🚧 As vítimas do trânsito em Curitiba

Um bom dia, debaixo das cobertas!

Nesta manhã fria, fazemos um balanço das mortes no trânsito em Curitiba, falamos sobre a vacinação contra a COVID e prestamos homenagem a um personagem quase cinquentenário da cidade… Quem será?

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Tempo de leitura da edição de hoje:
7 minutos e 42 segundos

Nosso próximo encontro:
Terça, 1º de junho

1. Um triste legado: a morte de mais motociclistas

A pandemia vai deixar marcas indeléveis na forma como vivemos e como interagimos com nossa cidade. Mas um dos ‘legados’ imediatos é especialmente triste: a morte de mais motociclistas em Curitiba.

Um relatório anual do programa Vida no Trânsito mostrou que os motociclistas foram os que mais morreram no trânsito de Curitiba em 2020, ultrapassando os pedestres – que, historicamente, são as principais vítimas do trânsito na cidade.

👀 Tudo isso, é claro, ocorre em meio ao aumento de circulação de motos pela cidade, com a profusão de aplicativos e serviços de delivery pela pandemia.

 

Apesar da menor circulação de veículos com a pandemia, o número de mortes no trânsito aumentou em Curitiba – e as mortes de motociclistas, em verde, ultrapassaram as de pedestres, em amarelo. Veja o gráfico completo aqui.

 

🔎 O que mais deu pra descobrir:

  • Homens, com idades entre 20 e 39 anos, são os que mais morrem no trânsito: eles representam quase metade das mortes ocorridas em Curitiba;
  • Mulheres somam apenas 15% das vítimas;
  • A hora do rush e o início da noite, entre 18h e 21h, concentram o maior número de ocorrências fatais no trânsito de Curitiba;
  • Uma estatística curiosa: as chances de morrer em um acidente de trânsito em Curitiba (seja como pedestre, motorista ou motociclista) são as mesmas para pessoas na casa dos 20 anos e pessoas com 80 anos ou mais. A taxa de mortalidade é praticamente igual para as duas faixas etárias.


E, no frigir dos ovos: Curitiba não conseguiu bater a principal meta do programa, apoiado pela Organização Mundial da Saúde, de reduzir pela metade a morte de pessoas no trânsito em dez anos. Chegamos a uma queda de 42%, um pouco abaixo dos 50% estipulados como meta. 

  • Foi por pouco, mas o aumento de vítimas em 2020 infelizmente colaborou para isso.


Por fim, ainda não há uma análise sobre o que causou a maioria dos acidentes, mas, no ano anterior, o relatório apontou o álcool, a velocidade e o desrespeito à sinalização como os principais fatores de risco.

E no ano pandêmico? Será que o álcool ainda figura entre os principais fatores de acidente? Ou será que o desrespeito à sinalização ou atitudes imprudentes, em ruas mais vazias, ganharam força? O relatório final sai em julho, mas você, leitor d’O Expresso, pode compartilhar a sua percepção escrevendo para a gente no oi@oexpresso.curitiba.br 😉

 

 

2. Onde tem vacina? 💉

Essa dica a gente leu no Atalho, outra newsletter ‘made in Curitiba’ (e que indicamos!): é a plataforma colaborativa Onde tem vacina, que mostra os postos de vacinação na ativa em sua região e indica a frequência de doses aplicadas por dia – e até que tipo de vacina!

Em verde, os postos com vacinação recente. Em vermelho e amarelo, os postos sem vacinação há pelo menos quatro dias. Veja o mapa completo aqui.

 

A plataforma se baseia em dados oficiais do Ministério da Saúde, que são relativamente atualizados (na noite desta segunda, por exemplo, a maioria dos postos de saúde da cidade tinha dados atualizados até sexta-feira).

Além disso, o site tem um filtro bem interessante: por tipo de vacina aplicada (CoronaVac, Pfizer ou AstraZeneca)

  • Ao selecionar o filtro da Pfizer, por exemplo, é possível ver quais postos estão aplicando esta vacina específica nos últimos dias (PSC, são dez postos em toda a cidade, já que são desta fabricante os dois lotes mais recentes de vacina recebidos pela prefeitura). (CBN Curitiba)
  • Já se selecionarmos CoronaVac, o mapa vai se encher de cruzinhas vermelhas – que indicam a ausência do imunizante, cuja produção foi suspensa recentemente por falta de insumos. (Agência Brasil)
  • Por fim, os lotes recentes de AstraZeneca estão concentrados na região metropolitana, que ainda não foi contemplada com as doses da Pfizer – mais especificamente, em Pinhais, Almirante Tamandaré e Colombo.


Se você já se perdeu na fila da vacina: Curitiba está agora imunizando pessoas com comorbidades com 30 anos ou mais, além de profissionais da educação básica e, a partir desta semana, pessoas com deficiência. E aí, sua vez está próxima? 🙏

E, para não perder o hábito, as estatísticas mais recentes da pandemia em Curitiba estão, como sempre, no nosso Monitor COVID-19 Curitiba.

 

3. Curtas ⚡

Museu às segundas: o Museu Oscar Niemeyer inaugurou nesta semana o expediente às segundas-feiras. Agora, o local abre toda segunda, das 10h às 18h – uma forma de contornar os fechamentos de fim de semana causados pela pandemia. Há limite de pessoas por sala e, é claro, obrigatoriedade do uso de máscara.

Nova faixa exclusiva: os ônibus ganham (e os carros perdem) mais uma faixa exclusiva na rua Marechal Deodoro, desta vez no Alto da XV, em direção à caixa d’água (entre a Ubaldino do Amaral e a Prefeito Ângelo Lopes).

Um perfil criminoso: para quem quer entender mais o caso, vale se aventurar neste perfil de um serial killer de gays, que fez pelo menos três vítimas (duas delas em Curitiba) e está foragido. (revista piauí)

 

4. Quase cinquentão

Nesta semana, o famoso calçadão da Rua XV faz 49 anos. A imagem de hoje é um flagra do passado, da construção (bastante controvertida) da obra, como relembra esta reportagem. O clique é do acervo da Prefeitura de Curitiba.
 

Acesse esta nota avulsa

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5. Pra encerrar: em bom curitibanês

“O racismo violenta a sociedade como um todo.”

Encerramos a edição de hoje com uma reflexão de Dora Lucia Bertulio, doutora em Direito, procuradora da UFPR e uma das protagonistas na implementação de cotas raciais e sociais na instituição.

Em uma recente aula magna online, promovida pelo Conselho Municipal de Política Étnico Racial, Bertulio discorreu sobre o racismo e seus efeitos nocivos em toda a sociedade.

“O racismo não atinge somente a população alvo da discriminação. O racismo desestrutura a sociedade; ele cria momentos de violência, de não-fraternidade, de não-solidariedade, que vão implicar na qualidade de vida de todos”, afirmou a catarinense, que é radicada em Curitiba e virou cidadã honorária.

Nesta reportagem, é possível conhecer um pouco mais da história de Dora Lucia, incluindo sua carreira acadêmica e a atuação para a implantação de cotas raciais na cidade. (UFPR)

Ficamos por aqui. Uma boa semana!
 

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