🚘⚡ Um carro elétrico pra chamar de nosso

Estamos de volta!

A gente sabe que está um pouco tarde para dar Feliz Ano Novo, mas essa é, finalmente, a nossa primeira edição de 2020 🙂

Nesta edição, falamos de uma pesquisa que mostra como alguns bairros de Curitiba ainda são “desertos de oportunidades”, e ainda desafiamos Elon Musk com o primeiro carro elétrico autônomo do país – “made in Curitiba”.

Sentimos saudades! Como sempre, compartilhe esta edição com os amigos e mande suas sugestões de histórias para nós. Boa leitura! 

Tempo de leitura da edição de hoje:
6 minutos e 30 segundos

Nosso próximo encontro:
Terça, 11 de fevereiro

1. Os desertos de oportunidades em Curitiba

Será que, dependendo do bairro em que vive, um curitibano tem mais ou menos acesso a emprego, saúde ou educação?

Essa foi a pergunta feita por pesquisadores do Ipea, num estudo recém-lançado que mapeou os chamados “desertos de oportunidade” em 20 cidades brasileiras, incluindo Curitiba. 

A conclusão foi que sim — e, em Curitiba, essa tal desigualdade de acessibilidade se manifesta especialmente no acesso a trabalho e a hospitais. Dê uma olhada no mapa abaixo, que mostra o percentual de oportunidades de emprego a até uma hora de ônibus:

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🚍 Deu pra notar que, nas franjas da cidade, há mais dificuldade de acessar vagas de emprego. Por outro lado, também dá para ver como os eixos do BRT (o famoso vermelhão) colaboram para aumentar as oportunidades (é só seguir as linhas amarelas do mapa para identificar por onde os biarticulados passam).

🏥 Outro destaque, não tão positivo, é que em Curitiba o número de hospitais de alta complexidade acessíveis a pé pela população branca é mais do que duas vezes maior do que os acessíveis pela população negra. Segundo o Ipea, “esses resultados mostram como as desigualdades e a segregação racial também se manifestam territorialmente […] nas cidades brasileiras”.

Os mapas completos (e interativos) estão aqui. Já o Nexo fez uma reportagem bem completinha com um balanço da pesquisa.

Em resumo: “Os resultados apontam que a população branca e de alta renda tem em média mais acesso a oportunidades de trabalho, saúde e educação que a população negra e pobre em todas as cidades estudadas, independentemente do meio de transporte considerado.”
 

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2. Te cuida, Elon Musk

Um carro elétrico e autônomo, desses que andam sozinhos (até parece coisa de Poltergeist, mas é apenas inteligência artificial), foi apresentado dias atrás pela Hitech Electric, startup sediada em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

É o primeiro carro elétrico autônomo do país. O Rodrigo Ghedin, do Manual do Usuário, testou o veículo — e contou em vídeo como foi a experiência. 

🗣 “É inquietante e fascinante ver o volante se mexendo sozinho, fazendo curvas e chegando ao destino desejado.”

O veículo foi desenvolvido pela Hitech, em parceria com a Lume, ligada à UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), e a Positivo Tecnologia.

Tudo tem limites, claro: o carrinho só chega a, no máximo, 50 km/h. Por enquanto, ele é recomendado apenas para ambientes internos, relativamente controlados — como o pátio de uma indústria ou o estacionamento de uma empresa. Por isso, só está disponível para aluguel voltado ao segmento corporativo, em contratos de 24 ou 36 meses.

 

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3. Despedida das amarelinhas

A empresa Grow anunciou no mês passado a retirada das bicicletas de aluguel, aquelas amarelinhas, de Curitiba e outras cidades brasileiras. (Folha de S.Paulo)

Ou seja: apenas um ano depois do início da operação, as bikes compartilhadas saem de cena. Em Curitiba, permaneceram apenas os patinetes. 

🚲 Semanas antes, centenas de bikes, que antes rodavam pelas ruas, estavam depositadas num terreno no bairro Rebouças, aguardando manutenção. Um indicativo de que a coisa não ia muito bem. (Tribuna do Paraná)

Entre aspas, uma boa reflexão“Muitas startups têm um plano apenas financeiro e não pensam como se integrar nas cidades. Emprestam bicicletas ou patinetes, mas poderiam alugar qualquer coisa que parecesse rentável.” Esse foi o Daniel Guth, diretor da Aliança Bike, em entrevista à Folha.

Outro lado: a Grow informou que a empresa “continua acreditando que este mercado tem espaço para crescer” no Brasil, e que busca parceiros públicos e privados para “fortalecer e ampliar sua operação”.
 

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4. Curtas da semana

✂ Apertem os cintos: a UFPR vai começar o ano com menos grana do que em 2019. A diferença no orçamento para 2020 é de 3% a menos, segundo conta o Plural.

👁 MON ao alcance de um clique: exposições do Museu Oscar Niemeyer já estão disponíveis no Google Arts & Culture, um serviço do Google que permite acessar obras de arte pela internet. Há nove exposições completas e 692 itens disponíveis online. “É uma ferramenta fundamental para alunos e pesquisadores que não podem estar pessoalmente no museu”, disse a diretora Juliana Vosnika. (Gazeta do Povo)

🚀 Aos startupeiros: vai até dia 10 (segunda-feira) o prazo para startups se candidatarem a uma vaga nos ‘worktibas’, coworkings públicos da prefeitura para empresas de tecnologia e economia criativa. Além do espaço compartilhado, com acesso a computadores e internet, os empreendedores também recebem apoio técnico para desenvolver o negócio. (Prefeitura de Curitiba)
 

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5. Cenas curitibanas: origem indígena

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Flagra da nossa sempre presente leitora Adri Brum, ali na João Gualberto, relembrando um pouco das nossas origens da “terra de muito pinhão”.

 

5. Pra terminar: em bom curitibanês

“Eu não desisto, eu vou até o fim; um dia eles enjoam da minha cara e me aprovam.”

A frase é de Enedina Marques, a primeira engenheira negra do Brasil, que estudou em Curitiba e se formou na UFPR (Universidade Federal do Paraná), em 1945. O relato foi feito pela amiga Elfrida Sickael, neste trabalho do historiador Jorge Luiz Santana — que sustenta que a engenheira sofreu discriminação nos bancos acadêmicos.

Depois de formada, Enedina trabalhou para o governo estadual e atuou, entre outros projetos, na usina hidrelétrica Parigot de Souza e na represa Capivari. Ela morreu aos 68 anos, em 1981.

 

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