O Expresso da História: o império Matte Leão

Ainda não recebe O Expressso?

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no whatsapp

Hoje é dia de novidade n’O Expresso: o jornalista e parceiro Diego Antonelli estreia a série ‘O Expresso da História’, que vai contar um pouquinho sobre o passado das marcas e empresas mais icônicas de Curitiba.

A primeira é de um império: a Matte Leão — que foi fundada, vejam só, por um desempregado. Conta mais, Diego:

📝 Após perder o emprego de gerente-geral de engenhos de erva-mate na empresa que hoje é a Moinhos Unidos do Brasil, Agostinho Ermelino de Leão Júnior se viu na obrigação de tomar alguma iniciativa para garantir o sustento da família. Com a vida toda dedicada ao ramo da erva-mate, ele montou um pequeno engenho em Curitiba que, em pouco tempo, se tornou um verdadeiro império no setor. No dia 8 de maio de 1901, surgia a Leão Júnior S.A. – mais conhecida por Matte Leão.


Crédito: Divulgação/Coca-Cola

Como foi: no começo, segundo depoimento do bisneto Luiz Otávio Leão, havia pouco dinheiro para tocar o negócio. O mercado-alvo da empresa era a América do Sul, especialmente Uruguai, Argentina e Chile. O grande salto veio em meio a uma crise: a Argentina, que era a maior consumidora do produto brasileiro, proibiu a importação de erva-mate já embalada – pronta para consumo. O país só iria comprar a mercadoria a granel, para poder agregar valor em seu território. A família Leão, então, montou um engenho em solo argentino

  • “[A Matte Leão] exportava a granel para si mesma lá na Argentina. Era uma empresa brasileira vendendo com valor agregado. Foi uma oportunidade nessa crise”, conta Luiz Otávio. (Gazeta do Povo, em reprodução de documentário produzido pela Casa da Memória)

🔥 Nos primeiros anos de existência, a companhia enfrentou três grandes incêndios em suas fábricas. Mas, nos anos 1920, a Leão Junior já era a maior empresa brasileira no setor, com um volume de exportação de mais de 5 mil toneladas por ano. 

Outro baque foi a morte de Agostinho, em 1907. Em fevereiro do ano seguinte, a viúva Maria Clara de Abreu Leão assumiu o comando da companhia, tornando-se pioneira nesse ramo de negócios no país. A empresa chegou a mudar o nome, temporariamente, para ‘Viúva Leão Júnior’.

  • Desde então, a Matte Leão sempre esteve nas mãos da família Leão — até ser comprada, em 2007, pela Coca-Cola. (O Globo)

Duas curiosidades:

Na década de 1930, muitos moradores da região Sul, como alternativa ao chá preto (que era caro), tomavam chá mate tostado em brasa. Em 1938, a empresa lançou o Matte Leão Tostado no mercado brasileiro. O slogan: “Use e abuse, já vem queimado”.

🏖 Em 1980, surgiu um dos principais sucessos da empresa: percebendo o hábito, especialmente nas praias do Rio de Janeiro, de se tomar chá gelado, a empresa lançou o Matte Leão em copos selados, produto pioneiro no país no ramo dos chás prontos para beber.

Pra saber mais:

  • O prédio onde ficava a indústria da Matte Leão não existe mais: foi demolido em 2011 e substituído pela atual sede da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro Rebouças. (Gazeta do Povo)
  • O acervo do extinto museu Matte Leão agora pertence ao Museu Paranaense. Pena que a exposição das peças ao público foi encerrada em setembro.

Quer receber mais notícias sobre marcas de Curitiba?

Outras notas