😷 A epidemia em Curitiba é pior que em outras cidades?

Aqui estamos novamente!

Nesta semana, nossa capital preferida completou 327 anos de história — e continuou mergulhada no enfrentamento da epidemia do COVID-19. Mais uma vez, caçamos alguns dados sobre a doença e sua evolução na cidade, e chamamos você a refletir conosco.
 
Além disso, homenageamos nesta edição um outro aniversariante de Curitiba. Este é bem mais novinho: apenas um ano! Quem será? 🎂

Fora tudo isso, tem mais uma novidade para quem gosta do nosso trabalho.

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Tempo de leitura da edição de hoje:
8 minutos

Nosso próximo encontro:
Terça-feira, 7 de abril

1. Coronavírus em Curitiba: pior que outras cidades?

Como não podia deixar de ser, abrimos esta edição falando novamente do status da epidemia do coronavírus aqui em Curitiba. Nesta segunda (30), eram 79 casos confirmados em Curitiba (um aumento de 61% em relação à semana passada) e 119 suspeitos. Olha o gráfico atualizado aí embaixo:
 

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A linha azul são todos os casos confirmados, enquanto a área amarela representa os suspeitos. Você pode clicar aqui para acessar a versão interativa.


🤔 Ok. Mas o que isso quer dizer? Isso é alarmante ou não? A evolução dos casos está acelerada ou devagar? E, afinal: esta quarentena está servindo para alguma coisa?

A gente aqui d’O Expresso resolveu ir um pouco além nos dados, compilando algumas informações que podem dar algumas ideias de como Curitiba está diante de outras cidades do Brasil (Porto Alegre, São Paulo e Brasília).

Como a gente fez isso? Para começar, resolvemos não comparar os números absolutos de casos de COVID-19, mas sim a taxa de casos confirmados por 100 mil habitantes. Isso dá uma noção mais acurada da evolução da epidemia, proporcionalmente, em cada uma dessas cidades.

🗓 Além disso, tomamos como ponto de partida o “dia zero” de cada uma dessas cidades — ou seja, o dia em que se confirmou o primeiro caso de coronavírus em cada capital. 

  • Curitiba é uma das cidades com menos tempo de epidemia: os primeiros casos foram confirmados no dia 12 de março – o que nos leva a 17 dias de enfrentamento da doença. Em Brasília, o primeiro caso foi detectado uma semana antes; em Porto Alegre, no dia 9; e em São Paulo, no dia 26 de fevereiro.

Então, vamos à comparação:
 

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A marca cinza indica o momento atual da epidemia em Curitiba (somos a bolinha azul), em comparação às outras cidades brasileiras. Você pode acessar o gráfico completo, em sua versão interativa, aqui.
 

Dá pra ver que nossa evolução de casos por 100 mil habitantes, neste momento (dia 17 da epidemia), já é mais acelerada do que foi em Brasília e em São Paulo, mas menos do que em Porto Alegre. Temos 4,1 casos por 100 mil habitantes.

A essa altura da epidemia, Brasília (em verde) registrava 3 e São Paulo (roxo), menos de 1. Já Porto Alegre (em amarelo), como dá para ver, registrou uma progressão bem mais veloz de casos desde o início da epidemia.

E as práticas de isolamento social? Até agora, o que dá para dizer é que Curitiba adotou medidas de ‘quarentena’ mais cedo do que Porto Alegre, Brasília ou São Paulo. Aqui, o decreto municipal que limitou eventos e suspendeu aulas passou a valer em 18 de março (ou dia 7 da epidemia). Em São Paulo, o isolamento oficial começou no 21º dia da epidemia na cidade; em Porto Alegre, no dia 11; e em Brasília, no dia 8. 


Atualmente:

  • Brasília tem 9,9 casos por 100 mil habitantes;
  • Porto Alegre tem 9,7 casos por 100 mil habitantes;
  • São Paulo tem 4,8 casos por 100 mil habitantes;
  • Curitiba tem 4,1 casos por 100 mil habitantes.


Um contexto importante:

  • Vale lembrar que o acesso e o tempo de espera pelos resultados dos testes de COVID-19 variam em cada cidade, e que, justamente por isso, vários epidemiologistas ressaltam que há subnotificação dos casos — então, o número real de infectados pode ser muito maior. (O Estado de S.Paulo)
  • Um bom indicativo desta subnotificação são as internações por problemas respiratórios, que estão nove vezes mais numerosas do que a média para o mês no Brasil, segundo a Fiocruz. (G1)
  • A quem quiser acessar mais dados, recomendamos o site do Lagom Data, que faz o comparativo proporcional de casos nos municípios e estados por milhão de habitantes. Segundo o jornalista Marcelo Soares, fundador do Lagom, “essa relativização ajuda a enxergar a gravidade da situação. Fortaleza e Brasília estão com taxas muito preocupantes”. Em algumas cidades do interior do país, lembra ele, os testes chegam a demorar 17 dias para ficarem prontos.

 
Na semana que vem, vamos comparar a situação de Curitiba a algumas metrópoles pelo mundo — como Nova York, Berlim e Milão.

Até lá, #FiqueEmCasa!
 

2. Teste rápido, #MadeInCuritiba

Uma boa notícia sobre o coronavírus, para aliviar um pouco a semana: a Hi Technologies, uma startup aqui de Curitiba, deve oferecer em meados de abril um teste rápido para diagnóstico do coronavírus.

💉 O teste vai estar disponível em algumas farmácias da cidade, ao custo de R$ 130. 

O resultado, segundo a empresa, sai em até 15 minutos. O paciente insere uma pequena amostra do seu sangue na máquina do Hilab, coletada na pontinha do dedo, ainda na farmácia. O aparelho se comunica com o laboratório da Hi, em Curitiba, que faz a análise e envia o resultado via SMS ou e-mail. (Plural)

“O diagnóstico rápido é essencial para que a pessoa e os familiares sejam informados sobre a doença e possam entrar em isolamento o mais rapidamente possível, evitando a disseminação do vírus”, disse Marcus Figueiredo, CEO e cofundador da Hi Technologies, em entrevista ao LABS

Antes que role uma corrida às farmácias: o teste é indicado apenas para casos em que o paciente já apresente sintomas do coronavírus há pelo menos três dias. É que o que a maquininha identifica é um anticorpo produzido pelo paciente, e não o vírus em si.

E mais algumas boas notícias em meio à pandemia: 🙂

 

3. Curta da semana

Sim, dessa vez, é uma só: o rodízio de água nos bairros de Curitiba volta nesta quarta e quinta-feira (dias 1 e 2). A medida, segundo a Sanepar, foi tomada tanto pela falta de chuvas das últimas semanas quanto pelo aumento do consumo.

🚰 A Sanepar afirma que o “pânico por higiene” em meio à pandemia tem provocado o aumento do consumo, e pede que as pessoas façam uso consciente da água — em especial neste momento.
 

Acesse esta nota avulsa

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4. Aniversário em dose dupla

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Uma cena curitibana (de Guilherme Pupo) com duplo objetivo: comemorar os 327 anos de Curitiba, neste domingo + um ano de Cine Passeio – que, no dia 27 de março, completou 12 meses de atividades e atingiu a marca de mais de 81 mil ingressos vendidos

Não teve festa, claro. Mas teve encarte especial indicando como assistir (em casa) os oito filmes com maior bilheteria do primeiro ano de Cine Passeio. 📽


Acesse esta nota avulsa

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5. Pra terminar: em bom curitibanês

“O grande problema é que o coronavírus não ‘derruba’ a maioria dos contaminados. Dá uma dor de garganta, pode dar febre e depois de dois ou três dias em casa a pessoa acha que está bem, sai na rua e pode contagiar outras.”

As aspas de hoje não têm nome. São parte do relato de um dos recuperados da COVID-19 em Curitiba, que deixou o isolamento domiciliar na semana passada após cuidados médicos. Ficam como alerta para continuarmos #EmCasa, mesmo sem sintomas.

 

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