O Expresso da História: um ‘Belvedere’ pra chamar de seu 🏛️

* Este texto foi atualizado em 10/04/2022, para retificar a data em que o Belvedere abrigou a sede da Rádio Clube Paranaense. 

Hoje, que coisa boa, é dia de mais um mergulho na história dos imóveis de Curitiba, com o nosso colunista Diego Antonelli – que, nesta edição, fala do histórico prédio Belvedere, no centro da cidade. 

Uma construção centenária, de onde se consegue visualizar boa parte do centro histórico de Curitiba. Esse é o Belvedere, edificado em 1915 sobre o terreno da antiga capela do Alto do São Francisco. 

  • Projetado pelo então prefeito Cândido de Abreu, no ponto mais alto da urbe na época, o local era para ser usado, justamente, como um mirante – função que exerceu até 1922.

📻 Em 1933, o prédio passou a abrigar a primeira rádio do Paraná, a Rádio Clube Paranaense. Anos depois, virou a sede do Observatório Astronômico da antiga Faculdade de Engenharia do Paraná. Em 1962, tornou-se sede da União Cívica Feminina Paranaense.

😢 Após décadas de usos múltiplos, o imóvel ficou praticamente abandonado. A edificação foi pichada diversas vezes e ocupada com frequência por moradores de rua e usuários de drogas.

Vida (quase) nova: No começo de 2015, o governo estadual firmou um acordo com a Academia Paranaense de Letras para que o imóvel, que possui arquitetura de influência art nouveau, fosse usado como sede da instituição. Para isso, foram iniciadas obras de revitalização do espaço, de forma gradativa. No entanto, a reforma não foi adiante e o espaço permaneceu sem uso. (Gazeta do Povo)

🔥 Pra piorar, um incêndio atingiu o Belvedere na noite de 6 de dezembro de 2017. Só depois disso foi que o local passou – definitivamente – por um restauro. A obra teve início em dezembro de 2018, com projeto do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), e foi concluída em um ano. 

O Belvedere foi reinaugurado em dezembro de 2019 e, enfim, passou a abrigar a Academia Paranaense de Letras e também um café literário – pena que a pandemia veio logo depois, em março de 2020.

🤿 Saiba mais:

  • Em 1966, a Praça João Cândido, onde o Belvedere está localizado, foi tombada como patrimônio histórico e artístico do Estado. Já o Palácio Belvedere é uma Unidade de Interesse de Preservação Municipal desde 2016. 
  • Durante as obras de restauração, em setembro de 2019, foram encontradas ossadas humanas do século XIX enterradas no local. A equipe técnica do Museu Paranaense acompanhou a retirada e atribuiu o achado a um antigo cemitério que existiu nas proximidades. (AEN)

A pandemia pelos bairros de Curitiba 😷

Não têm sido dias fáceis nesta bandeira vermelha em Curitiba, como mostra o nosso Monitor COVID-19 Curitiba. A curva de novos casos deu uma baixada, felizmente, mas as mortes continuam elevadas: perdemos cerca de 26 curitibanos por dia. (O Expresso)

E como está a distribuição desses casos pela cidade? Que bairros estão sendo mais afetados? 

Fomos buscar os dados oficiais, e fizemos um ‘ranking’ que mostra por quais bairros o coronavírus mais tem circulado em Curitiba, como dá pra ver na animação abaixo.

Caximba ultrapassou Alto da XV e Batel como bairro campeão em casos em Curitiba. Acesse a visualização completa aqui.

Em suma:

  • Desde fins de março, o Caximba, no extremo sul de Curitiba, vive uma explosão de casos, em especial no último mês, ultrapassando com folga os antigos líderes Alto da XV e Batel, no centro;
  • Outro que se destaca é o Ganchinho, também na região sul, que teve um aumento de casos impressionante desde o início de maio;
  • O Alto da Glória, por outro lado, teve uma desaceleração significativa de casos.

🍳 No frigir dos ovos, porém: o fato é que todos os bairros tiveram aumento de casos (alguns mais, outros menos), como dá para ver neste outro gráfico. Como sempre, fica a dica, caro leitor: use máscara, mantenha o distanciamento e, sempre que puder, fique em casa.

🚗 Velocidade máxima

🚗 Velocidade máxima

Bom dia!

A gente piscou e… junho chegou. Hoje falamos da nova velocidade máxima das ruas da cidade e das dicas culturais do mês, além de prestarmos homenagem ao eterno arquiteto de Curitiba. Adivinhe quem?

Aquele abraço especial ao nosso novo apoiador, Juliano Eugenio da Silva. Obrigada! Se você também curte O Expresso, visite oexpresso.curitiba.br/apoie e ajude a incentivar o debate sobre Curitiba.

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Tempo de leitura da edição de hoje:
6 minutos e 54 segundos

Nosso próximo encontro:
Terça, 8 de junho

1. Reduza a velocidade 🛑

Lembra de quando a velocidade de algumas ruas de Curitiba foi reduzida, e houve grita de motoristas? Ou de quando o atual prefeito prometeu em campanha que iria rever o limite das vias para garantir o fluxo de veículos? (Folha de S.Paulo e Tribuna do Paraná)

Pois é: neste mês de maio amarelo, marcado pelo combate às mortes no trânsito, a prefeitura anunciou que… está reduzindo a velocidade máxima para 50 km/h na maioria das ruas da cidade.

A mudança já começou: pelo menos 26 ruas tiveram a velocidade alterada de 60 km/h para 50 km/h, como a Ângelo Sampaio, a João Bettega, a Brigadeiro Franco, a Marechal Deodoro, a Mateus Leme e a Av. Prefeito Maurício Fruet.

  • Acima disso, só as vias rápidas (com limite de 60 km/h), a Avenida das Torres e a Linha Verde (limite de 70 km/h), além de outras poucas vias estruturais.
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Em verde, as ruas com velocidade reduzida, de 60 km/h para 50 km/h. A maioria fica no centro, longe das vias estruturais, em vermelho. Veja o mapa (e a lista completa de ruas) aqui.

Os motivos são muitos, e corroborados por experiências em todo o mundo: (WRI Brasil)

  • a velocidade alta é a principal causa de mortes no trânsito;
  • reduzir esse limite dá mais espaço e segurança para pedestres e bicicletas;
  • a ação melhora a qualidade do ar; e
  • reduz congestionamentos e estresse ao volante. (Prefeitura de Curitiba)

Em resumo“onde passa boi, passa boiada”, como afirmou o engenheiro e ex-diretor de Educação para o Trânsito em Curitiba, Celso Mariano. Ao contrário do que opina o senso comum, “fluidez é mais importante que velocidade alta em áreas urbanas.” Quem já pegou uma onda de sinaleiros verdes ao dirigir dentro do limite sabe do que estamos falando. (Gazeta do Povo)

Além disso, pouca gente sabe, mas o atual prefeito assinou uma carta de intenções obrigatória com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que financia boa parte das obras de mobilidade na cidade, se comprometendo a aderir a ações de trânsito seguro, como parte do programa Visão Zero. De um jeito ou de outro, as mudanças no trânsito eram iminentes.

🗣️ E você, leitor? O que achou da mudança? Já enfrentou situações de insegurança no trânsito de Curitiba? Acha que reduzir a velocidade vai ajudar? Conta para a gente respondendo este e-mail ou escrevendo para oi@oexpresso.curitiba.br
 

2. Cultura Expressa: os destaques de junho 🎭

Início de mês é época de nova coluna do pessoal do Curitiba de Graça, com os destaques culturais da cidade. A curadoria é de Camile Triska:

As vidas (negras) da placa: personalidades negras de Curitiba, até então homenageadas com uma simples placa na praça Santos Andrade, ganharam um livro que desfia suas histórias e vidas, num resgate da comunidade negra curitibana. A obra, veja que bacana, está disponível online e de graça.

Noel de Curitiba: um espetáculo com 15 anos de estrada e ‘gestado’ em Curitiba, em homenagem a Noel Rosa, virou documentário, que está disponível online.

Música daqui: um mês cheio de lançamentos, mais uma vez, de músicos da cidade. Tem o Soul com poesia de Brune, o single de Murilo Silvestrim, o rock’n’roll de Dona Mag e a MPB de Thayana Barbosa.

Arte impressa e online: dedicada às artes impressas, como livros, fanzines, gravuras, fotografias e experimentações gráficas, a Feira Estopim deste ano acontece de forma online, até o dia 6 – com direito a visitas virtuais a galerias e espaços de arte de Curitiba.

Live Aid leite quente: neste sábado (5), dezenas de artistas de Curitiba participam de show em prol da Afece (Associação Franciscana de Ensino ao Cidadão Especial). A apresentação, gratuita e com transmissão online, acontece a partir das 21h.

 

3. Curtas ⚡

Bandeira vermelha: entramos, mais uma vez, numa nova leva de restrições mais avançadas em relação à COVID-19. Ultrapassamos os 10 mil casos ativos, não há mais leitos de UTIs disponíveis no SUS e UPAs estão fechadas para atender pacientes contaminados. No nosso Monitor COVID-19 você acompanha os principais números da pandemia em Curitiba. (G1 PR e Plural)

Por outro lado: em breve, depois de vacinadas as pessoas com comorbidades, Curitiba deve abrir a vacinação para a população geral, por ordem de idade. (Gazeta do Povo)

Suspeito detido: um homem identificado como o serial killer de homens gays em Curitiba, de que falamos na edição passada, foi preso nesta semana. (UOL)

 

4. Isolamento

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O fardo da pandemia fica muito mais leve aglomerando-se com a natureza. O clique é do nosso editor Gustavo Panacioni.
 

Acesse esta nota avulsa

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5. Pra encerrar: em bom curitibanês

“A cidade é um grande cenário de encontro”.

Quem encerra esta edição, como não poderia deixar de ser, é Jaime Lerner, arquiteto e ex-prefeito de Curitiba que faleceu na semana passada, aos 83 anos. (Plural)

Artífice das transformações urbanas que fizeram de Curitiba uma referência no tema (ainda que seja urgente, reconheçamos, a necessidade de renovar este legado), a visão de Lerner sobre a cidade repercute profundamente na missão deste Expresso.

Assim como o arquiteto afirmou nesta entrevista, também acreditamos que “a cidade não é tão complexa quanto os vendedores de complexidades querem nos fazer acreditar”. E que “começar é importante, porque só o começo dá a oportunidade de corrigir”. (Revista Projeto)

Para quem sente falta de viver mais Curitiba, fica a mensagem de Lerner em sua última entrevista, concedida à Folha de S.Paulo: “A cidade como a gente imaginou vai voltar. A pandemia vai passar e a cidade pensada para o homem vai retornar. Temos que aproveitar o pós-pandemia para recuperar as cidades.”

Que nos sirva de inspiração 🙂

Uma boa semana!
 

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Sobre

O Expresso é um boletim de notícias locais sobre Curitiba enviado todas as segundas e sextas-feiras por e-mail. Assine!

2019 © O EXPRESSO TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Reduza a velocidade 🛑

Edição: Estelita Carazzai | Dados e Visualização: Gustavo Panacioni

Lembra de quando a velocidade de algumas ruas de Curitiba foi reduzida, e houve grita de motoristas? Ou de quando o atual prefeito prometeu em campanha que iria rever o limite das vias para garantir o fluxo de veículos? (Folha de S.Paulo e Tribuna do Paraná)

Pois é: neste mês de maio amarelo, marcado pelo combate às mortes no trânsito, a prefeitura anunciou que… está reduzindo a velocidade máxima para 50 km/h na maioria das ruas da cidade.

A mudança já começou: pelo menos 26 ruas tiveram a velocidade alterada de 60 km/h para 50 km/h, como a Ângelo Sampaio, a João Bettega, a Brigadeiro Franco, a Marechal Deodoro, a Mateus Leme e a Av. Prefeito Maurício Fruet. 

  • Acima disso, só as vias rápidas (com limite de 60 km/h), a Avenida das Torres e a Linha Verde (limite de 70 km/h), além de outras poucas vias estruturais.

Em verde, as ruas com velocidade reduzida, de 60 km/h para 50 km/h. A maioria fica no centro, longe das vias estruturais, em vermelho. Veja o mapa (e a lista completa de ruas) aqui.

Os motivos são muitos, e corroborados por experiências em todo o mundo: (WRI Brasil)

  • a velocidade alta é a principal causa de mortes no trânsito;
  • reduzir esse limite dá mais espaço e segurança para pedestres e bicicletas;
  • a ação melhora a qualidade do ar; e
  • reduz congestionamentos e estresse ao volante. (Prefeitura de Curitiba)

Em resumo: “onde passa boi, passa boiada”, como afirmou o engenheiro e ex-diretor de Educação para o Trânsito em Curitiba, Celso Mariano. Ao contrário do que opina o senso comum, “fluidez é mais importante que velocidade alta em áreas urbanas.” Quem já pegou uma onda de sinaleiros verdes ao dirigir dentro do limite sabe do que estamos falando. (Gazeta do Povo)

👀 Além disso, pouca gente sabe, mas o atual prefeito assinou uma carta de intenções obrigatória com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que financia boa parte das obras de mobilidade na cidade, se comprometendo a aderir a ações de trânsito seguro, como parte do programa Visão Zero. De um jeito ou de outro, as mudanças no trânsito eram iminentes.

🗣️ E você, leitor? O que achou da mudança? Já enfrentou situações de insegurança no trânsito de Curitiba? Acha que reduzir a velocidade vai ajudar? Conta para a gente respondendo este e-mail ou escrevendo para oi@oexpresso.curitiba.br

Pra encerrar: em bom curitibanês

“A cidade é um grande cenário de encontro”.

Quem encerra esta edição, como não poderia deixar de ser, é Jaime Lerner, arquiteto e ex-prefeito de Curitiba que faleceu na semana passada, aos 83 anos. (Plural)

Artífice das transformações urbanas que fizeram de Curitiba uma referência no tema (ainda que seja urgente, reconheçamos, a necessidade de renovar este legado), a visão de Lerner sobre a cidade repercute profundamente na missão deste Expresso.

Assim como o arquiteto afirmou nesta entrevista, também acreditamos que “a cidade não é tão complexa quanto os vendedores de complexidades querem nos fazer acreditar”. E que “começar é importante, porque só o começo dá a oportunidade de corrigir”. (Revista Projeto)

Para quem sente falta de viver mais Curitiba, fica a mensagem de Lerner em sua última entrevista, concedida à Folha de S.Paulo: “A cidade como a gente imaginou vai voltar. A pandemia vai passar e a cidade pensada para o homem vai retornar. Temos que aproveitar o pós-pandemia para recuperar as cidades.”

Que nos sirva de inspiração 🙂

Uma boa semana!

Isolamento

O fardo da pandemia fica muito mais leve aglomerando-se com a natureza. O clique é do nosso editor Gustavo Panacioni.

Curtas

Bandeira vermelha: entramos, mais uma vez, numa nova leva de restrições mais avançadas em relação à COVID-19. Ultrapassamos os 10 mil casos ativos, não há mais leitos de UTIs disponíveis no SUS e UPAs estão fechadas para atender pacientes contaminados. No nosso Monitor COVID-19 você acompanha os principais números da pandemia em Curitiba. (G1 PR e Plural)

Por outro lado: em breve, depois de vacinadas as pessoas com comorbidades, Curitiba deve abrir a vacinação para a população geral, por ordem de idade. (Gazeta do Povo)

Suspeito detido: um homem identificado como o serial killer de homens gays em Curitiba, de que falamos na edição passada, foi preso nesta semana. (UOL)

Cultura Expressa: os destaques de junho 🎭

Início de mês é época de nova coluna do pessoal do Curitiba de Graça, com os destaques culturais da cidade. A curadoria é de Camile Triska:

As vidas (negras) da placa: personalidades negras de Curitiba, até então homenageadas com uma simples placa na praça Santos Andrade, ganharam um livro que desfia suas histórias e vidas, num resgate da comunidade negra curitibana. A obra, veja que bacana, está disponível online e de graça.

Noel de Curitiba: um espetáculo com 15 anos de estrada e ‘gestado’ em Curitiba, em homenagem a Noel Rosa, virou documentário, que está disponível online.

Música daqui: um mês cheio de lançamentos, mais uma vez, de músicos da cidade. Tem o Soul com poesia de Brune, o single de Murilo Silvestrim, o rock’n’roll de Dona Mag e a MPB de Thayana Barbosa.

Arte impressa e online: dedicada às artes impressas, como livros, fanzines, gravuras, fotografias e experimentações gráficas, a Feira Estopim deste ano acontece de forma online, até o dia 6 – com direito a visitas virtuais a galerias e espaços de arte de Curitiba.

Live Aid leite quente: neste sábado (5), dezenas de artistas de Curitiba participam de show em prol da Afece (Associação Franciscana de Ensino ao Cidadão Especial). A apresentação, gratuita e com transmissão online, acontece a partir das 21h.