Chaminés na ativa 🏭

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Um dos impactos mais perceptíveis da pandemia ao longo deste último ano foi na qualidade do ar. Com menos gente circulando, menos carros e menos atividade industrial, a poluição diminuiu significativamente em várias cidades pelo mundo – pelo menos, nos períodos de lockdown. (O Globo)

Mas como isso ficou em Curitiba? E em especial, na indústria?

  • O pessoal da Fiquem Sabendo, uma agência de dados especializada no acesso a informações públicas, descobriu uma base de dados públicos do Ibama que mostra as emissões de poluentes atmosféricos pelas indústrias – mais especificamente, estabelecimentos que têm uma chaminé e que são inscritos no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras.

Nós analisamos os dados de Curitiba e dos oito municípios limítrofes à cidade, ao longo dos últimos sete anos. O que descobrimos?

☁️  Em 2020, a indústria da Grande Curitiba emitiu cerca de metade dos poluentes em comparação ao ano anterior – consequência, é claro, da redução da atividade econômica no país.

  • Destaque para o município de São José dos Pinhais, que concentra boa parte da indústria automobilística da região (as montadoras tiveram seu pior ano desde 2003). Lá, as emissões caíram 70%. (G1)

As indústrias de Araucária, São José dos Pinhais, Curitiba e, mais recentemente, Fazenda Rio Grande se destacam na emissão de poluentes. Veja o mapa completo aqui.

Araucária, sede da gigantesca refinaria da Petrobrás e de um numeroso polo industrial, abriga as empresas mais poluidoras da Grande Curitiba, concentrando 80% dos poluentes da região. Ainda assim, em 2020, a cidade teve uma redução de 43% na quantidade total de partículas. A Petrobrás, por exemplo, emitiu 44% menos poluentes.

📈 Por outro lado, chama a atenção a ascensão de Fazenda Rio Grande como polo industrial na Grande Curitiba. Em termos de quantidade de partículas, a cidade ao sul da capital ainda passa longe de Araucária e de Curitiba. Mas, em 2020, ela foi o único município que registrou aumento da poluição industrial: +93%.

Notas importantes:

  • A quantidade de poluentes é informada pelas próprias empresas, que realizam medições ou estimativas, e não é checada pelo Ibama. Portanto, pode haver erros;
  • Tendo isso em mente, optamos por excluir da base dados grosseiramente elevados, ou muito discrepantes do histórico de emissões de uma determinada empresa.

Vale lembrar que a atividade industrial emite apenas cerca de 6% dos gases de efeito estufa em Curitiba, segundo o inventário oficial feito em 2016 (e que considera apenas a poluição nos limites do município, sem região metropolitana).

  • O grande vilão do efeito estufa na cidade, segundo este documento, é o transporte terrestre – vamos voltar a este tema nas próximas edições.

Para encerrar com uma nota de soluções: o Observatório do Clima fez uma lista de ações que contribuem para diminuir as emissões de poluentes. Entre elas, estão medidas simples, como a promoção da mobilidade ativa e a priorização da compra de produtos da agricultura familiar local. Vale a pena olhar.

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