[Opinião] Sobre o possível fim dos cobradores de ônibus

Há uma semana a gente comentou sobre o novo projeto de lei que pretende adotar os bilhetes eletrônicos em TODAS as linhas de ônibus de Curitiba.

O resultado direto disso pode significar o fim dos cobradores de ônibus.

Enquanto a votação não vai pra frente, vale registrar a opinião de um dos nossos leitores sobre o tema.

O Ivo Reck Neto, engenheiro ambiental e especialista em mobilidade urbana, escreveu pra gente e destacou alguns pontos importantes sobre o sistema de transporte público da nossa capital – principalmente com relação à fidelização de usuários.

“Sobre o conteúdo ‘Fim dos Cobradores’, em nenhum momento a prefeitura destaca dentro do assunto uma discussão sobre uma Política Tarifária que tenha como objetivo fidelizar os usuários. Há diversas maneiras em que o cartão transporte pode garantir uma arrecadação suficiente para manter o sistema e desonerar o usuário e talvez em um curto prazo até mesmo criarmos soluções gratuitas”.

O Ivo também traz alguns dados sobre essa falta de perspectiva em fidelização de usuários.

“Curitiba tem perdido algo como 5% dos usuários do sistema anualmente – boa parte migrando para serviços como Uber/99 entre outros e tbm para motocicletas e uma pequena parte para o não motorizado (felizmente)”.

E pra finalizar dá uma ideia que considera necessária: ampliar os pontos de venda de cartões e recarga (falamos um pouco sobre isso aqui).

“Ampliar os pontos de venda de cartões e recarga é crucial. O que adianta ter poucas banquinhas no centro e nada nos bairros mais afastados e periféricos, onde boa parte dos usuários residem?”

Fica a reflexão.

Mas só pra você saber, já estamos buscando saber mais sobre o tema com outros especialistas e voltamos a falar disso em breve.

Falando em votação…

Não esquece que hoje, 12 de novembro, é o último dia para você dar seu pitaco no orçamento de Curitiba para 2019.

O prazo foi prorrogado após um erro no sistema aberto para a consulta pública. Agora está tudo certo e você só precisa acessar este link aqui para dizer qual é a área, na sua opinião, que mais precisa de investimentos no seu bairro.

Resultado prévio

A Câmara resolveu publicar os dados da consulta que não tiveram problema (aqueles coletados nas regionais e pelas redes sociais). A gente já explicou um pouco disso aqui.

O que a gente não comentou ainda foi o resultado da nossa enquete interna aqui com nossos leitores.

Perguntamos qual a área que mais precisa de investimentos e o resultado foi esse:

Segurança em primeiro lugar, com 50% dos votos.
Educação vem logo depois, com 30% dos votos.
Transporte e cultura empataram na terceira posição, com 10% dos votos cada um.

As outras áreas não receberam votos: Obras, Saúde, Meio Ambiente, Habitação, Assistência Social, Esporte e Lazer.

O Natal vem vindo

A mais tradicional celebração do Natal de Curitiba está quase aí.

Para quem passou ali pela XV essa semana, já conseguiu ver a construção da estrutura que vai ser utilizada para as apresentações.

Em 2018 a ideia é que a programação comece no dia 30 de novembro e siga até o dia 16 de dezembro: somente às sextas, sábados e domingos, às 20h15, com apresentações de 45 minutos.

27 anos e 3 bancos depois…

O famoso Natal do Palácio Avenida teve sua estreia há quase 30 anos, em 1991. Acontece sempre no mesmo prédio (inaugurado em 1929) que foi comprado (1968) e revitalizado (no final da década de 80, início de 90) pelo ex-banco Bamerindus.O espetáculo veio, dizem, como uma forma de comemoração da reabertura do prédio ícone de Curitiba.

Depois veio o HSBC, que comprou o Palácio em 1995 e manteve a tradição. Em 2016 foi a vez do Bradesco assumir a bronca e continuar com as apresentações de Natal.

Para aprofundar: aqui tem um texto bem legal explicando mais sobre a história do Palácio Avenida e com várias dicas para aproveitar os espetáculos (principalmente para quem vem de fora).

O que fazer em Curitiba?

Sexta (09/11)

Sábado (10/11)

Domingo (11/11)

 

Mamute: a feira

Mais uma opção para conhecer produtores locais aqui de Curitiba que promete virar tradição: neste sábado (10), das 11h às 20h, acontece a Mamute #1 – a Feira Gráfica na Rua.

Vai ser na Casa 102 (já falamos de outro evento da Casa aqui), que fica na Alameda Julia da Costa nº 102, e a entrada é gratuita.

Só para você ter uma ideia, entre algumas coisas que você vai poder encontrar lá estão: gravuras, ilustrações, cartazes, papelaria, livros e HQ’s.

A gente conversou com a Ana Hupfer e a Flavia Milbratz, que explicaram um pouco mais o objetivo geral do evento e as relações com nossa cidade. Elas são da Gloriosa Produção Cultural e responsáveis por idealizar e organizar a Mamute.

Ana Hupfer: O projeto surgiu da vontade de promover encontros entre pessoas, rompendo barreiras entre público e artista e estimulando as pessoas da cidade a conhecer a produção artística da cidade e de fora. Acreditamos que o encontro é fundamental para a arte, pessoas diante de pessoas. Precisamos insistir na presença.

Ao longo do planejamento e organização desta primeira edição, Ana e Flavia perceberam o acolhimento e apoio da ideia por diferentes produtores locais – processo que incentivou o trabalho e a realização da primeira edição.

Flavia Milbratz: Para produzir a Mamute conversamos com muitas pessoas, mapeamos necessidades e vontades. Muitas mãos talentosas toparam estar com a gente nesta construção do sonho. A Mamute foi muito bem recebida pelos produtores locais. Tínhamos a expectativa de fechar com 30 (trinta) expositores e já somos quase 80 (oitenta). Isso nos traz a certeza de que o sonho é compartilhado e que a cidade precisa se movimentar.

Além de se movimentar, a defesa das organizadoras da Mamute é que os curitibanos, artistas e consumidores, também precisam se encontrar.

Ana Hupfer: O projeto também surgiu da vontade de promover encontros entre pessoas, rompendo barreiras entre público e artista e estimulando as pessoas da cidade a conhecer a produção artística da cidade e de fora. Acreditamos que o encontro é fundamental para a arte, pessoas diante de pessoas. Precisamos insistir na presença.

Outro ponto muito legal de se destacar na conversa com a Ana e com a Flavia é a vontade de unir diferentes gerações de artistas em um mesmo evento – justamente para promover a troca e fortalecer a arte.

Ana Hupfer: A Mamute é um acontecimento que veio para retomar o espaço de Curitiba no mapa das grandes feiras gráficas do pais, para reconhecer essa cena que pulsa na cidade e promover esse encontro entre gerações. Para essa primeira edição fizemos questão de conectar gerações. Convidamos alguns embaixadores da cidade – como a Itiban, o Daniel Barbosa (da Caderno Listrado, que hoje está em São Paulo), a Destroy (primeiro Zine de grafite de Curitiba), a Débora Mello (da Galeria Lúdica e projeto Xapa Xana), Marcelo Webber (grande pesquisador de tipografia), entre outros – para estar lado a lado de jovens artistas, dialogando com o público e outros atores dessa cena.

Interessou? Então entra lá na página do evento. Todas as informações sobre programação, horários e outros detalhes você encontra lá.

Justiça para Rachel Genofre

Neste 5 de novembro de 2018 completam-se 10 anos da descoberta do corpo de Rachel Lobo Genofre dentro de uma mala na rodoferroviária de Curitiba.

Rachel, com apenas 9 anos, foi violentada e assassinada de forma cruel. O assassino nunca foi encontrado.

Para homenagear Rachel e pedir pelo fim da violência contra meninas e mulheres, nesta segunda haverá dois atos: um às 6h30 no Instituto Estadual de Educação do Paraná; o outro às 17h na rodoferroviária.

Um (novo) nome para a rodoferroviária de Curitiba

Uma petição online pede que a rodoferroviária de Curitiba (que ainda não tem nome) receba o nome de Rachel Lobo Genofre como forma de reflexão sobre o crime. Para assinar você pode clicar aqui.

Ainda sobre o orçamento de Curitiba

Na sexta que passou falamos sobre os primeiros resultados da consulta pública que a Câmara fez para saber quais as áreas que merecem prioridade em investimentos no orçamento de Curitiba para 2019.

Educação, segurança e obras ficaram nos três primeiros lugares dos votos computados pelas redes sociais e nos terminais disponíveis nas regionais.

Hoje a gente fala um pouco mais sobre os detalhes da votação de cada uma dessas três áreas.

Educação

Foi o tema mais votado (com 22% de votos) e contou com as seguintes variações:

– 48% dos votos pedem que a educação seja priorizada;
– 40% dos votos pede a realização de concurso público;
– 6% pedem reforma das escolas;
– 6% são categorizados como “diversos”.

Segurança

Os votos para segurança (21%) foram divididos em 4 categorias:

– Priorização das da segurança: 77%;
– Investimento na Guarda Municipal: 12%;
– Aumento do patrulhamento da Guarda Municipal: 8%;
– “Diversos”: 3%.

Obras

Bem distante dos dois primeiros temas, recebeu só 13% de votos:

– 44% pediram pavimentação de ruas;
– 40% pedem mais investimentos em infraestrutura;
– 11% foram categorizados como “Diversos”;
– 3% pedem aumento da malha cicloviária;
– 2% mencionaram a revitalização de parques e rios.

Vote!

Você ainda pode votar nas áreas que julga mais carentes de investimentos aqui em Curitiba. As votações pelo site foram prorrogadas até o dia 12 de novembro, como a gente falou aqui, por causa de um problema que ocorreu no site da Câmara.

O problema é que o site passou este feriado inteiro do dia 02/11 fora do ar também. Então, não dá pra saber ao certo como é que está o sistema. Mas, se quiser tentar, aqui está o link!

Uma noite na biblioteca

Você tem até quarta (dia 7) para inscrever seu filho ou filha na 14ª edição do projeto da Biblioteca Pública do Paraná: Uma noite na biblioteca, que acontece nos dias 10 e 11 de novembro em Curitiba!

A programação envolve uma série de atividades gratuitas relacionadas ao universo da leitura. Começa na tarde de sábado (10) e segue pela madrugada até domingo (11).

Informações sobre as inscrições estão aqui.

Fim dos cobradores de ônibus?

Começou a ser discutido na semana passada o projeto de lei (ideia da Prefeitura) que pretende adotar a bilhetagem eletrônica para todos os ônibus da cidade.

A análise feita por alguns vereadores e pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) é de que isso acabaria com os cobradores de ônibus na rede de transporte de Curitiba, aumentando, claro, a taxa de desemprego na cidade.

Para a “Prefs” (e as empresas responsáveis pelos ônibus da capital) o uso só de cartões de transporte no sistema possibilitaria uma tarifa mais equilibrada e traria mais segurança (já que não haveria a utilização de dinheiro).

Greve prevista para o dia 8

Na quinta o Sindimoc convocou uma assembleia para votar um indicativo de greve contra, o que eles chamam, de “Lei do Desemprego”.

“Não haverá demissões”

A URBS diz que não haverá demissões. Os cobradores serão reaproveitados em outras funções dentro das empresas.

O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), em nota, disse que em maio assinou uma convenção que estabelecia a garantia dos empregos desses cobradores por 12 meses, além da oportunidade de requalificação dos profissionais.

Para aprofundar 1: aqui tem a convocação da assembleia do Sindicato dos Motoristas e Cobradores.

Para aprofundar 2: neste outro link, você confere a nota oficial do Sindicato das Empresas de Ônibus da cidade.

Para aprofundar 3: pra finalizar, uma nota da URBS.

Petição contra o projeto de lei: já existe uma petição contra a chamada “Lei do Desemprego”.