🚍 Menos linhas de ônibus em Curitiba

Mais uma terça-feira! ☕

Nesta semana, pedimos licença para perguntar: como está você, caro leitor/a?

Enquanto fazíamos esse Expresso, me deparei com um artigo sobre como nos tornamos mais isolados e solitários em tempos de pandemia. Faz falta demais encontrar os amigos, flanar pela cidade, conhecer seus novos espaços — e, ao mesmo tempo, me senti agradecida por ter esse espaço de diálogo com a cidade e suas pessoas.

Em meio a tantas restrições, é muito bom contar com você 🙂 Nesta semana também tivemos uma nova apoiadora, a Thalyta Cavalli. Obrigada! Se você também curte O Expresso, visite oexpresso.curitiba.br/apoie e ajude a incentivar o debate sobre Curitiba. 

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Tempo de leitura da edição de hoje:
7 minutos e 54 segundos

Nosso próximo encontro:
Terça, 13 de abril

1. Os ônibus, um ano depois da pandemia 🚌

Hoje, vamos falar de um dos assuntos preferidos do curitibano: o ônibus. Que, aliás, anda meio combalido…

Segundo os dados oficiais, o sistema de transporte de Curitiba perdeu quase 100 milhões de passageiros em 2020, em comparação ao ano pré-pandêmico. A suspensão das aulas presenciais, o distanciamento social e a própria crise econômica levaram à crise. (Prefeitura de Curitiba)

  • No geral, os ônibus estão transportando cerca de metade dos passageiros que levavam antes – uma queda de 53%.

🤔 Mas quais linhas sofreram mais? Em algum lugar parou de circular ônibus?

🎲 A nossa analista de dados, Caroline Attilio, fez uma varredura nos dados abertos do transporte coletivo. Além disso, conseguimos um relatório da Urbs que mostra o detalhamento de passageiros por linha, antes e depois da pandemia.

Em resumo:

  • queda média de passageiros pelas linhas da cidade foi de 57%. Nas estações-tubo e terminais (leia-se, biarticulados, ligeirinhos e ligeirões), a diferença foi ligeiramente menor, de -51%.

  • Algumas das linhas que mais sentiram a variação foram as das universidades: o alimentador da Universidade Positivo, por exemplo, viu a demanda diária cair de 1.800 pessoas para 75 (uma queda de 96%); na linha Bom Retiro/PUC, a diferença foi de 91%. Mesma coisa com a Estudantes (que vai do centro ao Centro Politécnico da UFPR), cuja queda foi de 82%.

  • O impacto foi geral, do centro aos bairros: na verdade, das 234 linhas analisadas, só duas (Caiuá/Campo Comprido e Futurama/Sítio Cercado) registraram alta de passageiros.

O efeito colateral

A gente acabou descobrindo que, com a queda na demanda, Curitiba perdeu pelo menos 23 linhas de ônibus😧 Algumas foram mescladas, como a Guabirotuba e a V. Macedo (que viraram ‘V. Macedo via Guabirotuba’). Mas muitas mais foram desativadas temporariamente, como a Universidades, a Fredolin Wolf, a Jardim Itiberê, a Fazendinha/PUC… Veja a lista completa aqui.

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As linhas suspensas, em cinza, se concentram no eixo leste-oeste da cidade. O mapa completo está aqui.

⚠️ A Urbs ainda não sabe se elas voltarão depois da pandemia. A demanda não se recuperou com o passar dos meses, e só o tempo dirá sobre seu retorno.

E por que falar disso?

Primeiro, porque qualquer problema no sistema de ônibus atinge em especial os trabalhadores de baixa renda e as minorias, que dependem do transporte público para trabalhar, estudar e se locomover.

Segundo, porque a manutenção do transporte público durante a pandemia é um problema global: nos EUA, há cidades que querem cancelar o serviço aos fins de semana; em Nova York, já consideram cortar o serviço de metrô pela metade se não houver subsídio. (The New York Times, em inglês)

Em Curitiba, o município aprovou um auxílio emergencial às empresas de ônibus, que paga metade dos custos do sistema e vai durar até o fim de junho. (BandNews FM) 

  • Fica a dica: em outras cidades brasileiras, receitas do estacionamento rotativotaxas de aplicativos de transporte e receitas de publicidade em abrigos de ônibus também ajudaram a injetar recursos no sistema. (WRI Brasil)

Além de tudo, os ônibus ainda enfrentam o desafio de combater o coronavírus enquanto mantêm um serviço essencial para o ir e vir da população – infelizmente, pelo menos 21 motoristas e cobradores já morreram de COVID. As empresas pedem que os funcionários sejam vacinados o quanto antes, e a Urbs passou a bloquear o cartão-transporte de quem testou positivo para a doença. (Gazeta do Povo, Diário do Transporte e BandNews F

🗣️ E você, leitor? Tem usado o transporte público nos últimos meses? Como avalia o serviço? Está faltando ônibus? Conte para gente o que acha no oi@oexpresso.curitiba.br
 

2. Cultura Expressa: as dicas de abril 🎭

 

Começo do mês, como sempre, é tempo de falar das dicas culturais do nosso parceiro Curitiba de Graça, selecionadas pela Camile Triska.

Mostra plural: vai até o fim do mês, totalmente online e gratuita, a Mostra Literatura Paraná – que tem live com escritores consagrados, artistas mirins, leituras ao vivo e até duelo de MCs. As transmissões acontecem pelo YouTube, sempre às 12h, 16h e 20h.

Arte o ano todo: um dos principais eventos culturais da cidade, a Bienal de Arte Contemporânea de Curitiba se reinventou: além de online, neste ano ela vai durar o ano inteiro, com um tema por mês. Abril é o mês da videoarte, que pode ser acompanhada pelo instagram.

Teatro em casa: a Companhia Fluctissonante, daqui da terrinha, lançou dois espetáculos teatrais online e gratuitos, que podem ser acessados via YouTube ou Facebook.

Streaming leite quente: um longa-metragem de animação produzido em Curitiba estreou esta semana no Amazon Prime. O filme “O bem-aventurado”, do diretor Tulio Viaro, é encenado por bonecos e inspirado num conto russo.

Zequinha de Curitiba: essa é pra curitibano raiz: o icônico palhaço Zequinha, que dava nome a uma bala produzida por essas bandas e que marcou gerações, está de volta. O ilustrador Nilson Müller contou tudo nesta entrevista.

 

3. Curtas ⚡

 

Ainda a pandemia: voltamos à bandeira laranja nesta semana, mas não dá para facilitar. Curitiba continua com 100% de ocupação nas UTIs do SUS, e a média de mortes diárias ainda é muito próxima do recorde histórico: atualmente, perdemos em média 34 vidas por dia. (Gazeta do Povo e O Expresso Curitiba)

Banco novo: o último banco digital do pedaço é de Curitiba, o Banco Bari, da rede de concessionárias Barigui. Todo mundo quer ser uma fintech… (Neofeed)
 

4. Pela janela

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Um flagra de uma janela pitoresca no centro de Curitiba. O clique é de Gustavo Panacioni.
 

Acesse esta nota avulsa

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5. Pra encerrar: em bom curitibanês

Gosto de ler e escrever porque “lá não é aqui”.

Em tempos tão difíceis, encerramos mais uma edição com as palavras de uma artista curitibana – desta vez, a escritora Giovana Madalosso, autora de Suíte Tóquio e outros livros fenomenais.

Neste bate-papo recente, promovido pela Biblioteca Pública do Paraná e publicado na revista Cândido, a escritora fala daqueles momentos em que “a realidade aperta muito”“Confesso que fujo e vou morar dentro das minhas ficções, nas minhas crônicas e comentários – que é um pouco menos difícil do que viver nesta realidade”.

Faço delas as minhas palavras: “Sou muito feliz por fazer literatura. Usando toda essa angústia, catalisando toda essa coisa negativa para fugir, para escrever. Porque com palavras é como eu sei me defender do mundo.”

Que as palavras continuem a ampliar nossos universos.

Uma boa semana 🙂
 

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