Paciência: ao contrário de outras capitais brasileiras, Curitiba não pretende antecipar a segunda dose da vacina contra a COVID – todo mundo terá que esperar 90 dias, rigorosamente. Segundo a secretária da Saúde, seria “um equívoco adiantar a segunda dose enquanto a primeira não estiver totalmente aplicada”, porque ela tem contribuído para baixar o número de casos e mortes. Você pode acompanhar os últimos números da pandemia no nosso Monitor COVID-19 Curitiba. (Gazeta do Povo e O Expresso)
Turnê curitibana: a exposição que mergulha no universo criativo de dois gênios da arte urbana brasileira, OSGEMEOS, virá a Curitiba. Em setembro, ainda sem data confirmada, as obras dos irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo chegam ao Museu Oscar Niemeyer. Pra quem estiver curioso, dá para conferir o tour virtual aqui. (Curitiba Cult e Pinacoteca de SP)
Reabertura: finalmente, depois de quase um ano e meio fechada, a Biblioteca Pública do Paraná reabriu para empréstimos e devoluções. De quebra, há 300 novos títulos disponíveis no catálogo, como “Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório, e “Longa Pétala de Mar”, de Isabel Allende. (G1 PR e BPP)
Na semana que homenageia o Barão do Serro Azul – empresário, produtor de erva-mate e personagem histórico da cidade –, o nosso Diego Antonelli nos conta um pouco mais sobre o Solar do Barão, prédio encravado no centro de Curitiba e tema da sua sexta coluna sobre os edifícios históricos da capital. Fala, Diego:
🇮🇹 O imponente palácio concluído em meados de 1885 carrega uma história singular na capital paranaense. Projetado pelos engenheiros italianos Angelo Vendramin e Batista Casagrande, o atual “Solar do Barão” foi construído para ser a residência de Ildefonso Correia, o Barão do Serro Azul, empresário e político de grande prestígio no Império. As obras tiveram início em 1880, e duraram cerca de cinco anos.
🎩 Enquanto serviu de moradia para Serro Azul, as paredes do palácio foram testemunhas de bailes, festas, debates e discussões sobre o comércio de madeira e de erva-mate envolvendo a alta cúpula política da época.
Correia, que foi fundador da Associação Comercial do Paraná, deputado provincial e presidente interino da Província do Paraná, morou por dez anos no local ao lado de sua família.
O Solar do Barão nos dias atuais. Foto: Daniel Castellano/SMCS
O assassinato do barão em 1894, em consequência da Revolução Federalista, motivou a saída de sua família do palacete. O Barão do Serro Azul e seus companheiros foram fuzilados no quilômetro 65 da ferrovia da Serra do Mar, na noite de 20 de maio de 1894. Após o seu assassinato, foi construída, ao lado do Solar, uma residência para a Baronesa e seus filhos. (Gazeta do Povo)
Depois disso, o prédio foi ocupado pelo 5º Distrito Militar, e de 1912 a 1975 pelo Exército, quando enfim foi adquirido pela Prefeitura de Curitiba.
Nobre destino: Em 1980, o prédio foi restaurado para sediar um novo espaço cultural. A restauração evidenciou os elementos decorativos dos forros e paredes, a riqueza de detalhes dos pisos e das principais salas, além de destacar a madeira das escadas internas e o ferro e mármore da escada externa.
🎭 O complexo cultural Solar do Barão, que funciona atualmente no local, abriga a Gibiteca de Curitiba, o Museu da Fotografia e o Museu da Gravura. O edifício é tombado pelo estado e considerado Unidade de Interesse de Preservação do município.
Para saber mais: o Solar do Barão é uma das paradas do circuito em homenagem a Ildefonso Correia, que selecionou oito pontos no centro de Curitiba relacionados à sua história e à vida na cidade no final do século XIX. Todos os pontos receberam um QR Code, que conduz a mais informações sobre o local e a história do Barão. (Prefeitura)
Ao que parece, 2021 não tem dado trégua: depois de um ano de pandemia, com uma crise de saúde pública e recessão econômica, continuamos a sofrer também com a estiagem recorde em Curitiba e região.
Na semana passada, a Sanepar voltou a fazer valer o rodízio de 36h em Curitiba: um dia e meio com água, um dia e meio sem. Segundo a empresa, isso foi feito para “afastar a possibilidade de colapso” do sistema de abastecimento de Curitiba.
🛑 Mas de que possível colapso estamos falando? Fomos atrás dos dados que mostram os níveis dos reservatórios de água de Curitiba e região nos últimos dois anos. E eis a curva que encontramos:
Depois de uma melhora significativa, o nível dos reservatórios voltou a cair a partir de abril – e a falta de chuvas preocupa. Veja o gráfico completo aqui.
Em resumo:
O nível mais crítico a que chegamos foi em novembro de 2020, quando o nível geral do sistema de abastecimento de Curitiba bateu em 28%;
Hoje, estamos em 50%. Até parece confortável, mas a perspectiva é de estiagem braba nos próximos meses. Em julho, por exemplo, choveu apenas 14,6 milímetros em Curitiba e região, contra uma média histórica de 92,4 mm (G1 PR);
A barragem que mais preocupa atualmente é a de Piraquara II, até pouco tempo a mais abastecida da cidade: em quatro meses, o nível do reservatório passou de 94% a 61%.
Então, caro leitor, já sabe: o negócio é fechar a torneira e se preparar para os próximos meses – ainda mais porque a conta de água ficou mais cara neste ano. (Gazeta do Povo)
Hoje trazemos mais uma breve análise da pandemia em Curitiba, além dos destaques culturais do mês e de uma homenagem a uma tecelã curitibana que nos deixou no mês passado.
Lembre que também dá para acompanhar nossas edições no Podcast Expresso de Curitiba, que toda sexta faz um breve recompilado das notícias da semana.
E fica o convite: se você também curte O Expresso, apoie o nosso trabalho. Conheça nossos planos em oexpresso.curitiba.br/apoie e ajude a incentivar o debate sobre Curitiba.
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Tempo de leitura da edição de hoje: 6 minutos e 36 segundos
Nosso próximo encontro: Terça, 10 de agosto
1. Uma pandemia em desaceleração? 🙏
Começamos esta edição com uma boa notícia. Ontem, enquanto atualizávamos o nosso Monitor COVID-19 Curitiba com os últimos números da pandemia, uma curva (felizmente descendente) chamou a nossa atenção: a queda na média de novos casos de coronavírus em Curitiba.
É só olhar a linha amarela: nos últimos quinze dias, saímos de 700 novos casos por dia, em meados de julho, e chegamos a um patamar de 400, uma redução de quase 50%. Os casos ativos também diminuíram quase pela metade desde junho, e a taxa de ocupação de UTIs caiu para 60%. (Gazeta do Povo)
A média de casos diários de coronavírus caiu significativamente em Curitiba desde meados de julho. Veja o gráfico completo aqui.
E por quê? Muito por causa da vacinação, que chega hoje à população de 33 e 32 anos. Lembra quando contamos que 60% dos curitibanos acima de 18 anos já haviam sido vacinados? Agora podemos dizer que mais da metade da população de Curitiba, independentemente da idade, já foi vacinada: 1.029.191 pessoas tomaram pelo menos uma dose de vacina. (O Expresso e Prefeitura de Curitiba)
Mas… Isso não quer dizer que estejamos livres do vírus – em especial com a variante delta circulando por aí. (Bem Paraná) “Seria muita inocência acreditar que a pandemia está no fim”, disse o infectologista Bernardo Montesanti de Almeida, do HC, nesta entrevista. “Não seria nenhuma surpresa se essa tendência de queda se revertesse e voltássemos a ver um novo aumento nos casos.” (Gazeta do Povo)
Vamos torcer para que isso não aconteça – e, é claro, continuar usando máscara, mantendo o distanciamento e lavando bem as mãos. 😷
Início de mês é época de mais uma coluna em parceria com o Curitiba de Graça, que reúne alguns destaques culturais da nossa cidade. A curadoria é de Camile Triska:
Streaming leite quente: já está no ar uma plataforma online que reúne a produção cultural do Paraná em tempos de pandemia. São espetáculos de música, teatro, filmes, oficinas e podcasts, organizados em playlists, tudo online e gratuito.
Batuque: começa na próxima semana o Festival Internacional de Percussão de Curitiba, com espetáculos diários e gratuitos com artistas locais e internacionais. As apresentações, online, acontecem sempre às 21h, até o dia 23 deste mês.
Arquitetura em exposição: a SOMA Galeria, no São Francisco, abriu exposição do urbanista curitibano Gustavo Utrabo, um dos mais premiados arquitetos da atualidade. Maquetes, desenhos e pinturas expõem seu processo criativo. A entrada é gratuita.
Curitiba em Gramado: três filmes paranaenses foram selecionados para o Festival de Gramado, que acontece neste mês: o longa “Jesus Kid”, de Aly Muritiba, e os curta-metragens “Aonde vão os pés”, de Debora Zannata, e “Da Janela Vejo o Mundo”, de Ana Catarina Lugarini.
Dedinho em Curitiba: sabe a Rebeca Andrade, ginasta brasileira e medalhista olímpica? Pois a trajetória dela tem um pé em Curitiba, no Cegin (Centro de Excelência de Ginástica do Paraná), que também treinou talentos como Daiane dos Santos, Diego e Daniele Hipólito e, mais recentemente, Júlia Soares. (RPC e Prefeitura de Curitiba)
Mercado de todos: o Mercado Municipal completou 63 anos nesta semana e ganhou de presente a promessa de um boulevard – uma grande avenida com paisagismo, mesas na calçada e amplo passeio, num projeto de revitalização de dez quadras ao seu redor. As obras, segundo a prefeitura, devem começar em 2022. (Bem Paraná)
“Veja a fragilidade de um fiozinho [de lã]. Aí você pega uma porção de fios, torce, une – e eles formam uma potência. Não é uma lição de vida?”
A linda frase que encerra esta edição é de Zélia Scholz, a artesã número 1 da Feira do Largo, que faleceu no mês passado, aos 89 anos. (Memória Paranaense)
Especialista em tecelagem primitiva, aquela feita com roca de fiar e lã de ovelha, a fiandeira aprendeu o ofício com a avó, em Minas Gerais. Anos depois, se mudou para o Paraná, casou-se com um lapeano e, ali naquela cidade da região metropolitana, viu ovelhas.
“A cabecinha já funcionou: eu voltei na infância e lembrei da minha avó tecendo”, contou nesta entrevista. Comprou uma roca, se dedicou ao ofício e virou referência em tapetes, acolchoados, gorros e roupas de lã. (TV Paulo Freire)
Para Zélia, fiar era “um trabalho para filosofar”. Dá para ouvir mais das histórias da tecelã neste belo documentário sobre a sua vida, de onde também saiu a frase ali de cima. (Tecendo a Vida)
Começamos esta edição com uma boa notícia. Ontem, enquanto atualizávamos o nosso Monitor COVID-19 Curitiba com os últimos números da pandemia, uma curva (felizmente descendente) chamou a nossa atenção: a queda na média de novos casos de coronavírus em Curitiba.
É só olhar a linha amarela: nos últimos quinze dias, saímos de 700 novos casos por dia, em meados de julho, e chegamos a um patamar de 400, uma redução de quase 50%. Os casos ativos também diminuíram quase pela metade desde junho, e a taxa de ocupação de UTIs caiu para 60%. (Gazeta do Povo)
A média de casos diários de coronavírus caiu significativamente em Curitiba desde meados de julho. Veja o gráfico completo aqui.
E por quê? Muito por causa da vacinação, que chega hoje à população de 33 e 32 anos. Lembra quando contamos que 60% dos curitibanos acima de 18 anos já haviam sido vacinados? Agora podemos dizer que mais da metade da população de Curitiba, independentemente da idade, já foi vacinada: 1.029.191 pessoas tomaram pelo menos uma dose de vacina. (O Expresso e Prefeitura de Curitiba)
Mas… Isso não quer dizer que estejamos livres do vírus – em especial com a variante delta circulando por aí. (Bem Paraná) “Seria muita inocência acreditar que a pandemia está no fim”, disse o infectologista Bernardo Montesanti de Almeida, do HC, nesta entrevista. “Não seria nenhuma surpresa se essa tendência de queda se revertesse e voltássemos a ver um novo aumento nos casos.” (Gazeta do Povo)
Vamos torcer para que isso não aconteça – e, é claro, continuar usando máscara, mantendo o distanciamento e lavando bem as mãos. 😷
“Veja a fragilidade de um fiozinho [de lã]. Aí você pega uma porção de fios, torce, une – e eles formam uma potência. Não é uma lição de vida?”
A linda frase que encerra esta edição é de Zélia Scholz, a artesã número 1 da Feira do Largo, que faleceu no mês passado, aos 89 anos. (Memória Paranaense)
Especialista em tecelagem primitiva, aquela feita com roca de fiar e lã de ovelha, a fiandeira aprendeu o ofício com a avó, em Minas Gerais. Anos depois, se mudou para o Paraná, casou-se com um lapeano e, ali naquela cidade da região metropolitana, viu ovelhas.
“A cabecinha já funcionou: eu voltei na infância e lembrei da minha avó tecendo”, contou nesta entrevista. Comprou uma roca, se dedicou ao ofício e virou referência em tapetes, acolchoados, gorros e roupas de lã. (TV Paulo Freire)
Para Zélia, fiar era “um trabalho para filosofar”. Dá para ouvir mais das histórias da tecelã neste belo documentário sobre a sua vida, de onde também saiu a frase ali de cima. (Tecendo a Vida)
Dedinho em Curitiba: sabe a Rebeca Andrade, ginasta brasileira e medalhista olímpica? Pois a trajetória dela tem um pé em Curitiba, no Cegin (Centro de Excelência de Ginástica do Paraná), que também treinou talentos como Daiane dos Santos, Diego e Daniele Hipólito e, mais recentemente, Júlia Soares. (RPC e Prefeitura de Curitiba)
Mercado de todos: o Mercado Municipal completou 63 anos nesta semana e ganhou de presente a promessa de um boulevard – uma grande avenida com paisagismo, mesas na calçada e amplo passeio, num projeto de revitalização de dez quadras ao seu redor. As obras, segundo a prefeitura, devem começar em 2022. (Bem Paraná)
Início de mês é época de mais uma coluna em parceria com o Curitiba de Graça, que reúne alguns destaques culturais da nossa cidade. A curadoria é de Camile Triska:
Streaming leite quente: já está no ar uma plataforma online que reúne a produção cultural do Paraná em tempos de pandemia. São espetáculos de música, teatro, filmes, oficinas e podcasts, organizados em playlists, tudo online e gratuito.
Batuque: começa na próxima semana o Festival Internacional de Percussão de Curitiba, com espetáculos diários e gratuitos com artistas locais e internacionais. As apresentações, online, acontecem sempre às 21h, até o dia 23 deste mês.
Arquitetura em exposição: a SOMA Galeria, no São Francisco, abriu exposição do urbanista curitibano Gustavo Utrabo, um dos mais premiados arquitetos da atualidade. Maquetes, desenhos e pinturas expõem seu processo criativo. A entrada é gratuita.
Curitiba em Gramado: três filmes paranaenses foram selecionados para o Festival de Gramado, que acontece neste mês: o longa “Jesus Kid”, de Aly Muritiba, e os curta-metragens “Aonde vão os pés”, de Debora Zannata, e “Da Janela Vejo o Mundo”, de Ana Catarina Lugarini.