A antiga fábrica da Essenfelder em Curitiba, localizada no Alto da Glória, em imagem do início do século XX (colorida digitalmente). Crédito: Divulgação
🇩🇪 🇦🇷 A saga da centenária fábrica começa no velho continente, quando o alemão Florian Essenfelder aprendeu o ofício da fabricação de pianos na C. Bechstein, em Berlim, famosa por produzir um dos melhores pianos do mundo. Ali, ele descobriu sua vocação.
- Em 1889, Florian embarcou com esposa e dois filhos com destino a Buenos Aires, onde abriria uma oficina de pianos. Foi lá, portanto, que nasceu a primeira fábrica de pianos com a marca F. Essenfelder & Cia.
🇧🇷 Anos depois, em 1902, já viúvo e com seis filhos, Florian migrou para o Brasil, se estabelecendo primeiro em Pelotas, no Rio Grande do Sul, e, na sequência, em Curitiba, onde chegou em 1909. A capital paranaense foi escolhida na época pela abundância de matéria-prima para a fabricação de seus pianos — leia-se, madeira de alta qualidade, como mogno, imbuia e cerejeira. (Gazeta do Povo)
Em seu auge, a fábrica conseguia produzir entre 120 a 130 pianos por mês e contou com mais de 300 funcionários. A Essenfelder ganhou prêmios nacionais e internacionais pela qualidade do produto — como fazia questão de destacar a fachada da fábrica: “Pianos Essenfelder, premiados em exposições internacionais”. Gerações e mais gerações de músicos se formaram nas teclas de um Essenfelder.
📉 Nos anos 1990, a crise começou a baquear a empresa. As políticas econômicas do governo Collor facilitaram a importação de produtos, e fizeram com que pianos mais baratos chegassem ao país. Com isso, a Essenfelder perdeu a competitividade e o espaço no mercado, vindo a fechar a fábrica em 1997.
Curiosidades:
- Pouca gente sabe, mas a empresa Essenfelder ainda existe, reinventada: agora, ela produz pianos acústicos e digitais, em parceria com uma fábrica na China!
- O local onde funcionava a antiga fábrica abriga hoje uma das sedes do Tribunal de Justiça do Paraná — batizado de Edifício Essenfelder.
- Quem quiser saber mais sobre a trajetória de Florian Essenfelder pode conferir esta dissertação de mestrado de João Baptista Penna de Carvalho Neto, que associa o sucesso do empresário à transformação da economia paranaense na época, de agro-exportadora para industrial.