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Você já pensou em como a cidade ou o bairro em que você vive pode determinar o seu estilo de vida – e, por isso, a sua condição de saúde?

  • Já é ponto pacífico entre pesquisadores: a possibilidade de caminhar pelas ruas, usar ou não o carro, ter acesso a equipamentos de lazer e a ar puro pode ter impactos no seu bem-estar, na balança e no seu próximo check-up. (Fiocruz)

👉 Dá para ver um pouquinho disso nos últimos resultados do Vigitel, uma pesquisa feita anualmente pelo Ministério da Saúde, que investiga a condição de saúde dos brasileiros – e que, em sua última edição, mostrou como a pandemia aumentou a obesidade e a incidência de doenças crônicas no país. (G1)

E como ficou a saúde dos curitibanos com a pandemia? Apesar de estar bem posicionada em relação a outras capitais, Curitiba viu uma piora nos hábitos de saúde de seus habitantes entre 2019 e 2020, como mostra este gráfico.

  • No ano da pandemia, a diabetes, a hipertensão arterial e o consumo abusivo de álcool aumentaram em Curitiba. A hipertensão, em especial, atinge agora 25% da população adulta da cidade;
  • Já a obesidade, apesar de ter diminuído no ano a ano, segue em tendência de alta, chegando a 18% da população (contra 12% em 2006);
  • Por outro lado, o percentual de fumantes na cidade continua a cair – algo que não mudou com a pandemia. 

🏠 Os dados se referem ao ano de 2020 – quando boa parte das pessoas ficou confinada dentro de casa. Por isso, mostram o peso que o local de residência tem sobre o estilo de vida de seus moradores.

Segundo Andressa Gulin, médica curitibana que atua numa incorporadora e estuda como promover a saúde por meio da arquitetura, o ambiente em que vivemos é responsável por 70% do impacto na nossa saúde.

“O acesso à alimentação, áreas verdes, serviços de saúde, educação, emprego e locomoção, tudo isso impacta indiretamente nas microdecisões do dia a dia das pessoas e determina diretamente o seu estilo e qualidade de vida”, disse ela ao Expresso.

  • Neste TEDx, ela explica mais sobre como nossos fatores genéticos representam apenas 30% dos resultados da nossa saúde. “Um dos maiores determinantes da sua saúde é o seu CEP. Depende do país, da cidade, do bairro, da quadra. É o lugar que você mora que determina as coisas que te cercam.”


O que dá para fazer?
Em conversa com o Expresso, Alain Grimard, oficial sênior da ONU-Habitat (braço das Nações Unidas), disse que podemos ter cidades mais saudáveis criando bairros integrados, onde os habitantes não dependam de carros. O ideal é trabalhar, morar e desfrutar de lazer e serviços perto de casa, caminhando ou de bicicleta, diminuindo o peso sobre o meio ambiente e os desafios de mobilidade das cidades.

🚶 Em Curitiba, apesar de todo o planejamento urbano, ainda falta investir mais na caminhabilidade, segundo Gulin. “Por mais que você esteja no Batel ou no Cabral, mesmo que tenha serviços próximos, o hábito dos curitibanos ainda é pegar o carro para comprar pão.” Além da criação de hábito, já falamos aqui n’O Expresso de como as calçadas de Curitiba precisam ser melhoradas.

Ainda há outras soluções que podem ser pensadas coletivamente:

  • Os parques podem ser mais usados, com incentivo à atividade física e ao ar livre;
  • Os rios que cortam a cidade poderiam ser locais de prática de esportes aquáticos, como a canoagem, retomando a sua conexão com a cidade;
  • Investir em mais segurança em lugares públicos, para que as pessoas usem mais os espaços urbanos. 

E você? Tem alguma sugestão? Manda para a gente no oi@oexpresso.curitiba.br

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