Os órfãos da pandemia 🧒

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Com os casos de COVID-19 caindo semana a semana, como mostra o nosso Monitor COVID-19 Curitiba, a gente começa a respirar um pouco mais aliviado por aqui. Mas é claro que a pandemia não acabou, os cuidados como uso de máscara e distanciamento continuam mandatórios – e, mais que isso, muita gente ainda sofre as consequências dessa doença.

Na semana que passou, um dado especialmente triste veio à tona: pelo menos 235 crianças em Curitiba perderam o pai ou a mãe para a COVID-19. (Câmara de Curitiba)

  • Esses números foram compilados pela secretaria da Educação, e consideram somente crianças vinculadas à rede pública municipal – ou seja, uma pequena parcela da realidade. 

🤔  A gente foi perguntar onde vivem as crianças que perderam o cuidador ou responsável na pandemia, e conseguimos os números do mapa abaixo (considerando apenas as crianças acompanhadas pela secretaria municipal da Educação):

O maior número de crianças que perderam pai, mãe ou o cuidador responsável está na regional do Pinheirinho. Para ver o mapa completo, clique aqui.

Dá para ver que boa parte dos órfãos vive na regional do Pinheirinho – que também registra a maior taxa de mortalidade e de incidência de casos na cidade. Ou seja, um local altamente impactado pela pandemia. A regional congrega bairros como Capão Raso, Novo Mundo e Fanny, além do próprio Pinheirinho.

Em segundo lugar, aparece o Cajuru, com 17% dos casos. A regional teve uma das menores incidências de casos de coronavírus na cidade, mas uma taxa de letalidade bem acima da média – o que pode indicar maior vulnerabilidade da população local.

Depois, vem a CIC, a região que concentra mais moradores em Curitiba, em especial a população jovem. O percentual de crianças e adolescentes nos bairros da regional está em torno de 30% da população – no Centro, por exemplo, esse número é de 10%.

⚠️  Esse, é claro, é um problema global, mas mais severo no Brasil e em outros países da América Latina: o Brasil é o segundo país com maior número de órfãos, atrás apenas do México, segundo uma pesquisa recente. (BBC Brasil)

  • A maior parte das crianças, de acordo com o estudo, perde o pai. “Mundialmente, o risco de perder o pai foi de duas a cinco vezes mais alto do que o de perder a mãe”, disse à BBC a pesquisadora Susan Hillis.
  • Segundo uma estimativa recente, feita com base em dados de registros de nascimento e óbito, a COVID deixou 12 mil órfãos no Brasil. (G1)


E o que fazer? Curitiba tem acompanhado e oferecido assistência às crianças e suas famílias, incluindo acolhimento psicológico, orientações sobre guarda e pensão. No Paraná, o governo também instituiu um fundo financeiro para bancar bolsa-auxílio às famílias que precisem e ações de saúde mental, entre outros programas. (AEN)

  • E para nós, fica aquela lição do provérbio africano: “É preciso uma aldeia para criar uma criança“. Se você conhece alguma que tenha perdido o pai, a mãe ou o cuidador, acolha; ofereça ajuda, dê carinho e suporte. Uma pequena ação pode ajudar a atravessar a tormenta.

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