O Expresso da História: A antiga Farmácia Stellfeld

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Você sabia que houve uma época em que Curitiba não tinha uma única farmácia? É essa história que conta o nosso Diego Antonelli na coluna de hoje, que trata do edifício onde ficava a primeira farmácia da cidade, a Farmácia Stellfeld.

Ao se emancipar de São Paulo em 1853, o Paraná não tinha uma farmácia sequer. Um dos primeiros médicos residentes na cidade, José Cândido da Silva Muricy – o famoso “dr. Muricy”, como lembra a rua no centro de Curitiba –, queixava-se da falta de farmacêuticos e, numa determinada época, fornecia ele mesmo medicamentos à população pobre da capital, conforme conta a obra “Histórias do Paraná”, de Jorge Narozniak.

💊 A situação só mudaria a partir de 1857, época em que uma epidemia de cólera assolava Curitiba. Em abril daquele ano, o farmacêutico alemão Augusto Stellfeld se instalou na capital paranaense.

  • Inicialmente, a sua “botica” funcionava ao lado da Santa Casa de Misericórdia. Pouco tempo depois, mudou-se para o Largo da Matriz (atual Praça Tiradentes).


O edifício: A construção da sede da farmácia, que existe até os dias de hoje e é marcada pelo relógio solar em sua fachada, começou em 1863. Nessa época, a Praça Tiradentes “tinha 43 casas, 2 em obras e 1 sobrado, que era o prédio da Cadeia”, segundo o Boletim Informativo “Tiradentes, a praça verde da igreja”, da Casa Romário Martins.

Um dos primeiros sótãos habitáveis de Curitiba e o icônico relógio solar na fachada marcam o edifício da Farmácia Stellfeld, na Praça Tiradentes. Crédito: Acervo Histórico Farmacêutico

👀 “O trabalho, realizado de forma até então nunca vista na cidade, chamou a atenção de transeuntes e curiosos”, conta o Boletim. O imóvel se destacou em meio aos casarios mais baixos da região naquela época, e trazia novidades arquitetônicas como um sótão habitável – recurso trazido pelos imigrantes europeus. 

O edifício da Farmácia Stellfeld foi concluído em 1866. O projeto, do engenheiro Gottlieb Wieland, já previa o histórico relógio solar na fachada.

  • No prédio também ficava a residência de Augusto Stellfeld. A legislação da época não permitia espaços vazios entre as construções. Mesmo assim, foi criado um corredor lateral que dava acesso ao fundo do terreno – camuflado por um portão anexo à fachada.

A Farmácia Stellfeld: com a morte de Augusto, em 1894, os negócios da farmácia passaram a ser administrados por seus filhos Camillo e Edgar. “A partir de 1930, a parte do prédio que ainda servia como moradia para a família foi sublocada para consultórios médicos”, segundo o boletim da Casa Romário Martins.

  • A farmácia permaneceu nas mãos da família até 1970, quando foi vendida para a rede farmacêutica Morifarma, também de Curitiba. 

Saiba mais: nesta revista do Conselho Regional de Farmácia do Paraná, é possível saber um pouquinho mais da história da Farmácia Stellfeld e de suas filiais pela cidade.

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