🚩 Mulheres em risco

Bom dia!

Hoje falamos sobre os alarmantes números de violência contra a mulher em Curitiba. Tem também as dicas culturais do mês e uma história fascinante sobre um mestre samurai curitibano.

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8 minutos

Nosso próximo encontro:
Terça, 13 de julho

1. Mulheres curitibanas em risco ⚠️

Hoje publicamos mais uma contribuição da nossa colunista Adriana Baggio, que fala sobre o número recorde de violação de medidas protetivas para mulheres vítimas de violência em Curitiba. É com ela:

Isolamento, recolhimento, silêncio. No início da pandemia, as medidas que obrigaram ou permitiram a muitos de nós ficar em “quarentena” foram vistas, eventualmente, de um jeito positivo. 

  • Mais de um ano depois, sabemos que pouquíssimas pessoas conseguiram tirar disso um benefício. Há os que não puderam ficar em casa, e que adoeceram e morreram. (Bem Paraná) E há aquelas que foram obrigadas a se confinar com um agressor, tornando-se ainda mais vulneráveis à violência e ao feminicídio. 

🚨 Nem mesmo estar afastada do agressor, porém, é garantia para a segurança das mulheres curitibanas durante a pandemia. Em 2020, a Guarda Municipal registrou um recorde de casos de violação de medidas protetivas em relação ao ano anterior. Neste ano, os números continuam no mesmo ritmo acelerado.

  • O que é: a violação de medida protetiva é quando um homem, proibido por lei de se aproximar ou de contatar a mulher que havia agredido, descumpre essa proibição. Na prática, representa um dos últimos degraus na escala da violência contra a mulher, depois que ela já sofreu uma agressão ou ameaça e procurou ajuda na justiça.

Dezembro é o mês em que tradicionalmente se observa um aumento dessas ocorrências, segundo a base de dados da Guarda Municipal de Curitiba. Em 2020, no entanto, tivemos quatro “dezembros”: abril, outubro, novembro e dezembro — meses com 80 ou mais violações. Março de 2021 chegou perto, com 78 casos.

Marcado pela pandemia, 2020 foi o pior ano em violação de medidas protetivas à mulher em Curitiba. Veja o gráfico completo aqui.
 

Quando se considera a distribuição dos casos por bairro, vemos que 2020 trouxe mais registros para locais com menos ocorrências em 2019, a exemplo do Vista Alegre e do Jardim das Américas, “democratizando” a violência contra a mulher. (O Expresso)

💭 Quando os dados sobre o aumento das violações foram divulgados, a Prefeitura de Curitiba classificou o problema como um aspecto cultural arraigado em nossa sociedade, que teria sido exposto pela pandemia. (Prefeitura de Curitiba)

  • Vale lembrar, porém, que a atenção destinada pelo Palácio 29 de Março às políticas de enfrentamento à violência contra a mulher seria um importante contraponto a essa cultura. No entanto, alocar essas decisões em uma pasta de defesa social e trânsito não demonstra tal atenção. Além disso, programas de apoio a quem ficou sem renda e aos cidadãos mais vulneráveis poderiam minimizar bastante o problema, mas esses são pontos que vêm sendo bastante criticados na gestão municipal durante a pandemia. (UOL)

A nossa “cultura arraigada” interfere sim na violência contra a mulher, e não é pouco. Mas não se pode transferir a ela a total responsabilidade quando, na prática, vemos um desfinanciamento da proteção às mulheres – justamente quando a violência e a pobreza mais as têm afetado. (Think Olga)
 

 

2. Cultura Expressa: os destaques de julho ❄️

Começo de mês é tempo dos destaques culturais da cidade, com a curadoria de Camile Triska, do Curitiba de Graça:

Festival de inverno: se esse tempinho dá vontade de comer, aproveite porque Curitiba terá quatro festivais gastronômicos neste mês, a preços acessíveis: o Festival do Quentão Porks, o Festival Pão com Bolinho, o Festival de Inverno SOUQ e o Festival de Sopas Empório Kaminski, além das feiras típicas de inverno no centro da cidade.

Memória feminista: você sabia que Curitiba já abrigou a primeira livraria feminista do Brasil? A história da Lilith (e desta Curitiba inovadora dos anos 1990), que ficava ali na Galeria Glaser, foi contada nesta reportagem.

Teatro por trás das telas: vai até o dia 18 de julho a Mostra Multiartes Cena Hum, com doze apresentações virtuais voltadas para o público adulto e infantil. Para assistir, é necessário comprar ingressos.

Livros que viajam: a Freguesia do Livro, uma organização social da Vila Zumbi dos Palmares, em Colombo, procura parcerias para entregar mais livros a pessoas que não têm acesso à leitura. A meta é ter mais de 180 pontos de leitura ativos em Curitiba e região.

Falando em literatura: Às vezes, aos domingos, projeto que dá visibilidade para “autores pouco badalados, mas com obras impactantes”, completa um ano em um encontro com as escritoras Maureen Miranda e Luísa Cristina dos Santos Fontes. O papo acontece no dia 25 de julho, a partir das 17h, no Instagram @maureen_miranda.

 

3. Curtas ⚡

Vale-gás: lembra das famílias curitibanas de que falamos na edição passada, que cozinham só com fogão a lenha por causa do alto preço do gás? Um projeto de lei quer criar um vale-gás para famílias em situação de vulnerabilidade social, com recursos da FAS, enquanto durar a pandemia. (O Expresso e Câmara Municipal)

Contra o tempo: Curitiba aplicou mais de 31 mil doses em um único dia no último sábado. Neste ritmo – e caso a quantidade de doses fosse entregue de maneira constante e suficiente –, a cidade teria concluído a vacinação de toda a população em apenas um mês e meio. Lá no nosso Monitor COVID-19 Curitiba, você acompanha os principais dados do avanço da pandemia na capital. (Gazeta do Povo e O Expresso)

Desconto para vacinados: o tradicional restaurante Madalosso, em Santa Felicidade, está oferecendo desconto para quem já se vacinou contra a COVID: é 10% para quem tomou a primeira dose e 20% para a segunda. Mas só vale na quarta-feira. (Tribuna do Paraná)

 

4. Chapeuzinho vermelho

A capa de uma Chapeuzinho diferente, feita só de objetos recicláveis, é obra do figurinista e artista plástico curitibano Gustavo Krelling.

Além dela, uma Cinderela com um vestido de restos de sapatos e outras personagens infantis podem ser admirados no hall de entrada do Teatro Guaíra, em exposição aberta e gratuita até o final de julho. (G1 PR)
 

Acesse esta nota avulsa

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5. Pra encerrar: em bom curitibanês

“Katana, na tradição japonesa, é uma lâmina viva. Carrega a energia do dono.”

Fechamos a edição de hoje com a incrível história de Edson Suemitsu e seu filho Guilherme, que mantêm em sua casa em Curitiba a produção de katanas, uma espada japonesa de tradição samurai. (UOL)

Há pelo menos 12 anos, Suemitsu pai produz as espadas, feitas com reverência espiritual e técnicas transmitidas de geração em geração. O amuleto, que serve para abrir caminhos e trazer boas energias, leva um mês para ser produzido e custa até R$ 30 mil.

No ano passado, Edson ganhou a companhia do filho, que voltou a morar com o pai e passou a aprender as técnicas. “A pandemia nos mostrou que as pessoas podem nos deixar a qualquer momento. Eu não podia mais adiar”, disse Guilherme, sobre a decisão de manter a tradição da família.

Boa semana e até terça que vem 🙂

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