Pra terminar: em bom curitibanês

“Uma mulher ver outra pintando mostra que nós, mulheres, podemos contar nossa própria história.”

E é assim que terminamos a última edição do ano: com uma Curitiba mais plural e cheia de cores. A frase acima é de Giusy de Luca, artista e produtora cultural e uma das responsáveis pelos novos (e belíssimos!) murais da rua Presidente Faria. (Plural)

Os murais ficam bem pertinho do Passeio Público, e foram pintados pela artista espanhola Marina Capdevila e pela paranaense Cris Pagnoncelli. Ambos foram inspirados em outras duas mulheres: a avó de Capdevila e a poeta curitibana Alice Ruiz.

Giusy foi a produtora responsável por inscrever a proposta na Lei Municipal de Incentivo à Cultura, como parte do projeto Muchas Minas. O objetivo é colocar em evidência o trabalho de artistas mulheres – além de transformar Curitiba em um polo de arte urbana.

Pelo talento dos artistas locais, não temos dúvida de que dará certo 🙂

Ficamos por aqui. Ótimas festas para você!

Curtas ⚡

Pausa para as festas: o rodízio de água será temporariamente suspenso em Curitiba, entre esta quinta-feira (23) até o dia 3 de janeiro – em função das festas de fim de ano. Atualmente, o nível médio dos reservatórios na cidade é de 66,28%. Para o racionamento acabar de vez, ele precisa alcançar 80%. (Tribuna do Paraná)

Internet rápida: no início de 2022, Curitiba vai testar a tecnologia 5G (que chega a ser 100 vezes mais rápida que o 4G) com a implantação de “postes inteligentes” – que servirão como pequenas antenas para expandir o sinal pela cidade. A tecnologia deve estar disponível para a população até julho de 2022. (Tribuna do Paraná)

Linha Verde, mais um capítulo: a obra mais demorada da história de Curitiba, a Linha Verde, deve se estender mais um pouco: nesta semana, a prefeitura rescindiu o contrato com o consórcio responsável pelo trecho entre o Bacacheri e o Atuba. As obras deveriam ter sido concluídas em dois anos, até novembro – mas só 20% do trabalho foi feito. (Gazeta  do Povo e Prefeitura de Curitiba)

Duas pequenas correções ❌

Que ninguém é perfeito, todo mundo sabe – mas, na última edição deste Expresso, cometemos dois deslizes de informação (ops!) que queremos corrigir por aqui.

Borboletas do Botânico: ao contrário do que dissemos, não há 800 espécies de borboletas catalogadas no Jardim Botânico, mas sim pouco mais de 380. O primeiro número se refere a todas as espécies de plantas, fungos e insetos catalogados pela bióloga Maristela Zamoner, que foi quem nos alertou sobre o erro. Obrigada!

Homenageado da semana: Saul Raiz disputou o governo do Paraná, e não a prefeitura de Curitiba, em 1982. Quem nos corrigiu foi o atento leitor Jorge Eduardo.

As duas notas já foram atualizadas no nosso site.

Retrospectiva Expressa 2021 🎉

Pense num ano cheio: foram 51 edições (algumas extras), 230 notas e quase 2 mil leitores nos acompanhando fielmente toda semana ao longo de 2021.

A gente chega ao fim deste ano com 3 anos e meio de vida, quase 900 notas escritas e nossa 200ª edição. E pra celebrar o nosso O Expresso de número 200, nada mais justo do que falar da nossa cobertura, com a nossa já tradicional Retrospectiva Expressa.

Pelo segundo ano seguido, a pandemia foi o tema mais lido em nossas edições em 2021 – torcemos para que isso mude em 2022! Também aparecem com destaque as notas sobre empresas e dinheiro na cidade e os resgates históricos de Curitiba, com as notas de tema “raízes“.

Para resumir a história, segue o nosso top 10 das notas mais clicadas do ano. Aproveite para relembrar alguns dos principais acontecimentos da cidade ao longo de 2021:

  1. Do comecinho do ano, a nota sobre os bairros campeões em incidência da COVID-19 naquele momento;
  2. O nosso mapa das obras do Poty em Curitiba;
  3. Uma explicação rápida sobre como iria funcionar a vacinação contra a COVID-19 na cidade (sinal de que todo mundo estava ansioso por isso!);
  4. Em abril, um dos piores momentos da pandemia em Curitiba, fizemos uma compilação dos principais números da doença, detalhando os casos por bairro;
  5. Na quinta posição está o resgate histórico da antiga farmácia Stellfeld, nota escrita pelo nosso colunista Diego Antonelli;
  6. O levantamento inédito e exclusivo que desenvolvemos sobre os investimentos em startups de Curitiba também teve destaque entre nossos leitores e leitoras;
  7. Ainda na categoria “dinheiro”, de agosto, a nota que analisou o aumento da inflação na capital – um dos índices mais altos do país;
  8. Em março, com a iminência de uma terceira onda, O Expresso apresentou esta nota sobre as regiões da cidade em que mais se morria por COVID-19;
  9. Os reflexos da pandemia no transporte público também foram tema d’O Expresso em 2021. Nesta nota, apresentamos as linhas de ônibus que foram desativadas na cidade;
  10. Por fim, a nota em que falamos do bairro Caximba, em julho deste ano – o único bairro em que a pandemia não havia arrefecido com o início da vacinação até aquele momento. 

Apesar de uma presença ainda massiva de assuntos relacionados à pandemia, é bom ver que um dos pontos altos do nosso 2021 foi acompanhar as notícias sobre a vacinação e, claro, a diminuição no número de casos e mortes em Curitiba

Que em 2022 a gente continue se encontrando por e-mail e, se tudo permitir, presencialmente. Vamos combinar! 📅

A vacina, sempre ela 💉

Em tempos de terceira dose e de nova variante aparecendo por aí, vamos falar um pouquinho sobre a pandemia – e, mais uma vez, sobre a importância da vacina.

Com 73% da população já imunizada, Curitiba viu uma queda brutal no número de mortes e de casos de coronavírus, como mostra a animadora curva do nosso Monitor COVID-19 Curitiba.

Na semana passada, o município divulgou que a chance de morrer pelo coronavírus é quase 10 vezes maior entre não vacinados do que entre os vacinados. (Prefeitura de Curitiba)

  • A comparação considera o número de mortes por COVID-19 ocorridas no mês de novembro em Curitiba. 


🔎 É curioso observar que o número absoluto de mortes entre vacinados e não vacinados foi o mesmo: 24 em cada grupo, num total de 48 óbitos. Mas, como bem observou o epidemiologista Diego Spinoza, a população vacinada é infinitamente maior: em novembro, eram 1,3 milhão de curitibanos vacinados acima de 20 anos (faixa etária em que ocorreram as mortes), contra aproximadamente 140 mil não vacinados.

  • Na prática, isso significa que a taxa de mortalidade é de 1,8 óbito por 100 mil habitantes entre curitibanos imunizados – e de 17,2 entre não imunizados.

🎗️ Não custa lembrar: a aplicação da dose de reforço da vacina contra o coronavírus continua. Nesta semana, estão sendo vacinados aqueles que receberam a segunda dose até 29 de julho. Até o início do mês, Curitiba havia aplicado o reforço em apenas 47% dos idosos. (Bem Paraná e Folha de S.Paulo)

As borboletas de Curitiba 🦋

Quantas vezes você já sentou num banco de praça, num cantinho de um jardim ou entrou num dos vários bosques de Curitiba para observar as aves, borboletas e outras espécies nativas da região?

Sim, pode haver muita natureza dentro de uma cidade – e a curitibana Maristela Zamoner tem mostrado isso para o mundo. Bióloga do Museu Botânico Municipal, instalado dentro do Jardim Botânico, ela conquistou o recorde mundial de registro de borboletas vivas do iNaturalist, uma plataforma colaborativa de observadores de todo o mundo. (Prefeitura de Curitiba)

Zamoner tem atualmente 18 mil registros catalogados no site – e cerca de 15 mil deles estão em Curitiba. No total, ela encontrou 1.082 espécies diferentes de borboletas, fungos, moluscos e insetos variados no território municipal.

O mapa mostra os principais locais de observação de borboletas pela bióloga curitibana, e as espécies mais encontradas na cidade. Clique aqui para ver mais detalhes.

E eu com isso? Além de terem um intenso papel ecológico, as borboletas também são um indicador de qualidade ambiental — quanto melhor a conservação do ambiente, maior a diversidade de espécies. Mesmo após quatro anos de estudos, a bióloga continua encontrando espécies novas na cidade.

Em uma conversa com O Expresso, Zamoner contou que subestimou a diversidade de borboletas em Curitiba. Ela se surpreendeu quando, ao invés de encontrar dezenas de espécies diferentes, descobriu cerca de cinco centenas de espécies em área urbana – algo que, segundo ela, é fora do comum.

“Curitiba tem uma riqueza pouco conhecida, pouco explorada. Aqui é um lugar rico, divino. Estamos sentados em cima de um tesouro, que é nossa biodiversidade”, disse ela ao Expresso.

O ponto de Curitiba com mais borboletas registradas por Zamoner é o Jardim Botânico, seu atual local de trabalho, com 380 espécies catalogadas no iNaturalist. Mas também há uma quantidade significativa de observações no Bosque Municipal Capão da Imbuia e em pontos como o Passeio Público, a Estação Ecológica Teresa Urban e até em ruas no Alto da XV, Tarumã, CIC e Uberaba.

  • Uma curiosidade: o trecho do Jardim Botânico que mais tem borboletas foi uma área que recebeu caminhões de terra de um terreno na região sul da cidade – uma das últimas áreas de campo de Curitiba. O local hoje abriga um empreendimento imobiliário, mas a terra original foi transposta, conservada e trazida para o parque em forma de um banco de sementes. “Foram mais de 200 espécies vegetais salvas, e é a área hoje que mais tem borboletas no Botânico”, disse Zamoner.

🔎 Para saber mais: a bióloga escreveu um livro sobre as borboletas do Jardim Botânico, mas diz não ter um local preferido para observar as espécies na cidade. “Cada um tem suas particularidades.”

Curtas ⚡

Sobe tudo: se você tem percebido a alta de preços em Curitiba, fique sabendo que nossa cidade tem o maior índice de inflação acumulado dos últimos 12 meses entre as capitais brasileiras. A taxa chegou a 13,71% – muito maior que os 10,74% da média nacional. (Folha de S. Paulo)

Retomada lenta: o número de voos regulares no Aeroporto Afonso Pena ainda é 39% menor do que antes da pandemia. Apesar de uma expressiva melhora em relação ao final de 2020, a realidade ainda é distante daquela imaginada pelas companhias aéreas no início de 2021. (Plural)

Boi na linha: a novela Linha Verde ganhou mais um capítulo nesta segunda (13), quando o prefeito confirmou problemas com a empreiteira contratada. Apesar de já ter anunciado a conclusão das obras até 2020 e, depois, até 2021, o projeto parece mais distante da conclusão. Já são 15 anos de obras e quatro gestões diferentes. A conferir… (BandNews FM Curitiba e Tribuna do Paraná)

Pra terminar: em bom curitibanês

“A cidade era pequena; a gente conhecia todas as ruas, sem exceção.”

Encerramos a edição de hoje com o ex-prefeito de Curitiba Saul Raiz, que faleceu no início deste mês, aos 91 anos – e contou parte de suas memórias nesta entrevista ao jornalista José Wille.

Engenheiro por formação, Raiz foi prefeito da cidade entre 1975 e 1979. Sua gestão foi marcada por obras estruturantes como a canalização do rio Belém e a execução da Avenida das Torres, além da criação de escolas pelos bairros. Ele também foi o autor do projeto original do Mercado Municipal e aprovou a lei de zoneamento da cidade.

Era uma Curitiba definitivamente diferente, pequena e vivida de forma intensa pelo ex-prefeito, segundo contou na entrevista a Wille.

Curiosidade: nomeado pelo então governador do Paraná Jayme Canet Júnior, em plena ditadura militar, Raiz chegou a concorrer ao governo do Paraná em 1982, na volta das eleições diretas – mas perdeu para o então candidato da oposição, José Richa. (Plural)

Uma boa semana a você 🙂