Que o preço da carne anda pela hora da morte, a gente já sabe. Mas uma pesquisa recente do curso de Economia da PUCPR, que analisou a inflação dos alimentos no Brasil, descobriu que o custo da cesta básica disparou 20% em Curitiba, nos últimos 12 meses.
- Foi acima do aumento em nível nacional (de 16%), e bem mais que a inflação acumulada no período (13% em Curitiba e 10% no Brasil, segundo o IPCA).
O que mais subiu, segundo a pesquisa:
- Em primeiro lugar, a carne bovina – o preço do contrafilé aumentou 51%, empatado com o açúcar cristal;
- Depois, aparecem a batata-inglesa e o tomate, com 34%;
- Margarina, café moído e óleo de soja vêm na sequência, com variações entre 28% e 27%.
Em amarelo, a variação média da cesta básica em Curitiba; em azul, o detalhe por item, segundo a pesquisa da PUCPR. Veja o gráfico completo aqui.
Nesta entrevista à Folha de S.Paulo, o professor Jackson Bittencourt, da PUCPR, explica que a disparada dos preços dos alimentos acontece em todo o Brasil por diversos fatores, como o dólar alto, a valorização das commodities no mercado internacional e os efeitos da estiagem e de geadas.
“Estamos olhando para aquilo que é considerado o mínimo para as pessoas colocarem na mesa. O problema é que esse mínimo vem subindo muito”, disse Bittencourt.
Mas o impacto mais dramático do aumento dos preços é o empobrecimento das famílias brasileiras, muitas das quais têm passado fome e recorrido a doações pelo país. (BBC Brasil)
E em Curitiba? Por aqui, Bittencourt destaca que os aumentos foram especialmente salgados em função da crise hídrica, mais prolongada que em outras regiões.
- A Defesa Civil estimou, em abril, que o número de famílias que passam fome em Curitiba aumentou em até 300%. (CBN Curitiba)
- Recentemente, a prefeitura propôs (e os vereadores aprovaram, por unanimidade) o aumento de verbas para o Armazém da Família, que vende produtos básicos a preços reduzidos para famílias cadastradas. (Câmara Municipal de Curitiba)
- Esta reportagem mostra iniciativas de organizações em Curitiba que distribuem alimentos nas comunidades mais vulneráveis da cidade. Uma delas, a Central Única das Favelas do Paraná, parou todas as ações que fazia para se dedicar exclusivamente a combater a fome. 😔 (Plural)
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