Quanto dinheiro movem as startups de Curitiba? 💵

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Edição: Estelita Hass Carazzai | Dados e visualização: Brenda Niewierowski e Gustavo Panacioni

Alguns desses nomes você já deve ter visto por aí: Olist, MadeiraMadeira, Contabilizei, EBANX… Em fachadas de prédios, hackatons ou pela internet afora, as startups de Curitiba já formam o segundo maior ecossistema de inovação do Brasil, segundo o ranking do Startup Ecosystem Index Report – só ficam atrás de São Paulo.

💰 Mas quanto dinheiro essas empresas movimentam? Quantos cheques já foram aportados na cidade e na tecnologia criada por aqui?

Esta era uma curiosidade antiga deste Expresso – e fomos atrás dos dados, como sempre. Num levantamento com base na plataforma Crunchbase e em alguns links externos, mapeamos 174 acordos de investimento feitos por fundos nacionais e internacionais de venture capital (ou capital de risco), em 93 startups de Curitiba, desde 1999 até outubro de 2021. Ufa! 

E o que descobrimos? Atualmente, o setor de startups e tecnologia em Curitiba vive seu melhor momento: a soma dos aportes em startups da cidade, por fundos nacionais e internacionais, chegou a R$ 4 bilhões em 2021 – um recorde histórico.

A curva dos aportes nas startups de Curitiba sobe significativamente em 2021, e não é só por causa da alta do dólar. Veja o gráfico completo aqui.

Isso quer dizer que fundos, instituições e conglomerados financeiros como o japonês SoftBank, o americano Goldman Sachs, o Banco Mundial, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o Google, o BNDES, o BRDE e até um fundo liderado por ex-alunos brasileiros de Harvard abriram seus bolsos para injetar dinheiro (e muito dinheiro) em empresas fundadas em Curitiba.

É claro que nem todo esse dinheiro fica na cidade: muitas empresas têm atuação global, com filiais e pessoas espalhadas pelo mundo. Parte do dinheiro é usada para aquisições de outras startups. Ainda assim, os cheques não deixam de ser um indicativo de como o talento curitibano tem gerado valor em tecnologia.

O histórico: A curva dos investimentos em Curitiba começou a acelerar em 2014, quando as rodadas começaram a ficar mais numerosas, segundo os dados disponíveis (nem todos os investimentos têm o seu valor revelado).

  • Em 2021, vale dizer, os recordes são globais: além da pandemia, que acelerou a digitalização dos negócios – e o apetite dos investidores –, pesa também na conta a redução das taxas de juros pelo mundo (que torna o investimento de risco mais atrativo do que simplesmente apostar em papéis de rendimento fixo). (InfoMoney)

“Foi uma linha do tempo que nos trouxe até aqui”, comenta Cris Alessi, presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação – o órgão municipal que ajuda a fomentar o ecossistema. “Hoje a gente tem o melhor dos mundos. Temos uma cidade pronta, preparada, com incentivos fiscais, organização do ecossistema, conexão.”

Onde está o dinheiro? Os setores mais investidos em Curitiba são e-commerce e fintech (tecnologia financeira), que já receberam mais de R$ 4,5 bilhões em aportes nos últimos cinco anos. Se considerarmos a quantidade de investimentos, é possível perceber uma concentração de startups também nos setores de SaaS (Software as a Service), educação, marketing, logística e saúde.

  • Isso tem a ver tanto com a vocação da cidade (com a herança de um parque industrial e uma significativa quantidade de universidades) quanto com a maturidade do próprio ecossistema, segundo Alessi. Quando uma startup cresce, ela investe em talento, demanda fornecedores, fomenta outras startups, e assim o ciclo segue.

Os setores de e-commerce, SaaS e fintech (em roxo, azul escuro e azul claro) são os que mais receberam aportes em Curitiba. Veja os detalhes neste gráfico.

Porém… O funil é estreito: quase 90% dos recursos foram investidos em cinco empresas (EBANX, MadeiraMadeira, Olist, Pipefy – cuja sede fica atualmente nos EUA – e Wiser Educação). É um mundo extremamente competitivo e acessível para poucos.

  • Para que este funil se torne um pouco mais amplo e democrático, Curitiba precisa trabalhar mais na capacitação dos empreendedores locais, com programas de educação empreendedora, parcerias com instituições públicas e privadas, hackatons e troca entre as empresas. “A gente ainda tem muito essa cultura de empreendedorismo como necessidade, e não como oportunidade. Isso é uma barreira para grandes aportes. Temos que trabalhar na base”, diz Alessi, da prefeitura.

Semana que vem a gente ainda vai detalhar um pouco mais este levantamento, cuja íntegra você encontra aqui. Tem alguma curiosidade sobre este universo? Mande pra nós no oi@oexpresso.curitiba.br

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