Em que bairro de Curitiba mora o coronavírus?

Em que bairro de Curitiba mora o coronavírus?

Mais um O Expresso chegando!

Nesta edição falamos sobre os bairros de Curitiba com maior incidência de casos da COVID-19 e apresentamos uma rádio virtual – projeto curitibano, claro, que vai muito mais além do que ouvir músicas no Spotify.

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Boa semana!

Tempo de leitura da edição de hoje:
9 minutos

Nosso próximo encontro:
Terça, 2 de junho

1. Em que bairro mora o coronavírus? 🦠

Pra não perder o hábito, começamos esta edição com os últimos dados sobre a epidemia de coronavírus em Curitiba. Esses são os números divulgados nesta segunda (25) pela prefeitura, que estão sistematizados lá no nosso Monitor COVID-19 Curitiba:

  • 961 casos confirmados
  • 38 mortes
  • 307 casos suspeitos

⚠️Destaque: atingimos nesta segunda (25) o segundo maior pico de casos suspeitos desde o início da pandemia — vale lembrar, duas semanas depois do Dia das Mães. É bem como havia adiantado a secretária da Saúde: ela disse que veríamos um aumento de casos após o relaxamento do distanciamento social naquela data. (Gazeta do Povo)

Para acompanhar nosso monitoramento sobre o número de casos suspeitos, é só clicar aqui.
 

Por onde está o coronavírus

Já falamos desse tema na edição passada d’O Expresso — mas voltamos a ele com dados mais precisos sobre a localização dos casos de coronavírus por bairro em Curitiba.

Na semana passada, a prefeitura divulgou discretamente um mapa com a incidência de casos de COVID-19 por bairro — e não por regional, como mostramos na última edição. Nós d’O Expresso sistematizamos as informações neste mapa, que está resumido abaixo:

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Os bairros com mais casos de COVID-19 em Curitiba, em 22/maio/20. O mapa completo, com o nome dos bairros, está disponível aqui.
 

De cara, já podemos destacar que os bairros com maior incidência estão na região central, e são também alguns dos bairros mais ricos da cidade

  • Em primeiro lugar absoluto, está o Batel, com taxa de incidência entre 200 e 350 casos por cem mil habitantes (é ele o perímetro em roxo no mapa acima). Vale dizer, é um dos bairros com maior renda média per capita em Curitiba, de R$ 4.100 (a média na capital é de R$ 1.400);
  • Logo em seguida, aparecem Bigorrilho, Mossunguê, Juvevê, Centro Cívico, Jardim Social, Cristo Rei, Hugo Lange, Cascatinha e São João, com taxa entre 100 e 200 casos por cem mil habitantes;
  • Os bairros com menor incidência são Caximba, Tatuquara, Riviera e Taboão.

🤔 Seria a COVID-19 uma doença que afeta mais os mais ricos (pelo menos em Curitiba)?

Algumas ressalvas metodológicas importantes

  • O mapa demonstra a taxa aproximada de incidência da COVID-19 por cem mil habitantes em cada bairro — e não o número de casos absoluto, que não foi divulgado pela prefeitura;
  • coeficiente exato por bairro, vale dizer, também não foi revelado pelo poder público: o mapa acima se baseia em uma aproximação, divulgada pela própria prefeitura;
  • A localização se baseia no endereço declarado de residência de cada paciente com a doença confirmada. Vale lembrar: isso não quer dizer que ele tenha se contaminado naquele bairro específico. De qualquer forma, os dados não deixam de demonstrar um tipo de perfil do curitibano mais suscetível ao vírus;
  • Secretaria Municipal da Saúde optou por divulgar os números absolutos de casos apenas por regional, e não por bairro — segundo O Expresso apurou, não só pela possível discrepância entre o endereço de residência vs. local de contaminação, mas por temer um relaxamento no distanciamento social nos bairros com menos casos.  


⚡ Curtas sobre a epidemia:

  • Depois de cair no início da pandemia, a poluição do ar voltou a subir em Curitiba — sinal de mais carros circulando pelas ruas. Os radares espalhados pela cidade comprovam o aumento da circulação de veículos. (Gazeta do Povo e CBN Curitiba) 
  • Em outro sinal do relaxamento do isolamento social, também houve aumento de passageiros nos ônibus de Curitiba. (CBN Curitiba)
  • A UFPR confirmou nesta semana o adiamento do vestibular deste ano, que vai ficar para janeiro de 2021. (G1 Paraná)
  • Curitiba foi destaque negativo no ranking da Transparência Internacional sobre gastos emergenciais durante a pandemia, pela falta de informações consolidadas sobre o tema. A prefeitura prometeu readequar seu site. (Gazeta do Povo) 
  • Pra finalizar: em tempos de coronavírus, o Hospital Cajuru está recorrendo a um robô para permitir ‘visitas’ a pacientes da UTI. Familiares e amigos falam com os internados por uma tela, a distância. (CBN Curitiba)

2. Para ouvir e ampliar horizontes 🎙️

Entre as boas notícias que surgem em meio à pandemia, está um novo projeto cultural ‘Made in Curitiba’: a Haharadio, uma rádio virtual com programação 24h e curadoria própria.

A ideia surgiu em meio à epidemia, fruto de uma onda de ócio criativo. “Aproveitei o tempo em casa para criar uma emissora própria”, conta o músico Heitor Humberto, um dos criadores do projeto.

“Chega uma hora em que você cansa das suas playlists, ou que o algoritmo já tá meio viciado e te sugere coisas que você já escutou bastante. E é tão boa a sensação de ouvir algo e se perguntar ‘quem tá tocando isso?’. Ser surpreendido com uma música é uma delícia.”

🎵 A gente pediu a ele para indicar aos leitores d’O Expresso alguns artistas, músicas e bandas curitibanas para ouvir. Vamos trazer mais dicas nas próximas edições, mas a primeira é essa aqui: “O corpo cansou”do artista curitibano Conde Baltazar.

Palavras do curador“Essa faixa saiu há poucos dias e está no EP ‘Bob Uilson’, mais recente trabalho do artista Conde Baltazar. Diferentemente da sua performance como vocalista do ‘Trombone de Frutas’, nesta faixa ele está cantando com um tom mais sereno, uma letra não muito feliz, em cima de uma base muito bonita. Um som para degustar mais de três vezes.”

A faixa está disponível no YouTube — e quem mais cansou de ouvir ‘mais do mesmo’ pode sempre acessar a Haharadio.

 

3. Curtas da semana 

Como explicar a estiagem: para quem busca entender a situação atual de falta de chuvas e água, aqui está um provável culpado (Gazeta do Povo). A hipótese é de que o fenômeno El Niño Central esteja por trás de um dos piores períodos de seca dos últimos tempos.

Mais um drive-in: depois de restaurante e circo drive-in, agora chegou a vez de uma possível Pedreira Paulo Leminski no mesmo esquema. Ainda é preciso aprovação, mas o espaço pode comportar até 117 veículos e deve começar com exibição de alguns filmes. (BandNews FM)

Para saber mais sobre cinema: em tempos de quarentena, o Olhar de Cinema, festival internacional de cinema de Curitiba, expandiu sua plataforma online de conteúdo sobre audiovisual com palestras e minicursos. Nesta terça (26), começa a Semana da História do Cinema.

E falando em cinema: fica a dica para conferir o documentário Condomínio em Quarentena, de Leandro Kindermann (nosso assinante). E também vale falar que o Cine Passeio disponibilizou mais títulos, inclusive de filmes infantis, em sua sala virtual recém-inaugurada. (Prefeitura de Curitiba)
 

Acesse esta nota avulsa

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4. Simetria curitibana

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Olhando assim, até parece mais uma cena da nossa realidade de isolamento social. Mas não. O registro de um Jardim Botânico quase deserto, do fotógrafo Pedro Ribas, é de abril do ano passado. 

Mais de um ano depois, o parque talvez continue vazio (agora por motivos de força maior), mas tem recebido visitas ilustres por lá: animais silvestres, em sua maioria aves e borboletas. (Prefeitura de Curitiba)


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5. Pra terminar: em bom curitibanês

“O que vivemos agora é uma tragédia. A resposta que damos para isso é voltar para casa. E, a partir disso, entender que precisamos de poucas coisas.”

As aspas de hoje são de um gaúcho que mora nos Campos Gerais — mas que é radicado em Curitiba e é professor da UTFPR, o padeiro Rene Seifert. 

Ele é um dos idealizadores do projeto O Pão da Casa, um espaço de pesquisa e produção de pães e outros saberes domésticos, localizado na Colônia Witmarsum, a 60 km de Curitiba. 

O comentário acima, tão pertinente para o momento que vivemos, foi dado em entrevista à revista Vida Simples. Seifert defende “a casa como espaço de produção” e também de resiliência, para onde nos voltamos em tempos difíceis como os atuais. Uma bela inspiração

Você pode ler mais sobre Seifert e seu trabalho nesta reportagem recente.
 

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Curtas da semana ⚡

Como explicar a estiagem: para quem busca entender a situação atual de falta de chuvas e água, aqui está um provável culpado (Gazeta do Povo). A hipótese é de que o fenômeno El Niño Central esteja por trás de um dos piores períodos de seca dos últimos tempos.

Mais um drive-in: depois de restaurante e circo drive-in, agora chegou a vez de uma possível Pedreira Paulo Leminski no mesmo esquema. Ainda é preciso aprovação, mas o espaço pode comportar até 117 veículos e deve começar com exibição de alguns filmes. (BandNews FM)

Para saber mais sobre cinema: em tempos de quarentena, o Olhar de Cinema, festival internacional de cinema de Curitiba, expandiu sua plataforma online de conteúdo sobre audiovisual com palestras e minicursos. Nesta terça (26), começa a Semana da História do Cinema.

E falando em cinema: fica a dica para conferir o documentário Condomínio em Quarentena, de Leandro Kindermann (nosso assinante). E também vale falar que o Cine Passeio disponibilizou mais títulos, inclusive de filmes infantis, em sua sala virtual recém-inaugurada. (Prefeitura de Curitiba)

Para ouvir e ampliar horizontes 🎙️

Entre as boas notícias que surgem em meio à pandemia, está um novo projeto cultural ‘Made in Curitiba’: a Haharadio, uma rádio virtual com programação 24h e curadoria própria.

A ideia surgiu em meio à epidemia, fruto de uma onda de ócio criativo. “Aproveitei o tempo em casa para criar uma emissora própria”, conta o músico Heitor Humberto, um dos criadores do projeto.

“Chega uma hora em que você cansa das suas playlists, ou que o algoritmo já tá meio viciado e te sugere coisas que você já escutou bastante. E é tão boa a sensação de ouvir algo e se perguntar ‘quem tá tocando isso?’. Ser surpreendido com uma música é uma delícia.”

🎵 A gente pediu a ele para indicar aos leitores d’O Expresso alguns artistas, músicas e bandas curitibanas para ouvir. Vamos trazer mais dicas nas próximas edições, mas a primeira é essa aqui: “O corpo cansou”, do artista curitibano Conde Baltazar.

Palavras do curador: “Essa faixa saiu há poucos dias e está no EP ‘Bob Uilson’, mais recente trabalho do artista Conde Baltazar. Diferentemente da sua performance como vocalista do ‘Trombone de Frutas’, nesta faixa ele está cantando com um tom mais sereno, uma letra não muito feliz, em cima de uma base muito bonita. Um som para degustar mais de três vezes.”

A faixa está disponível no YouTube — e quem mais cansou de ouvir ‘mais do mesmo’ pode sempre acessar a Haharadio.

Pra terminar: em bom curitibanês

“O que vivemos agora é uma tragédia. A resposta que damos para isso é voltar para casa. E, a partir disso, entender que precisamos de poucas coisas.”

As aspas de hoje são de um gaúcho que mora nos Campos Gerais — mas que é radicado em Curitiba e é professor da UTFPR, o padeiro Rene Seifert. 

Ele é um dos idealizadores do projeto O Pão da Casa, um espaço de pesquisa e produção de pães e outros saberes domésticos, localizado na Colônia Witmarsum, a 60 km de Curitiba. 

O comentário acima, tão pertinente para o momento que vivemos, foi dado em entrevista à revista Vida Simples. Seifert defende “a casa como espaço de produção” e também de resiliência, para onde nos voltamos em tempos difíceis como os atuais. Uma bela inspiração 🏠

Você pode ler mais sobre Seifert e seu trabalho nesta reportagem recente.

Em que bairro mora o coronavírus? 🦠

Pra não perder o hábito, começamos esta edição com os últimos dados sobre a epidemia de coronavírus em Curitiba. Esses são os números divulgados nesta segunda (25) pela prefeitura, que estão sistematizados lá no nosso Monitor COVID-19 Curitiba:

  • 961 casos confirmados
  • 38 mortes
  • 307 casos suspeitos

⚠️ Destaque: atingimos nesta segunda (25) o segundo maior pico de casos suspeitos desde o início da pandemia — vale lembrar, duas semanas depois do Dia das Mães. É bem como havia adiantado a secretária da Saúde: ela disse que veríamos um aumento de casos após o relaxamento do distanciamento social naquela data. (Gazeta do Povo)

Casos suspeitos de COVID-19 por dia em Curitiba: o pico recente está em vermelho

Por onde está o coronavírus

Já falamos desse tema na edição passada d’O Expresso — mas voltamos a ele com dados mais precisos sobre a localização dos casos de coronavírus por bairro em Curitiba.

Na semana passada, a prefeitura divulgou discretamente um mapa com a incidência de casos de COVID-19 por bairro — e não por regional, como mostramos na última edição. Nós d’O Expresso sistematizamos as informações neste mapa, que está resumido abaixo:

Os bairros com mais casos de COVID-19 em Curitiba, em 22/maio/20. O mapa completo, com o nome dos bairros, está disponível aqui.

De cara, já podemos destacar que os bairros com maior incidência estão na região central, e são também alguns dos bairros mais ricos da cidade

  • Em primeiro lugar absoluto, está o Batel, com taxa de incidência entre 200 e 350 casos por cem mil habitantes (é ele o perímetro em roxo no mapa acima). Vale dizer, é um dos bairros com maior renda média per capita em Curitiba, de R$ 4.100 (a média na capital é de R$ 1.400);
  • Logo em seguida, aparecem Bigorrilho, Mossunguê, Juvevê, Centro Cívico, Jardim Social, Cristo Rei, Hugo Lange, Cascatinha e São João, com taxa entre 100 e 200 casos por cem mil habitantes;
  • Os bairros com menor incidência são Caximba, Tatuquara, Riviera e Taboão.

🤔 Seria a COVID-19 uma doença que afeta mais os mais ricos (pelo menos em Curitiba)?

Algumas ressalvas metodológicas importantes

  • O mapa demonstra a taxa aproximada de incidência da COVID-19 por cem mil habitantes em cada bairro — e não o número de casos absoluto, que não foi divulgado pela prefeitura;
  • O coeficiente exato por bairro, vale dizer, também não foi revelado pelo poder público: o mapa acima se baseia em uma aproximação, divulgada pela própria prefeitura;
  • A localização se baseia no endereço declarado de residência de cada paciente com a doença confirmada. Vale lembrar: isso não quer dizer que ele tenha se contaminado naquele bairro específico. De qualquer forma, os dados não deixam de demonstrar um tipo de perfil do curitibano mais suscetível ao vírus;
  • A Secretaria Municipal da Saúde optou por divulgar os números absolutos de casos apenas por regional, e não por bairro — segundo O Expresso apurou, não só pela possível discrepância entre o endereço de residência vs. local de contaminação, mas por temer um relaxamento no distanciamento social nos bairros com menos casos.  


Curtas sobre a epidemia:

  • Depois de cair no início da pandemia, a poluição do ar voltou a subir em Curitiba — sinal de mais carros circulando pelas ruas. Os radares espalhados pela cidade comprovam o aumento da circulação de veículos. (Gazeta do Povo e CBN Curitiba) 
  • Em outro sinal do relaxamento do isolamento social, também houve aumento de passageiros nos ônibus de Curitiba. (CBN Curitiba)
  • A UFPR confirmou nesta semana o adiamento do vestibular deste ano, que vai ficar para janeiro de 2021. (G1 Paraná)
  • Curitiba foi destaque negativo no ranking da Transparência Internacional sobre gastos emergenciais durante a pandemia, pela falta de informações consolidadas sobre o tema. A prefeitura prometeu readequar seu site. (Gazeta do Povo) 
  • Pra finalizar: em tempos de coronavírus, o Hospital Cajuru está recorrendo a um robô para permitir ‘visitas’ a pacientes da UTI. Familiares e amigos falam com os internados por uma tela, a distância. (CBN Curitiba)

O coronavírus nos bairros de Curitiba

Aos poucos, vamos descobrindo novos dados sobre o avanço do coronavírus em Curitiba: enfim, os boletins mais recentes da Prefeitura começaram a divulgar o número de casos confirmados de acordo com a regional de residência do paciente.

Começamos a consolidar esses dados no nosso Monitor COVID-19 Curitiba — que é atualizado diariamente.

Um resumo visual da incidência do coronavírus na nossa capital

Em vermelho vemos o registro do número absoluto de casos confirmados em cada regional, considerando o local de residência do paciente. Eis o ranking dos bairros com mais casos (você pode consultar todos os dados neste mapa que preparamos):

  • Matriz: 197
  • Santa Felicidade: 110
  • Portão: 94
  • Boa Vista: 92
  • Boqueirão: 70

Em laranja, relacionamos (neste outro mapa) a taxa de contágio por 100 mil habitantes. É interessante ver que, em algumas regionais bastante populosas, como CIC e Pinheirinho, a incidência por 100 mil habitantes ainda é baixa. Eis o ranking:

  • Matriz: 94,4 casos/100 mil habitantes
  • Santa Felicidade: 66,06
  • Portão: 50,9 
  • Boa Vista: 34,26
  • Boqueirão: 34,11

Esses e outros dados, não esqueça, estão lá no nosso Monitor COVID-19 Curitiba. Pra finalizar, seguem os números do coronavírus até o momento (segunda, dia 18) em Curitiba:

  • 854 casos confirmados
  • 34 mortes
  • 247 casos suspeitos

Da terça passada para cá, foram mais 113 casos confirmados. Ah! E aquele padrão de aumento de casos suspeitos continua: mais de 200 internações, diariamente, são investigadas (com exceção dos dias 16/05 e 17/05). 

Como adiantamos na semana passada, a suspeita da Secretaria da Saúde é que o curitibano relaxou com o isolamento social durante o feriado de 1º de maio — e que ainda veremos um novo pico de casos por causa do Dia das Mães. (Gazeta do Povo)

Curtas sobre o coronavírus:

  • O prefeito comentou sobre a possibilidade de Curitiba adotar o chamado distanciamento controlado, metodologia criada pelo Rio Grande do Sul e que se baseia em 11 indicadores monitorados diariamente – tornando o distanciamento mais ou menos rigoroso. (Bem Paraná)

  • A pressão para a reabertura de alguns segmentos comerciais é grande. As academias estudam formas de retornar às atividades com segurança e os shoppings abriram diálogo com o governador. (Gazeta do Povo)

  • Enquanto os passeios no shopping (e nas academias) ainda não são possíveis, os condomínios de Curitiba têm vivenciado um aumento de reclamações por barulhos. (BandNews FM)

  • Para ficar de olho: já tem município da Região Metropolitana de Curitiba implantando o tal “lockdown” – em que a circulação de pessoas é super controlada e só é permitida por motivos de força maior. (Gazeta do Povo)

  • E aqui um resgate histórico totalmente a ver com nosso momento. A Câmara de Curitiba realizou um levantamento sobre como a cidade enfrentou a Gripe Espanhola – lá em 1918. “Deus queira que esse caso de ‘grippe hespanhola’ seja como o ruído do tambor, vazio por dentro”, torcia o jornal A República.

Cenas que não queremos ver

Sem rodeios, a cena de hoje é deste vídeo aqui. “Preciso da sua ajuda” é criação do projeto “Compartilhaí”, desenvolvido na Marista Escola Social Ecológica, e convida a refletir sobre a violência contra crianças e adolescentes.

O tema ganhou projeção neste período de isolamento social, em que o número de vítimas aumentou, além de ser pauta de reflexão nesta segunda (18), Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. (Plural)

A protagonista do vídeo, Alana de Assis, de 15 anos, comenta: “Me sinto como uma pessoa que leva a voz para crianças e adolescentes que são invisíveis e que sofrem com a violação dos seus direitos. Como se de certa forma fosse uma porta-voz dessas crianças e adolescentes, para dar ênfase que nós temos direitos e que eles não devem ser violados.”

Pra terminar: em bom curitibanês

“Não sou gato de Ipanema, sou bicho do Paraná.”

Não havia outra forma de encerrar esta edição senão com uma homenagem a João Lopes, o Bicho do Paraná, que faleceu nesta segunda (18) em Curitiba, vítima de um câncer.

Lopes se notabilizou por compor o “hino informal” dos paranaenses, “Bicho do Paraná” — cujo refrão é esta frase bem-humorada aí de cima. Nascido em Califórnia, no norte do Paraná, o artista era radicado em Curitiba havia anos. 

“Eu vim do meio do cafezal, da roça. Fui para a estrada como um hippie, fazendo pulseirinha com miçanga. Sabia fazer um Ré maior”, contou ele, entre outros causos, nesta entrevista em vídeo à Gazeta do Povo, em 2017. Que haja festa no céu para o nosso eterno Bicho do Paraná!

O Expresso da História: uma fábrica de fitas 💝

Dando uma pausa nas notícias sobre a pandemia, vamos à quinta edição da coluna O Expresso da História, escrita pelo nosso parceiro Diego Antonelli, que fala sobre as indústrias e empresas que marcaram época em Curitiba.

A história de hoje é da Fábrica de Fitas Venske — cujas antigas instalações viraram um ponto cultural e de encontro na nossa capital, ali no Alto da XV. Conta aí, Diego:

Crédito: Museu Paranaense

🇩🇪 A história da Fábrica de Fitas Venske, fundada em 1907, começa com a chegada do alemão Gustavo Venske ao Brasil, que se mudou para o país na segunda metade do século XIX — mais um entre milhares de alemães que fizeram parte daquela onda imigratória. Venske chegou a Curitiba em 1889, onde se casou com Anna Müller (cuja família era proprietária da tradicional Metalúrgica Müller, onde hoje fica o shopping de mesmo nome) e fundou uma loja de armarinhos.

🎗️ Em 1907, farejando uma oportunidade no ramo de tecidos e confecções, Venske abriu uma pequena manufatura de fitas, com três teares. A produção era inicialmente destinada à sua própria loja de armarinhos, que ficava no Largo da Ordem, numa sociedade entre ele e seu cunhado, Oscar Charles Müller.

A indústria, porém, prosperou. Em 1917, já eram 64 teares na fábrica, que se mudou para uma sede própria no centro de Curitiba.

🎩 As fitas eram vendidas principalmente para o mercado de São Paulo, para serem usadas como adorno em chapéus, vestidos e sapatos. Em sua dissertação de mestrado pela UFPR, o pesquisador Walfrido de Oliveira Júnior relata que a empresa “produzia fitas com técnicas únicas”. 

🏠 Além disso, a indústria foi pioneira no sistema home office. “[A fábrica] manteve por dez anos (1935/1945) aproximadamente 20% de suas tecelãs trabalhando nas próprias residências”, escreve o autor.

Em seu auge, a Fábrica de Fitas Venske chegou a empregar 130 pessoas e produzir 800 mil metros de fita por mês. Em 1938, mudou-se para sua sede definitiva, na rua Ubaldino do Amaral, expandindo sua atuação para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

👨‍🏭 Nas décadas seguintes, a empresa começou a passar por dificuldades para encontrar mão de obra especializada, especialmente para fazer a manutenção dos teares. Em 1980, a empresa sucumbiu e encerrou as atividades. 

Curiosidades

  • Durante a 1ª Guerra Mundial, com medo de uma represália contra imigrantes alemães, a empresa mudou de nome para “Moraes e Cia”. O novo nome, inspirado em uma sociedade que depois se desfez, durou de 1919 a 1924. 

  • Atualmente, os pavilhões da antiga fábrica são conhecidos como A Fábrika, ocupados por escolas de profissões e idiomas, como o Instituto Goethe, e estabelecimentos públicos e privados. A história do local foi tema de uma reportagem em vídeo da TV Sinal, que você assiste aqui.