🍃 Curitiba, capital ecológica?

Bom dia!

Ficamos até de noitinha preparando esta edição para você, que traz números sobre as áreas verdes de Curitiba. Também tem mais uma coluna O Expresso da História, que trata de uma antiga delícia curitibana… Adivinhe qual é? Ah! E não esquece que hoje tem a gente lá no Cultucada.

Aquele muito obrigada de sempre às novas apoiadoras Maria Teresa Romanó e Marleth Silva. Se você também curte O Expresso, visite oexpresso.curitiba.br/apoie e ajude a incentivar o debate sobre Curitiba. 

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Tempo de leitura da edição de hoje:
7 minutos e 48 segundos

Nosso próximo encontro:
Terça, 23 de fevereiro

1. Áreas verdes, onde ficam? 🌳

Em tempos de isolamento, o que você vê quando olha pela janela: árvores ou prédios?

Apesar da alcunha de capital ecológica (e de, façamos justiça, ainda ser melhor nesse quesito do que muita cidade brasileira), Curitiba ainda tem ‘muitas Curitibas’ dentro de si quando o assunto é meio ambiente.

A gente d’O Expresso pediu à prefeitura, via Lei de Acesso à Informação, dados sobre áreas verdes por bairro de Curitiba. Conseguimos uma planilha bem completa, detalhando cada uma das 1.141 áreas verdes da cidade. E, como sempre, colocamos tudo em um mapa:


As áreas verdes de Curitiba são abundantes na região norte, mas pouco numerosas no centro e no sul da cidade. Confira o mapa completo aqui.

 

Já deu pra ver alguns “Saaras” no meio dos corredores verdes da cidade, não?

Alguns destaques:

  • As áreas verdes são compostas por parques e bosques, mas também por RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural, de que a gente já falou aqui), praças, jardinetes e até eixos de animação (aqueles trechos de área verde no meio de avenidas, como na Arthur Bernardes);
  • A maior parte da área verde de Curitiba é formada por reservas, parques e bosques (que somam 80% do total), mas uma fatia considerável é de praças, por exemplo;
  • Nem tudo nessa área verde, portanto, é efetivamente verde – como bem explica este trabalho de pesquisadores da Engenharia Florestal da UFPR, que em 2014 identificou que somente 70% das áreas verdes de Curitiba eram, de fato, cobertas por vegetação.


“A distribuição das áreas verdes ao longo do município de Curitiba e de suas regionais é desigual em quantidade e irregular quanto à sua disposição, existindo uma concentração de parque e bosques na região norte, e de áreas verdes culturais (praças, largos e jardinetes) na região central”, destacaram, quatro anos atrás, os pesquisadores Mayssa Mascarenhas Grise, Daniela Biondi e Hideo Araki, da UFPR.

👀 Ainda naquela época, já dava para observar: a região sul era a mais carente de áreas verdes em Curitiba. Parte desse problema foi contornado com a inauguração, em 2015, da maior reserva da cidade na CIC, o Refúgio de Vida Silvestre do Bugio. Mas bairros como Pinheirinho, Xaxim e Umbará ainda estão entre os que têm menos área verde per capita.

Observação importante: segundo esses dados, Curitiba tem um índice de 11,1 m2 de área verde por habitante – bem abaixo dos 60m2 divulgados pelo poder público em 2012. Mas esse cálculo leva em consideração o mapa de maciços florestais da cidade, e não as áreas verdes. Ou seja, aí é outro pano pra manga 🙂

PS: um agradecimento especial ao nosso leitor Eurico Borges dos Reis, que há algum tempo cantou essa história pra gente, e que enfim conseguimos tirar do papel. 

 

2. O Expresso da História, com gostinho de polvilho 🍪

A já tradicional coluna O Expresso da História de hoje vai deixar muita gente de água na boca. Quem conta a história de mais uma marca icônica da cidade é o nosso Diego Antonelli. Dessa vez, a personagem é a marca de biscoitos Tip Top:

🏅 Foi em 1970 que a Tip Top entrou no mercado para se tornar, em pouco tempo, a principal concorrente da multinacional Elma Chips em todo o Brasil. O que começou como uma modesta e sem grandes pretensões fábrica de biscoitos de polvilho se tornou uma empresa que deixou saudade para quem viveu e cresceu na década de 1980.

A empresa fundada pela família Rhinow produzia os mais variados tipos de biscoitos (doces e salgados), massas e salgadinhos. Em pouco tempo, os alimentos produzidos em Curitiba caíram no gosto das crianças e dos adultos, e ganharam o Brasil inteiro. 

🏭 A principal fábrica da Tip Top ficava na avenida Anita Garibaldi, entre os bairros do Juvevê e Cabral. Quem morava por perto dizia acordar com as sirenes de entrada dos funcionários, e conviver (melhor ainda!) com o cheirinho de biscoito assado no fim do dia. (Curitiba do Passado)

 

A antiga fábrica da Tip Top, em Curitiba. A foto foi divulgada no grupo Curitiba do Passado.

 

A fábrica da Anita Garibaldi era originalmente a Fábrica Lucinda, da família Groetzner, que foi incorporada pela Tip Top em 1980. Também especializada na fabricação de massas e biscoitos, a Lucinda foi fundada em 1912 por Paulo Groetzner, imigrante suíço – e, segundo a historiadora Roseli Boschilia, quase 80% da sua mão-de-obra era formada por mulheres. (UFPR)

Mais tarde, a fábrica da Tip Top foi transferida para Campina Grande do Sul. Porém, em 1993, a Tip Top teve sua falência decretada. (Jornale)

Curiosidade nostálgica:
Durante os anos 80, a Tip Top adotou um menino loiro como mascote. A sua figura se deliciando com as guloseimas da Tip Top era estampada em anúncios de gibis de circulação nacional. Você lembra? A estratégia alavancou as vendas da empresa que conquistou, de vez, o público infanto-juvenil.

 

3. Além do horizonte

O belo clique de hoje é do nosso leitor Andrea Torrente, dia desses, no Alto da XV.
 

Acesse esta nota avulsa

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4. Pra encerrar: em bom curitibanês

“Percebi o quanto sou privilegiado com o carinho das pessoas. Essa é a minha maior riqueza”.

A frase de hoje é daquelas bem derretidas que encerram telejornal – mas é de um ícone curitibano, o Riad Bark, dono do lendário bar Ponto Final e que contou uma história que merece o nosso registro. (Gazeta do Povo)

reduto boêmio no bairro São Francisco foi assaltado recentemente, durante a quarentena. Fizeram a limpa: levaram equipamentos de som, cervejas, bebidas e até leite condensado. O prejuízo foi estimado em R$ 70 mil. (Tribuna do Paraná)

Riad falou em fechar o bar. Mas amigos e clientes do lugar imediatamente se ofereceram para ajudar, e já arrecadaram o dinheiro necessário, em uma vaquinha virtual, para retomar o reduto – assim que a quarentena acabar 😉

Quem tem amigos tem tudo!

Uma boa semana, um bom Carnaval (em casa!) e até logo!
 

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