprestado pelo Fies é pago diretamente à instituição de ensino, e só depois cobrado do estudante. 

Veja abaixo o top 10 de Curitiba:

1. UniBrasil – R$ 32,5 milhões
2. Universidade Positivo – R$ 22,8 milhões
3. PUCPR – R$ 18,9 milhões
4. Centro Universitário Opet – R$ 10,4 milhões
5. Centro Universitário Dom Bosco – R$ 8,8 milhões
6. Faculdade Estácio de Curitiba – R$ 7,8 milhões
7. Faculdade Paranaense – R$ 6,4 milhões
8. Uniandrade – R$ 4,9 milhões
9. Universidade Tuiuti do Paraná – R$ 4,4 milhões
10. FAE Centro Universitário – R$ 3,1 milhões

A gente reforça: esses valores não são dívidas das universidades, mas dos egressos de cada instituição. Eles se referem apenas aos contratos inadimplentes do Fies (com parcelas atrasadas em no mínimo três meses), de 2010 em diante — ou seja, também não representam o total de recursos via Fies que a universidade já recebeu!

Entre aspas“Num país onde o nível de desemprego e a falta de oportunidades dificultam que o jovem recém-formado possa cumprir com seus compromissos, o pagamento da dívida virou uma aposta social. […] Não dá para crucificar quem trabalhou sério e proporcionou oportunidades de mudanças na vida de milhares de pessoas.” Esse é Antônio Eugênio Cunha, ex-presidente da Fenep (Federação das Escolas Particulares), em artigo no Estadão, ao defender a importância do Fies.

Para saber mais: 

 

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3. 258 casos de sarampo em Curitiba

Na semana passada, voltaram a aumentar os números do sarampo em Curitiba e região metropolitana: agora, são 258 casos confirmados na região neste ano — o equivalente a 94% de todos os registros do Paraná.

A título de comparação, Porto Alegre tem 9 casos. Belo Horizonte, 18.

Por quê? O Paraná é o 2º estado com o maior número de casos confirmados de sarampo no país, segundo o Ministério da Saúde. Fica só atrás de São Paulo. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, é porque o surto começou em São Paulo, e Curitiba tem “um fluxo muito grande e diário de pessoas que vão para São Paulo e que vêm de lá”. (Gazeta do Povo)

Não custa lembrar: a vacina está disponível de graça nos postos de saúde de Curitiba. Ela é especialmente indicada para bebês de 6 a 11 meses, e para jovens adultos, que tenham entre 20 e 29 anos. 💉
 

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4. Curtas da semana

📗 Loco de joia: a UFPR abriu um vestibular especial para migrantes e refugiados. Serão dez vagas para quem tenha visto humanitário e status de refúgio na cidade. As inscrições vão até dia 11. (Plural)

🎵 Explore a cidade: nesta semana, começam os concertos gratuitos do Conservatório de MPB em Curitiba. A primeira apresentação será uma roda de samba, hoje às 17h. Os eventos ocorrem na sede do Conservatório, que fica ali no Centro Histórico, na rua Mateus Leme, 66. Vai até o fim do mês. (Prefeitura de Curitiba)

📈 Mercado da educação: depois de comprar o Expoente, o Grupo Positivo planeja comprar colégios nas regiões Centro-Oeste e Nordeste do Brasil. (Folha de S.Paulo)
 

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5. Cenas de Curitiba: casa no campo?

 
Ótimo registro da leitora Adri Brum, que gentilmente compartilhou a imagem com a gente. A casa com cara de campo fica, na verdade, ali na Rua Mateus Leme. 

6. Pra terminar: em bom curitibanês

O tempo não me ajuda para pintar, nem a pau! Hoje parecia que o sol queria rasgar o véu de chumbo que encobria o céu. Mandei chamar o modelo e comecei a pintar. Meia hora depois, acabou-se a festa: escureceu de novo e começou a cair neve!

Até parece de Curitiba o relato de Alfredo Andersen, considerado o “pai da pintura paranaense”. Mas o cenário retratado nesta carta de 1928 é a Noruega, sua terra natal — onde ele nasceu em 3 de novembro de 1860, 159 anos atrás. Aqui em Curitiba, onde Andersen passou boa parte da vida, há uma casa-museu com o seu nome. Vale a visita.
 

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