Lembra da nossa última edição, em que falamos sobre as tendências de mobilidade na Curitiba pós-pandemia? Hoje, vamos explorar o tema mais um pouquinho – dessa vez, com foco no lazer do curitibano depois da vacina.
Segundo os dados do Google Mobility Report, espaços de varejo e lazer, como restaurantes, cafés, shopping centers, parques temáticos, museus, bibliotecas e cinemas, permanecem sendo os mais afetados pela pandemia em Curitiba.
- Ainda hoje, com a vacina atingindo quase 100% da população adulta da cidade, o fluxo de pessoas nesses locais é cerca de 20% menor que o nível pré-coronavírus.
Mesmo com vacinação em alta e queda de casos de COVID-19, os espaços de lazer em Curitiba não recuperaram os níveis pré-pandemia. Veja o gráfico completo aqui.
🤔 Será que a nossa relação com o lazer nunca será a mesma? Jamais voltaremos aos cinemas, aos restaurantes, aos shoppings, da mesma forma como antes? Aprendemos a nos entreter sem sair de casa, e assim permaneceremos?
De fato, houve algumas mudanças estruturais em Curitiba. Com a pandemia, salas de cinema encerraram atividades, restaurantes acabaram e estabelecimentos fecharam suas portas. (Plural, Bem Paraná e O Expresso)
- 🛍️ Além disso, quase todos passamos a comprar online em algum momento do isolamento, e muitos nos habituamos com isso.
Ao mesmo tempo, alguns espaços se adaptaram a novas possibilidades:
- O Cine Passeio, que passou quase 12 meses fechado por causa da pandemia, inaugurou sessões virtuais – que, aliás, continuam em cartaz.
- Alguns espaços culturais criaram tours virtuais e puderam ser visitados sem aglomerações, como o MON, o Museu Paranaense e o Museu do Expedicionário.
- Reaberta apenas no mês passado, a Biblioteca Pública do Paraná intensificou suas ações online de incentivo à leitura, e abriu até uma biblioteca virtual, com obras de domínio público disponíveis gratuitamente (Bem Paraná)
- A Prefeitura de Curitiba também lançou um serviço que oferece mais de 200 opções de livros gratuitos para leitura digital. (Gazeta do Povo)
Mas nem tudo é permanente nessa transição, como conversou conosco Fábio Tadeu Araújo, economista, sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica e analista de tendências.
👉 Para ele, muitas das mudanças que passamos no nosso isolamento – como comprar pela internet, acessar serviços de streaming, fazer mini-festas em casa – já estavam rolando antes mesmo da pandemia. “A pandemia acelera e antecipa tendências, mas a mudança no conceito de lazer já estava acontecendo”, disse.
- O valor da experiência (a ideia de desfrutar, e não necessariamente de ter), a busca pelo bem-estar e a aproximação com a natureza são algumas dessas tendências.
Segundo Araújo, o lazer vai sim voltar aos níveis de antes, e até com mais força. Só que, no caminho, tem a economia – afinal, está tudo mais caro, e muita gente ainda não recuperou o emprego ou a renda dos tempos pré-pandêmicos.
🗣️ E você, leitor? Já voltou (ou está louco para voltar) ao mundo como era antes? Ou é do time que não troca o sofá e o edredom por nada desse mundo? Conta pra gente no oi@oexpresso.curitiba.br ou respondendo a esse e-mail.