💸 Quanto ganha a mulher curitibana?

Bom dia!

Nesta semana, mergulhamos nos dados de emprego em Curitiba para saber qual a diferença salarial entre homens e mulheres na cidade. Também falamos de ginástica, de literatura e de trocas em tempos de distanciamento.

Falando em trocas, um muito obrigado aos nossos novos apoiadores Dione Rankel e Felipe Waltrick. Se você também curte O Expresso, visite oexpresso.curitiba.br/apoie e ajude a incentivar o debate sobre Curitiba.

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Nosso próximo encontro:
Terça, 22 de junho

1. Quanto a mulher curitibana ganha 🤑

Uma das discriminações mais sutis contra a mulher está registrada em carteira: ganhar menos que o homem. Pesquisas recentes, das mais diversas fontes, mostram que as mulheres brasileiras ganham até 23% a menos que os homens, que o problema se estende a todos os estados brasileiros e que a pandemia desacelerou a correção desta desigualdade no Brasil e no mundo. (CNN Brasil, G1, Folha de S.Paulo e DW Brasil)

E como estará a situação em Curitiba?

Como sempre, nós d’O Expresso resolvemos vasculhar os dados locais disponíveis, com a ajuda da nossa super analista de dados Caroline Attilio.

  • Descobrimos um bom nível de detalhamento na base do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, e resolvemos apurar: afinal, qual a diferença salarial entre homens e mulheres em Curitiba?

Em um número: 8%. Enquanto as mulheres de Curitiba que têm carteira assinada recebem, em valores medianos, R$ 1.380 por mês, os homens ganham R$ 1.500.

  • Parece pouco, mas, segundo os dados de março de 2021, este é o segundo maior gap salarial de gênero nas capitais brasileiras  – só fica atrás de Belo Horizonte.
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Em março deste ano, Curitiba era a segunda capital em desigualdade salarial de gênero no Brasil: só perdia para Belo Horizonte. Veja o mapa completo aqui.

 

A gente detalhou todos os números na nossa página especial Quanto ela ganha, mas deixamos aqui alguns destaques:

  • Uma das coisas que mais nos chamou a atenção foi que, quanto mais a mulher estuda, maior a desigualdade salarial: mulheres com mestrado ganham 50% a menos que os homens; mulheres com pós-graduação, 33%.
  • A diferença salarial também varia conforme a raça: mulheres indígenas, por exemplo, ganham 18% a menos que os homens; mulheres pretas, 12% a menos.
  • No ano da pandemia, a coisa parece ter piorado: o gap salarial de gênero em Curitiba foi de 4,6% para 8% entre março de 2020 e março de 2021.


“A cultura de que a mulher recebe menos precisa ser rompida. É uma coisa velada, uma preferência machista, baseada nos papéis tradicionais. Enquanto não houver igualdade nas atividades domésticas, a mulher terá um fator limitador em sua inserção no mercado profissional.”
Foi o que nos disse Thereza Cristina Gosdal, desembargadora do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 9ª Região e professora de Direito do Trabalho.

Fomos além e perguntamos às nossas entrevistadas: e o que pode ser feito?

🔎 A primeira coisa é transparência: em países como Reino Unido e Alemanha, as empresas são obrigadas a publicar dados (não individualizados) sobre a diferença salarial entre homens e mulheres – e, assim, acabam sendo cobradas publicamente para reduzir o gap. (G1 e BBC Brasil)

  • Aqui no Brasil, tramita no Congresso um projeto de lei que prevê multa a empresas que cometam discriminação salarial contra mulheres. (Folha) 

🕚 Outra sugestão unânime é lutar pela igualdade nas atividades domésticas. Em média, as mulheres brasileiras ainda dedicam o dobro de tempo a serviços domésticos do que os homens. (iG) Essa “pobreza de tempo“, como afirma a juíza Bárbara Ferrito, faz com que as mulheres se tornem menos disponíveis para o mercado de trabalho. (Gênero e Número)

  • “A expectativa de responsabilidade pelas atividades de cuidado recai sobre a mulher. E isso impacta muito: o emprego, sob essa ótica, vira secundário, e isso restringe a participação da mulher no mercado de trabalho”, resume Carolina de Quadros, advogada, mestra em Direito e especialista em Direito do Trabalho.

🤿 Para ir a fundo: explore a nossa página especial Quanto ela ganha. E também vale ler essa pesquisa sobre Mulheres na Pandemia, do excelente Gênero e Número, que cobre questões de gênero no Brasil.
 

2. Conheça o ‘Soares’ 🤸

Na semana passada, uma atleta curitibana de 15 anos fez história: a ginasta Júlia Soares realizou um movimento inédito na trave durante o Campeonato Pan-Americano de Ginástica Artística, no Rio de Janeiro – e que deve ser batizado com o seu nome. (Globo Esporte)

O ‘Soares’ é um movimento de entrada na trave, que envolve uma meia pirueta e um movimento de vela, em que o corpo se mantém estendido na vertical. Ficou curioso? Assista aqui.

Trabalho duro: Atleta do Cegin (Centro de Excelência de Ginástica do Paraná), Júlia treina desde os quatro anos de idade no ginásio do bairro Capão da Imbuia. Ela contou nesta entrevista que ficou dois anos treinando o movimento. “No começo eu batia muito meu braço e ficava roxo”, disse. (Tribuna do Paraná)

Seu próximo sonho? Disputar as Olimpíadas de Paris, em 2024. Vai, Júlia!

 

3. Curtas ⚡

Leão no drive-thrucomeçam hoje as visitas drive-thru no zoológico de Curitiba, gratuitas e agendadas. Para essa semana, as vagas já acabaram, mas há passeios programados para todo o mês de junho. O agendamento pode ser feito aqui. (Prefeitura de Curitiba)

Ainda a pandemiasaímos da bandeira vermelha, mas a letalidade do coronavírus ainda preocupa, como mostra o nosso Monitor COVID-19 Curitiba. As internações em Curitiba ficaram mais longas e letais, e as mortes permanecem num patamar elevado, na casa das 20 por dia. (Plural e O Expresso)

Falando nisso: quem quiser explorar mais os dados da pandemia terá a oportunidade de aprender com dois mestres do ofício, Álvaro Justen e Daniel Ikenaga, nesta live do pessoal do Code for Curitiba, na quarta (16) às 20h30.

 

4. Estática

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A foto de hoje é do amigo e super fotógrafo Brunno Zotto, na Rua Prefeito Rosaldo Gomes Mello Leitão – ali no Centro Cívico. Aliás, nesta semana que passou, um outro registro do Brunno ganhou destaque (merecido) em vários portais curitibanos. Você viu?
 

Acesse esta nota avulsa

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5. Pra encerrar: em bom curitibanês

“O tempo real ficou disforme, e a gente está aprendendo a encontrar trocas.”

Encerramos esta edição com uma frase do escritor curitibano Richard Roch, que traduz muito da nossa sensação de desconforto nesta pandemia.

O autor criado no bairro Fazendinha e autor do livro “Preto de Alma Preta” contou nesta reportagem do jornal Cândido como tem feito para manter as trocas e diálogos com seus leitores em tempos de distanciamento. Spoiler: lives são uma das ferramentas.

Falando em escritores locais, neste domingo (20) é dia de Às vezes, aos Domingos, uma live de bate-papo entre autores do Paraná que rola uma vez por mês no Instagram. O debate da vez acontece às 17h, entre Antonio Cescatto e Marco Aurélio Cremasco.

Ficamos por aqui. Uma boa semana!

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