🌊 Onda? Tsunami

Mais um dia começando com o seu Expresso de todas as terças.

A edição de hoje, fechada com o choro de um bebê que não queria dormir, traz uma breve análise sobre os hospitais de Curitiba que mais receberam casos de COVID, e a história de uma marca de refrigeradores do coração da cidade 💛

Nosso agradecimento especial vai para Tyrso Meireles, que assinou um dos planos mensais de apoio ao O Expresso. Se você curte O Expresso, visite oexpresso.curitiba.br/apoie e ajude a incentivar o debate sobre Curitiba.

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Tempo de leitura da edição de hoje:
8 minutos e 11 segundos

Nosso próximo encontro:
Terça, 8 de dezembro

1. Um tsunami de casos 🌊

A gente não queria começar dezembro falando de pandemia (ainda!). Mas infelizmente o novo pico de casos de coronavírus em Curitiba, como a gente mostrou nas últimas edições, está parecendo um tsunami, segundo a própria secretária municipal de Saúde. (Plural)

E não é para menos, como mostra o gráfico aí embaixo:

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A curva mostra o número de casos ativos do vírus na cidade – ou seja, que têm potencial de transmitir a doença para outras pessoas. Veja os dados completos no nosso Monitor COVID-19 Curitiba.

 

O que mais preocupa agora é a situação dos hospitais: apesar da abertura de mais leitos exclusivos para a COVID na cidade, muitos estão lotados e suspenderam o atendimento de emergência. (Gazeta do Povo e BandNews FM) 

🔎 A gente d’O Expresso foi atrás de mais dados, e conseguimos achar uma planilha do Ministério da Saúde que concentra todos os casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), incluindo COVID, no país. 

Fuça daqui, fuça dali, e montamos uma lista dos dez hospitais que mais receberam casos de coronavírus em Curitiba (tanto confirmados quanto suspeitos) nas últimas duas semanas (de 08 a 23 de novembro):

Hospital do Idoso Zilda Arns: 198 casos em duas semanas
Hospital Evangélico Mackenzie: 109
Hospital de Clínicas: 98
Ônix Mateus Leme: 72
Cruz Vermelha: 59
Santa Casa de Curitiba: 58
Hospital Santa Cruz: 57
Vita Curitiba: 45
Hospital Pilar: 28
Hospital Nossa Senhora das Graças: 28

Em resumo, é MUITA coisa. Em alguns hospitais, o número de casos admitidos ou atendidos neste mês ultrapassa o pico do inverno. 

Fica aquele velho recado: se cuide e cuide dos demais! Use máscara e, se puder, fique em casa.

 

2. O Expresso da História: das bicicletas aos eletrodomésticos 🚴

Vamos a mais uma viagem pela história de Curitiba com o nosso Diego Antonelli, que hoje fala de uma indústria curitibana famosa pelos eletrodomésticos, mas que começou mesmo com bicicletas: a Prosdócimo.

🚋 Nas primeiras décadas do século 20, as ruas de Curitiba eram dominadas por bondes, cavalos e carroças. Mas foi o mercado crescente das bicicletas que chamou a atenção de João Prosdócimo. 

🚲 Em 1929, nasceu a João Prosdócimo & Filhos – uma oficina de bicicletas, armas de fogo e de máquinas de costura, além de oficina mecânica, com capital financeiro de 30 contos de réis. Ali se vendia uma variedade de bicicletas e motos. A cereja do bolo, porém, eram os itens de marca própria: as Bicycletas Prosdócimo.

  • Em 1934, a loja foi transferida para a Praça Tiradentes, onde permaneceu por décadas como a matriz das Lojas Prosdócimo, que se tornou uma completa loja de departamentos. No auge, o estabelecimento ocupava sete pavimentos, sendo cinco de lojas e dois para escritórios e setor administrativo. (Fecomércio)


Surgem os eletrodomésticos: em paralelo ao sucesso da Prosdócimo, uma dupla de empreendedores começava uma história que se cruzaria com a empresa de bicicletas. Em 1949, período de pós-guerra, a importação e a produção interna de refrigeradores não conseguiam atender à demanda do mercado nacional.

  • Foi quando Kurt Emilio David Berhend Lysis e José Isfer criaram a Refrigeração Paraná (Refripar), em Curitiba.


🧊 Em 1954, a Refripar foi adquirida pelos Prosdócimo, que passaram a utilizar o nome da família como marca dos refrigeradores. Em 1961, a empresa lançou o primeiro freezer horizontal no Brasil e, em 1963, já fabricava mil geladeiras por mês! Aos poucos, a marca se tornou referência, e chegou a ser a segunda maior fabricante brasileira da chamada “linha branca” de eletrodomésticos. (UFPR, dissertação de Sandra de Brito da Silva)

Àquela época, a Prosdócimo ainda era uma empresa familiar. Os irmãos Pedro e João Antônio dividiam o comando das empresas: Pedro era presidente no comércio, e João Antônio, na indústria. 


O fim: a crise econômica dos anos 1980 colocou um ponto final na trajetória do braço comercial do grupo. Em 1984, a cadeia de 23 lojas entrou em recuperação judicial e foi vendida para o grupo Arapuã.

Já a Refripar ficou no comando da família Prosdócimo até 1996, quando foi comprada pela sueca Electrolux. Em 1997, a marca “Prosdócimo” deixou de ser utilizada em definitivo.

🏙️ Uma curiosidade: sede das Lojas Prosdócimo, o edifício João Prosdócimo foi construído em 1947 na praça Tiradentes. Em 1958, anunciou com pompa que inaugurava a primeira escada rolante de Curitiba. “O que Nova Iorque, Rio e São Paulo têm, agora para você também!” (Memória Urbana)

 

3. Curta 

Pano pra manga: a página especial sobre eleições d’O Expresso foi tema de algumas análises super interessantes de nossos leitores. Uns destacaram a presença dos vereadores eleitos nos bairros em que foram vencedores – pelo visto, bater perna ainda faz diferença na campanha. Outros lembraram do episódio de um apresentador global na Caximba, que acabou sendo o bairro com maior proporção de votos do atual prefeito. E o Eduardo Prox refletiu sobre o fraco desempenho da esquerda na periferia: “No Caximba, os vereadores mais votados foram do Podemos, PSD, Republicanos e PSL. Será que isso demonstra um descolamento da esquerda das pautas relevantes para a periferia?”.
 

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4. Aglomeração

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Quando o sol sai em Curitiba é assim: hora de aproveitar para dar uma arejada nos bichos de pelúcia. O registro incrível é da leitora e amiga Ana Paula Málaga.

Ah! A foto da semana passada, aliás, era de uma Araucária com uma Bougainville – também conhecida como primavera -, como nos informou o nosso leitor Fabio 🙂

 

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5. Pra encerrar: em bom curitibanês

“A enchente de 1983 destruiu tudo na casa dos meus pais. […] Eu queria poder ajudar as pessoas a não passarem pelo que a minha família enfrentou.”

A frase de hoje marca o início da caminhada da pesquisadora Alice Grimm, que nesta semana foi elencada em um ranking internacional como uma das cientistas mais citadas no mundo no ano que passou. (Portal UFPR)

Grimm é professora da UFPR em Curitiba e pesquisadora do clima. A história dela com a ciência começou com essa enchente de que ela fala, como contou nesta palestra. (UFSC)

“Às vezes, uma região passa por muitos anos de seca extrema ou chuva exagerada, e as pessoas não sabem que se trata de mudanças interdecadais, e que poderiam se organizar melhor se houvesse uma previsão mais precisa”, disse. Aliás, a estiagem pela qual passamos aqui no Paraná entra nesta lista. (Gazeta do Povo)

Se quiser saber mais, você pode ouvir uma palestra recente (e super interessante) dela aqui. (Semana da Física UnB)

Ótima semana a você 🙂
 

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