É difícil de acreditar, mas, aqui em Curitiba, tem gente que está tendo que voltar às antigas e cozinhar com fogão a lenha, por causa do exorbitante preço do gás de cozinha.
Quem contou essa história (que até parece do século passado) foi a revista piauí, na reportagem “A lenha ou a fome”, de Felippe Aníbal. Ele foi ao bairro da Caximba, no extremo sul da cidade, onde “as pequenas chaminés dos fogões a lenha se multiplicam”. (piauí)

Olhando o gráfico (em especial o pico do último ano), dá para ver por que o preço do gás ficou dramático para tantas famílias em Curitiba. Acesse a visualização completa aqui.
E por que o gás subiu tanto? Em resumo, por causa da alta do dólar e da elevada cotação do petróleo no mercado internacional. No Brasil, desde maio do ano passado, o preço do botijão subiu cinco vezes mais do que a inflação. Só no mês de junho, o reajuste foi de 6%. (Bem Paraná)
Mas ainda pode piorar: com o reaquecimento da economia global conforme a vacinação avança e a pandemia de COVID-19 arrefece, a demanda por energia deve aumentar – e o preço também, não só do gás, como da energia elétrica.
⏳ O uso de lenha e carvão para cozinhar não é de hoje: em Curitiba, cerca de 7% dos domicílios afirmam recorrer a esse tipo de combustível para preparar alimentos – ou 51 mil famílias, segundo dados do IBGE, de 2019.
Esse percentual é bem menor que a média nacional, de 19%, mas maior do que em outras capitais, como Belo Horizonte (4,7%), São Paulo (2,8%) e Rio de Janeiro (0,4%).
E agora?
O Disque Solidariedade, serviço da prefeitura que atende às famílias em vulnerabilidade social, chegou a receber pedidos de moradores por fogões a lenha. Dá para fazer doações por lá, via telefone 156;
O Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina) também tem feito edições pontuais da campanha “Gás a preço justo”, doando centenas de botijões a famílias carentes de Curitiba e região;
Enquanto isso, deputados do Paraná propuseram um projeto de lei para permitir a reutilização do botijão em qualquer distribuidora – o que aumenta a liberdade de escolha do consumidor e poderia reduzir o preço do gás em até 20%. A proposta ainda depende de aprovação em segundo turno e sanção do governador. (Tribuna do Paraná)