Radares para quê? 🚘

Ainda não recebe O Expressso?

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Edição: Estelita Carazzai | Dados e visualização: Brenda Niewierowski e Gustavo Panacioni

Está na boca do povo (pelo menos, do povo que dirige) o comentário sobre a quantidade de novos radares em Curitiba. Desde o início do novo contrato, cerca de um ano atrás, já foram instalados pelo menos 150 radares pela cidade, e em breve chegaremos a 200. (Tribuna do Paraná)

Mas, radares para quê? Hoje queremos conversar com você, leitor, sobre como os radares podem ser um instrumento para melhorar a segurança no trânsito – seja de motoristas, pedestres ou ciclistas. 

👉 A gente resolveu comparar o mapa dos atuais radares, disponível no portal de trânsito da Prefeitura, com as ruas com mais acidentes de trânsito em Curitiba, que já mostramos há algumas edições. Afinal, será que nos cruzamentos mais perigosos da cidade é onde está a fiscalização?

O resultado foi o mapa abaixo – que compara as 15 ruas de Curitiba com mais acidentes em 2021 com os atuais radares (em verde) e lombadas eletrônicas (em vermelho).

Em Curitiba, os radares (em verde) se concentram na região central e nas vias de escoamento para os bairros. A maior parte das ruas com mais acidentes, marcadas em laranja, também tem equipamentos de fiscalização. Acesse o mapa completo aqui.

👀 O que salta aos olhos:

  • A maioria das ruas mais perigosas de Curitiba tem radares. Entre as cinco vias com mais acidentes, todas têm radares. São, em média, três pontos de radares por avenida.
  • As exceções ficam com a Av. Juscelino Kubistchek (que, segundo a prefeitura, passará por obras e deve receber radares em breve) e a Avenida Victor Ferreira do Amaral (cujos radares estão em etapa de implementação).
  • Ainda falta fiscalização em ruas como a Izaac Ferreira da Cruz, no Sítio Cercado, que entrou recentemente para a lista de mais perigosas, e a Manoel Ribas, no caminho de Santa Felicidade, que não recebeu radares novos (pelo menos por enquanto).
  • Também se destacam no mapa dos radares as vias rápidas (a do Portão e a do Mossunguê estão cheias de pontinhos verdes) e a Linha Verde. Há uma explicação: elas são as ruas com maior limite de velocidade em Curitiba, de 60 e 70 km/h.
  • Dá para perceber que a velha lombada eletrônica, um equipamento com DNA curitibano e que foi sinônimo de educação no trânsito por muitos anos, está muito mais presente nas bordas da cidade. A prefeitura ainda estuda voltar a implementá-las com mais força após a instalação completa dos radares (Tribuna do Paraná).


Qual é o critério para a instalação de um radar?
“Os radares não são cabíveis e pertinentes para todos os pontos críticos da cidade”, disse Gustavo Garrett, gerente de programas de segurança viária do Setran, ao Expresso. O que determina o local de instalação de um radar é, além do risco de acidentes, a geometria da via: se é uma rua com curva, inclinação ou uma área de pouca visibilidade, a chance de se instalar um radar aumenta, já que ele será um instrumento importante para controlar o fluxo e a velocidade no trecho.

E afinal, aumentou o número de radares na cidade?
Sim. Se antes da nova licitação, cerca de 600 faixas de trânsito em Curitiba eram monitoradas, agora, serão 800 – um aumento de cerca de 30%. Na contagem feita pelo Expresso, baseada no mapa da Setran, pelo menos 150 equipamentos já estão operando, e outros ainda serão instalados até a metade do ano.

É um caça-níquel?
Virou notícia o fato de que Curitiba arrecadou R$ 119 milhões com multas em 2021. Mas o que poucos comentam é que esse valor, além de englobar as infrações anotadas por agentes de trânsito (e não só as dos radares), também soma as multas de 2020 cujo pagamento foi postergado em função da pandemia. (BandNews Curitiba)

  • Mais que isso, por lei, os valores arrecadados com multas no país devem voltar para o trânsito, sendo destinados a ações de sinalização, educação e engenharia de tráfego – ainda que, graças a uma emenda constitucional de 2016, 30% deles possam ser destinados a outras finalidades, até dezembro de 2023.


Por fim, são vários os estudos que demonstram uma clara associação entre o uso de radares e a redução dos acidentes no trânsito – como este, dos Estados Unidos, que mostrou que cidades com radares em sinais vermelhos têm 24% menos acidentes, e este, que afirma que, para cada aumento de 1% na velocidade, há um aumento de 4% nos acidentes fatais. Nesta reportagem, especialistas destacam que a fiscalização é fundamental para a segurança no trânsito, associada à educação e à engenharia de tráfego inteligente. (Folha de S.Paulo e WRI Brasil)

🗣️ E você, leitor? O que acha dos radares pelas nossas ruas? Converse conosco pelo oi@oexpresso.curitiba.br 

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