😩 Chega de coronavírus?

Chegou a terça-feira! E, com ela, seu Expresso do dia ☕

Na edição de hoje, além dos últimos dados do coronavírus em Curitiba, também tem uma nova coluna d’O Expresso da História, sobre uma marca de porcelana que marcou o início do século 20 na região. Você sabe qual é?

Ainda trazemos uma imagem impressionante de um dos pontos turísticos mais icônicos do país, intimamente ligado à capital curitibana e impactado pela severa estiagem que atinge a cidade.

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Tempo de leitura da edição de hoje:
8 minutos

Nosso próximo encontro:
Quarta, 22 de abril

1. O monitor do coronavírus em Curitiba

Ainda sobre o assunto inevitável das últimas semanas — a pandemia do coronavírus –, a gente traz uma novidade: colocamos em operação, na semana passada, o Monitor COVID-19 Curitiba, que exibe dados atualizados diariamente sobre a doença na cidade.

📈 É basicamente um compilado, em tempo real, dos gráficos que demos por aqui nas últimas edições, e que comparam a situação da epidemia em Curitiba com outras cidades brasileiras.

Pra não perdermos o hábito, eis um resumo do status atual da epidemia em Curitiba:

  • 6 mortes causadas pela COVID-19
  • 343 casos confirmados (aumento de 78% em uma semana)
  • 127 casos suspeitos 
  • 47 anos é a média de idade dos pacientes com casos confirmados na cidade
Com os atuais índices, Curitiba é a capital com menor proporção de casos confirmados por 100 mil habitantes (quando comparada a São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Rio de Janeiro): nosso índice é de 17 casos por 100 mil habitantes (contra 51,8 em São Paulo, por exemplo). 

Por outro lado, a curva de casos confirmados na cidade é crescente — o que, segundo a secretaria municipal da Saúde, reforça a necessidade de manter o isolamento social.

❗ Acrescentamos ainda uma ponderação interessante que recebemos do leitor Francisco Castro Neves Neto, via LinkedIn (sim, temos uma página por lá!): ele destacou que o índice curitibano de casos de coronavírus por 100 mil habitantes é maior que a média brasileira, que atualmente é de 11. O estado do Paraná, por outro lado, está em 6,6/100k. 

Enquanto isso:
  • índice de isolamento social diminuiu em Curitiba, tanto segundo o monitoramento do trânsito na cidade quanto segundo dados de geolocalização obtidos a partir de celulares. O pico foi atingido em meados de março; do final do mês para cá, esse percentual tem diminuído (BandNews Curitiba e Plural);
  • Pelo menos 50 profissionais de saúde já foram contaminados pelo vírus em Curitiba, em cinco hospitais da capital e região (RPC Curitiba);
  • abre-não-abre do comércio curitibano continua: depois do anúncio de reabertura a partir desta segunda (e da reação negativa do Ministério Públicoprefeitura e governo estadual), a Associação Comercial do Paraná recuou e continua recomendando o isolamento social. Mas a entidade diz que “não se pode fechar os olhos” para a situação dos comerciantes. De fato, nesta segunda (13), algumas lojas retomaram as atividades (Bem Paraná e Gazeta do Povo);
  • Uma vítima do coronavírus conta sua história de recuperação: “Você não faz ideia do que é buscar o ar e não ter”. “Vou falar o que mais me impressionou [na saída do hospital]: fiquei assustado com o tanto de gente na rua no caminho para casa. As pessoas estão achando que é brincadeira.” (Gazeta do Povo);
  • E uma boa notícia, para finalizar: a poluição do ar diminuiu graças à redução do tráfego na cidade durante a quarentena (CBN Curitiba).
 

2. O Expresso da História: porcelanas colombenses 🍽

Pra virar um pouco o disco (desenterramos essa!), hoje publicamos a quarta edição d’O Expresso da História, escrito pelo jornalista e parceiro Diego Antonelli, que rememora por aqui a trajetória de algumas das principais marcas de Curitiba.

Desta vez, ele fala de uma “capital da louça” mais antiga que Campo Largo, aqui na região metropolitana: a cidade de Colombo, que se notabilizou pela Fábrica de Louças Colombo. Fala lá, Diego!

📜 No final do século 19, por volta de 1880, o imigrante italiano Francisco Busato abriu uma produção significativa de louças que conquistou o país. Sustentada principalmente por mão de obra estrangeira, e com incentivos fiscais para importação de maquinário, a Fábrica de Louças Colombo foi premiada e reconhecida nacionalmente pela qualidade de seus produtos.

A indústria produzia pratos, bules, xícaras, floreiras, vasos e peças especiais sob encomenda. Cogita-se que esta tenha sido a primeira produção em escala industrial de louças no país, segundo o Museu Paranaense.
 

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Um exemplo da louça fabricada em Colombo, no final do século 19. Crédito: Museu Paranaense
 

🇮🇹 Busato era imigrante da região de Vêneto, na Itália, e se instalou na antiga colônia Alfredo Chaves — que virou o município de Colombo, em 1890. O italiano, que já atuava no ramo em seu país natal, encontrou na cidade uma espécie de argila branca, matéria-prima para a confecção das louças, e decidiu apostar na produção em território brasileiro.
 

  • No início, o empreendimento apostou na contratação de artesãos italianos especializados em cerâmica e nas técnicas decorativas aplicadas às peças. No entanto, a produção artesanal, com peças pintadas à mão, foi perdendo espaço para meios de produção mais industriais, como decalques ou impressão das imagens.


🔥 Ao longo dos anos, a fábrica ganhou novos sócios e mudou de nome para “Fábrica de Louças São Zacarias”. Em 1908, ela produzia quase 10 mil peças por dia. Mas, em 1925, um incêndio destruiu as instalações e colocou um ponto final na empresa. Naquela época, as indústrias funcionavam em galpões de madeira, e as fornalhas para a fabricação de cerâmica operavam em temperaturas extremamente altas — um convite para grandes incêndios, infelizmente. 

Apesar do fim trágico, a atual produção de cerâmicas do estado deve muito ao pioneirismo de Busato, que plantou a semente da produção de ‘louças finas’ em solo paranaense. 


Para saber mais:

  • Uma imagem singular de trabalhadoras mulheres em ação, no galpão de louças da Fábrica Colombo (Museu Paranaense)
  • Esta dissertação de mestrado sobre a fábrica traz algumas imagens incríveis de peças produzidas pela indústria colombense — como um sapato feminino de louça (isso mesmo!) e um leque (isso mesmo, novamente!), ricamente decorados à mão. O garimpo foi feito pela historiadora Martha Becker Morales.
 

3. Curtas da semana

Boca no trombone: Os curitibanos têm até o final deste mês para votarem na consulta pública que vai eleger as prioridades para o orçamento da cidade em 2021. A votação é feita pela internet, e cada morador pode escolher até cinco temas prioritários para seu bairro. (Prefeitura de Curitiba)

EstaR eletrônico: Com essa pandemia toda, a gente quase que esqueceu dele — mas parece que o EstaR eletrônico está pegando. Em pouco menos de um mês, 45 mil tickets eletrônicos já foram vendidos. (Prefeitura de Curitiba) 

Atraso de salário: parte dos motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba recebeu só metade do salário neste mês. O motivo? Coronavírus, pra variar. Segundo a Urbs, o movimento no transporte público da cidade caiu até 80%, em média, neste mês — e, com ele, também o repasse feito às empresas. Elas se comprometeram a pagar o restante dos salários até o fim do mês. (Gazeta do Povo)  

Largo da Ordem virtual: quem está sentindo falta de bater perna na tradicional feirinha do Largo da Ordem pode aproveitar a versão online da feirinha, que entrou no ar nesta segunda (13). Nessa vitrine virtual, dá pra procurar os artesãos por categoria, nome ou tipo de produto — você consegue ver as fotos dos produtos, o contato de telefone e até link para redes sociais e loja online, se houver. Na maioria dos casos, a negociação e venda dos produtos é acertada pelo Whats. (Prefeitura de Curitiba)
 

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4. Cataratas de pedra

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Sim, o registro da edição de hoje está a 650 km de Curitiba — mas tem tudo a ver com a gente. Por incrível que pareça, essas são as Cataratas do Iguaçu, num clique feito pela RPC TV, no início da semana passada. 

E por que elas estão com a menor vazão de água do ano? Porque não está chovendo nada por aqui em Curitiba, onde fica a nascente do rio Iguaçu. Segundo o Simepar, esta é a pior estiagem do Paraná em 23 anos — em março, Curitiba registrou míseros 12 mm de chuva, ou apenas 10% da média histórica (CBN Curitiba).
 
Em alguns bairros da cidade, continua o rodízio no abastecimento de água. As fotos das barragens na região de Curitiba são impressionantes. Vale o alerta: feche bem as torneiras e evite o desperdício.


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5. Pra terminar: em bom curitibanês

“Talvez já nos encontremos em plena subida para o novo clima social… Tudo leva a crer que assim seja. O artista sensível, antes marginal, assume agora a liderança e fala numa nova linguagem que ainda não conhece gramáticas”.

O trecho acima é um dos versos do “Manifesto para não ser lido”, da primeira edição da revista Joaquim, em abril de 1946 — que achamos bem pertinente para os tempos atuais. Curitibana, a publicação tinha como um dos comandantes o escritor Dalton Trevisan. A redação, inclusive, ficava na casa do autor.

Naquele cenário pós-guerra, o clima era de ansiedade e questionamentos. “A Joaquim não apenas ofereceu novas portas, como veio para quebrar as portas ou dizer que as portas locais eram muito pouco diante das portas universais, mesmo nesse mundo pós-Holocausto”, comenta Daniel Zanella, editor do Jornal RelevO e especialista em Joaquins. 

Para saber maisum resgate da obra de Dalton Trevisan na Joaquim, também de autoria de Daniel Zanella, na edição número 11 da revista “Cândido” — em 2012.
 

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