🚑 Distanciamento social em ônibus lotados?

Um bom dia com o seu Expresso de toda terça-feira.

Hoje nossa edição fala dos ônibus lotados da cidade, de uma famosa fábrica de bebidas da nossa região e, também, do escritor que se mudou para Curitiba depois de ler Dalton Trevisan.

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Tempo de leitura da edição de hoje:
8 minutos

Nosso próximo encontro:
Terça, 27 de outubro

1. O desafio dos ônibus lotados 🚌

Com a aparente desaceleração da pandemia em Curitiba, a cidade tem ensaiado um retorno às atividades cotidianas — com distanciamento e de máscara, sempre, enquanto a vacina não vem. (Plural)

Mas e quem depende do transporte público: como manter o distanciamento num ônibus lotado? 🤷‍♀️

O Tribunal de Contas fez uma auditoria que comprovou o que muita gente já vivia na prática: os ônibus de Curitiba estão circulando lotados, a despeito da pandemia e da regra de limitar a capacidade dos veículos. (Gazeta do Povo)

  • O órgão foi verificar a situação por causa do repasse emergencial às empresas de ônibuslá no início da pandemia. Um dos objetivos da verba, afinal, era garantir que os veículos circulassem em condições adequadas, para evitar o contágio pelo coronavírus. (Tribuna do Paraná)

O que diz a prefeitura? A Urbs argumenta que: (Plural)

  • O número de passageiros “não chegou nem na metade do normal antes da pandemia” (na verdade, os dados oficiais da Urbs indicam uma queda média de 35% nos últimos dias);
  • Atualmente, 80% da frota está circulando;
  • A redução máxima da frota foi de 40%;
  • O monitoramento dos usuários é constante, e a fiscalização é permanente;
  • Diversas medidas de prevenção, como a higienização dos ônibus, marcações para distanciamento nos terminais e viagens com janelas abertas, foram adotadas.

Mas… Um levantamento da Moovit, baseado em dados de usuários do aplicativo, mostra que Curitiba está entre as capitais mais próximas de atingir a média pré-pandêmica de passageiros no transporte público. Na última sexta, por exemplo, a queda era de apenas 12%. Talvez isso ajude a explicar os ônibus lotados, num momento de frota ainda reduzida…

  • Além disso, no início do mês, Curitiba também aumentou a ocupação dos ônibus para 70% da lotação máxima. Ou seja, mais gente circulando nos veículos. (Diário do Transporte)

E o que dá para fazer? 

  • O Tribunal de Contas determinou que a prefeitura estabeleça, em um mês, regras de espaçamento nos ônibus e que fiscalize a superlotação nos horários de pico. (TCE-PR)
  • Pelo mundo, a etiqueta de falar pouco no transporte público, aliada ao uso de máscaras e à ventilação dos veículos, deu bons resultados na França e no Japão. (Bloomberg, em inglês)
  • Já em Detroit, antigo polo automotivo dos EUA, a prefeitura tem investido na pesquisa de meios de transporte alternativos para o pós-pandemia. A cidade investiu numa frota de carros adaptados, com separação entre motorista e passageiro e adaptações no sistema de ar condicionado, só para levar cidadãos com sintomas de COVID ao posto de testagem. (Next City, em inglês)
  • E, voltando a Curitiba, é bom saber o que pensam os candidatos à prefeitura sobre o transporte público: a Tribuna do Paraná perguntou sobre o preço da passagem, e o G1 PR reuniu as propostas de mobilidade urbana.

 

2. O Expresso da História: um refrigerante pra chamar de nosso 🥤

Hoje, a tradicional coluna do nosso colega Diego Antonelli sobre marcas icônicas de Curitiba conta as origens de uma fábrica de bebidas aqui da região metropolitana, cujas bebidas caíram no gosto do paranaense: a Cini. Fala aí, Diego:

A Cini se tornou um símbolo paranaense. O refrigerante Gengibirra, produzido a partir do gengibre, por exemplo, é um dos maiores marcos da fábrica. É uma bebida tradicional em grande parte do Paraná, produzida da mesma forma há mais de 80 anos

🚢 Toda essa história começou do outro lado do Atlântico: Ezígio Cini, o fundador da empresa, é natural da região do Vêneto, na Itália. Em 1890, ele migrou ao Brasil e foi morar na Colônia Cecília, a famosa experiência anarquista instalada em Palmeira, na região dos Campos Gerais. Foi lá que Cini conheceu Aldina Benedetti, com quem casou e teve filhos.

  • Cini, aliás, era considerado um intelectual que defendia seus ideais: fundou o jornal ‘Il Diritto Libertário’, em que tratava dos direitos dos trabalhadores, e chegou a ser detido na época. 

🌱 Foi ainda na Colônia Cecília que surgiu a famosa gengibirra, produzida em casa por Cini e sua família, para beber aos finais de semana. A receita é mantida desde então, e foi repassada de geração em geração. 

🍻 A semente da fábrica Cini começou a brotar em 1904, quando Ezígio Cini foi morar em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, e iniciou uma fábrica de bebidas em sociedade com Carlos Chelli. A empresa ganhou o nome de Cervejaria Esperança, e produzia água com gás e duas cervejas – uma clara e outra escura.

Na década de 1920, Cini morreu. Sua esposa e o filho Hugo tocaram os negócios, assumindo a sociedade por completo e rebatizando a empresa de “Hugo Cini e Cia”. Foi Hugo quem levou a fórmula do refrigerante Gengibirra para a fábrica. 

🚚 A sede da empresa já passou por Curitiba, Pinhais e, enfim, voltou a São José dos Pinhais, onde ocupa atualmente uma área de 11 mil metros quadrados. A gengibirra é exportada e consumida em diversos países, assim como outros refrigerantes da marca.

Curiosidades:

 

3. Curtas⚡ 

Novo normal: com a desaceleração da pandemia, cinemas e teatros voltaram a funcionar em Curitiba (incluindo o Cine Passeio), e o MON reabriu na semana passada, após sete meses fechado. Já o Mercado Municipal vai promover sua 1ª Semana Gastronômica, que começa nesta terça (20). (CBN Curitiba, BandNews FM e Tribuna do Paraná)

Inspiração: vai rolar mais uma edição curitibana do evento TEDx — desta vez, completamente online. A edição, que leva o nome da UFPR, acontece nos dias 12 e 13 de dezembro. A transmissão será gratuita, mas quem quiser participar da plateia oficial tem até o dia 23 de outubro para se inscrever. (BandNews FM)

Você decide: ainda há tempo para votar (até o dia 23/10) e opinar sobre as prioridades da Lei Orçamentária Anual para o seu bairro. A Câmara organizou um site especial para quem tiver interesse. (Câmara Municipal de Curitiba)

 

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4. Portas fechadas

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A cena de hoje é de uma das ruas mais antigas de Curitiba, a São Francisco. Depois de se consolidar como um dos points da cidade, lá em 2016, a rua agora tem a maioria das portas assim: fechadas. Aqui tem uma análise bem interessante sobre o que deu errado, e que nos leva a refletir sobre o uso democrático da cidade. (Gazeta do Povo)

O clique é de Estelita Carazzai e os grafites são de Rimon Guimarães.
 

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5. Pra encerrar: em bom curitibanês ⚽

“O que me trouxe pra Curitiba foi quando eu li Dalton Trevisan. Aquela literatura cheia de vazios, de lacunas, com ironia, com humor… […] Na minha época, a maioria das pessoas ia pra São Paulo. Era ou Maringá, ou Londrina, ou São Paulo. Eu vim morar na Curitiba do Dalton Trevisan.”

O escritor Miguel Sanches Neto, natural de Bela Vista do Paraíso, no norte do Paraná, fala sobre a relação com Curitiba e com os contos de Dalton Trevisan neste episódio do Paiol Literário, lá em 2007.

Quase dez anos depois, em 2015, Sanches Neto deu ecos às suas memórias na ficção “Chá das Cinco com o Vampiro” — livro que conta a história da aproximação entre o personagem Beto e “um escritor excêntrico de Curitiba”.

Ficamos por aqui. Boa semana!
 

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